quarta-feira, dezembro 31, 2008
segunda-feira, dezembro 29, 2008
entrevista à querida Ana Mae pela Rosângela
"Refinar os sentidos e alargar a imaginação é o trabalho que a arte faz"
Entrevista: Ana Mae Barbosa
O ensino da arte no Brasil deve muito à educadora Ana Mae Barbosa. Primeira brasileira
com doutorado em arte-educação, pela Universidade de Boston, EUA, ela foi pioneira em
aplicar um programa sistematizado do ensino da arte em museus, durante sua gestão como
diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo, em
1987. Por meio da metodologia triangular, como ficou conhecida a proposta, Ana Mae
implementou o ensino da arte utilizando uma abordagem com tríplice ação: o ‘fazer’
artístico; o ‘ver’, com a leitura da obra de arte; e o ‘contextualizar’, com o estudo da
informação histórica.
Com o objetivo de oferecer informações que contribuam para a realização dos trabalhos
dos participantes do Tesouros do Brasil, convidamos a educadora Ana Mae Barbosa a
falar sobre arte-educação e o ‘fazer artístico’, como processo de conhecimento e
apropriação de linguagens e conteúdos. Nesta entrevista, a ex-aluna de Paulo Freire relata
suas experiências como arte-educadora e comenta as dificuldades enfrentadas pelos
professores na ainda difícil tarefa de ensinar arte no Brasil.
O ensino da educação artística nas escolas ainda é visto com preconceito, como sendo
apenas crianças desenhando e cortando papéis?
Ana Mae Barbosa: Não, esta é uma visão do passado, do período de esgotamento da
proposta modernista para o ensino da arte. O pós-modernismo acrescentou à necessidade
de expressão também a necessidade de compreensão da arte e isto deu um novo impulso à
arte na escola. Estou terminando a análise de uma pesquisa de um ano com professores de
arte da rede pública, principalmente. Foi uma pesquisa exaustiva, encomendada pelo
Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo, que produziu cinco instrumentos diferentes
para analisarmos cada professor, inclusive relatos de observação direta de sala de aula por
agentes de campo. Os resultados da pesquisa me deixaram muito entusiasmada com os
professores da rede pública. Eles potencializam qualquer material de arte que lhes é
fornecido.
Quais são os principais problemas enfrentados no ensino da arte nas escolas
brasileiras?
Ana Mae Barbosa: Verba e atualização de professores. Os educadores necessitam de
atualização constante, mas de uma atualização que olhe diretamente para eles e para as
suas circunstâncias de trabalho. Eles não precisam de cursos de treinamento para usar este
ou aquele currículo e material. Infelizmente, só se prepara o professor para usar as idéias
dos outros, não as deles próprios. E ainda reclamam que o professor está habituado a
receitas de ensinar. Acho até que as instituições públicas, especialmente as do município
de São Paulo, andam mais motivadas para a arte que as instituições privadas. Isto é efeito
dos CEUs (os Centros Educacionais Unificados são complexos educacionais
implementados pela prefeitura de São Paulo em agosto de 2003).
O que vem a ser arte-educação?
Ana Mae Barbosa: Para mim, Arte/Educação é todo e qualquer trabalho consciente para
desenvolver a relação de públicos (criança, comunidades, terceira idade etc.) com a arte.
Ensino de arte tem compromisso com continuidade e currículo, quer seja educação formal
ou informal. Arte Educação foi o termo usado por meus mestres. Eu acrescentei o hífen,
Arte-Educação, no momento em que arte era recusada pelos educadores, nos anos de sua
introdução obrigatória no currículo escolar, em torno de 1973-1974, para dar idéia de
diálogo e mútuo pertencimento entre as duas áreas. Na época, meus mestres gostaram da
idéia. Recentemente, em 2000, um lingüista nos aconselhou a usar a barra, pois este sinal,
sim, é que significa mútuo pertencimento.Tanto é assim que a barra é muito usada em
endereços de sites, quando um assunto específico está dentro de outro mais amplo. Mas
Arte/Educação e ensino de arte são faces diferentes de uma mesma moeda, a moeda
concreta da intimidade com a arte.
Arte é para sentir ou para entender? Ou os dois? Dá para se ensinar a entender arte?
Ana Mae Barbosa: Arte é cognição, para a qual colaboram os afetos e os sentidos. O
nosso sistema sensorial biológico é a extensão de nosso sistema nervoso, ao qual a filósofa
Susanne Langer chama de ‘orgão da mente’. Refinar os sentidos e alargar a imaginação é
o trabalho que a arte faz para potencializar a cognição - que é o processo pela qual o
organismo se torna consciente de seu meio ambiente. Atualmente, a abordagem mais
contemporânea de Arte/Educação na qual estamos mergulhados no Brasil é a associada ao
desenvolvimento cognitivo. Embora se verifique que a visão de Arte/Educação mais
fortemente presente no imaginário popular é a ligada à expressão criadora difusa
interpretada como algo emocional e não mental, como atividade concreta e não abstrata,
como trabalho das mãos e não da cabeça, o movimento de Arte/Educação como cognição
se impõe por aqui
Por meio dele, se afirma a eficiência da arte para desenvolver formas sutis de pensar,
diferenciar, comparar, generalizar, interpretar, conceber possibilidades, construir, formular
hipóteses e decifrar metáforas. Detesto a sentimentalização da arte na educação. Dói-me
os ouvidos escutar alguém afirmar que o objetivo da arte na educação é tornar as pessoas
sensíveis. O que é ser sensível? Fiz esta pergunta a centenas de arte/educadores
sentimentalistas e obtive respostas absurdas, desde que é ser romântico até que significa
ser dócil e obediente. Arte/educadores que querem agradar ao público de colegas usam
este artifício da ‘lamúria sensibilizante’. Tem muito Paulo Coelho na Arte/Educação.
Aliás, o autor escreveu um livro sobre teatro-educação nos anos 60.
Quando se pensa em educação artística nas escolas o mais comum é associá-la
somente ao desenho e à pintura. Por que outras expressões artísticas como a música,
a poesia e a fotografia são pouco lembradas?
Ana Mae Barbosa: Não penso que seja assim. Há excelentes experiências em música,
poesia e fotografia, se não estamos falando só de escolas em áreas de muita pobreza.
Desde 1968, na Escolinha de Arte de São Paulo, comecei a trabalhar com crianças
utilizando a fotografia. Nas escolas de zonas miseráveis no Brasil é que só se conhece o
lápis de cor e aqueles horríveis lápis de madeira, cujo maior prazer da criança é fazer-lhes
as pontas porque pintar com eles é tortura. É verdade que há um problema de designação.
Arte/Educação é vista no Brasil - da mesma forma que art education nos USA, Inglaterra,
Austrália e Canadá - como educação para as artes visuais. Temos, e eles têm também,
designações especiais para teatro-educação e educação musical. Quando queremos dizer
todas as artes usamos variadas expressões como educação para as artes ou artes na
educação. Trata-se de uma questão cultural pensar em artes plásticas quando se ouve dizer
a palavra arte. As outras expressões são mais bem aquinhoadas, são arte mas têm nomes
próprios, tais como música, literatura, teatro, dança, etc.
Como a arte educação pode contribuir com a educação patrimonial?
Ana Mae Barbosa: Não vejo a educação patrimonial como um tema separado. Incluo na
Arte/Educação o conhecimento da riqueza patrimonial histórica e ecológica, material e
imaterial.
Por Rosângela Rezende
e aqui
as "boas festas" que gostei mais de receber
Boas Festas
A
todos
aqueles
que gostam
de dormir mas
que se levantam
sempre de bom humor.
Aos que saúdam com um
beijo. Aos que trabalham muito
e se divertem mais ainda. Aos que
conduzem com pressa mas não buzinam
nos semáforos. Aos que chegam atrasados, mas
não inventam desculpas. Aos que apagam a televisão
para uma boa cavaqueira. Aos que são duplamente felizes,
fazendo só metade. Aos que se levantam cedo para ajudarem um
Amigo. Aos que vivem com o entusiasmo de uma criança e a sabedoria
de um adulto. Àqueles que nunca desistem e acreditam na justiça. Aos que vêem o
mundo com os olhos da solidariedade. Aos que sabem que o Amanhã nunca morre. Aos
que
não
esperam
pelo
Natal
para
serem
melhores pessoas
FESTAS FELIZES e BOM
ANO NOVO
A
todos
aqueles
que gostam
de dormir mas
que se levantam
sempre de bom humor.
Aos que saúdam com um
beijo. Aos que trabalham muito
e se divertem mais ainda. Aos que
conduzem com pressa mas não buzinam
nos semáforos. Aos que chegam atrasados, mas
não inventam desculpas. Aos que apagam a televisão
para uma boa cavaqueira. Aos que são duplamente felizes,
fazendo só metade. Aos que se levantam cedo para ajudarem um
Amigo. Aos que vivem com o entusiasmo de uma criança e a sabedoria
de um adulto. Àqueles que nunca desistem e acreditam na justiça. Aos que vêem o
mundo com os olhos da solidariedade. Aos que sabem que o Amanhã nunca morre. Aos
que
não
esperam
pelo
Natal
para
serem
melhores pessoas
FESTAS FELIZES e BOM
ANO NOVO
domingo, dezembro 28, 2008
sábado, dezembro 27, 2008
Lou Reed
Lou Reed, companheiro de Laurie Anderson performer-artista-música-cantora-contadora de histórias...
pensar que falei com esta mulher, tão pequenita...
era grande e estava perdida...
era ENORME e eu não sabia...
grupo meio fio
"Com esta Intervenção o grupo pretende construir um conhecimento que possa valer acerca de questões da arte e educação e suas inter-relações com o mundo contemporâneo, relacionadas com a globalização econômica, com as imposições da esfera política, com a aceleração dos avanços da ciência e da tecnologia, as formas de comportamento e de “relativismo moral”. Como desdobramento, também leva em conta a importância do Benfica como Pólo Cultural, cujo projeto deve ser retomado, assim como a revitalização da feira da Gentilândia, que se encontra em estado agonizante. Trata-se, portanto, de uma Intervenção cuja responsabilidade social passa por uma compreensão da arte nos dias de hoje e sua inserção no processo de vida e humanização."
SÉCULOS INDÍGENAS NO BRASIL O Verde e o Verbo na fala dos seus amantes
Enviada por Marcos Villela Pereira
porque o mundo é muito. porque o mundo é tanto. porque há tanto mundo!
SÉCULOS INDÍGENAS NO BRASIL
Catálogo descritivo de imagens
Frank Azevedo Coe e André Raimundo Ferreira Ramos (Orgs.)
"Séculos Indígenas no Brasil: Catálogo Descritivo de Imagens" é uma obra de cultura nacional para a compreensão da majestosa árvore da formação étnica brasileira, cuja seiva a revigora na tradição milenar dos povos indígenas, palpitando em suas raízes. O livro mostra a imagem e a voz do índio brasileiro, a manifestação de seus pensadores através de conteúdo multidisciplinar profundo e didático."
"Um dia, um índio me disse uma coisa muito sábia - foi o Juruna, um líder indígena: - "Olha Darcy, sabe, agora o que eles estão querendo é que cada índio se amarre num ‘pé de pau’. Se amarre! Porque o Brasil não tem mais fundo, eles tomaram tudo... tudo pro fundo". Antigamente os índios podiam ir mais pro fundo, ir mais para o Oeste. Agora não tem mais fundo." Darcy
SUMÁRIO
Capa
Conselhos
Folha de rosto
Créditos
A dignidade da nação brasileira repousa na sobrevivência dos índios
A imagem da cultura indígena brasileira
Universidade e carnaval
Apresentação
I - Brumas, imagens e histórias
II - O verde e o verbo – homem e ambiente na fala dos seus amantes
III - “...Surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio”
IV - Urbis, Peri, peri-urbano
V - Outras ocas, múltiplas palavras
VI - Indexação do acervo de imagens
VII - Referências bibliográficas e créditos complementares
VIII - Agradecimentos
Contra-capa
sexta-feira, dezembro 26, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
Bilhetes e afagos
"Bilhetes
Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. E encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas."
Alguns escrevem pela arte, pela linguagem, pela literatura. Esses, sim, são os bons. Eu só escrevo para fazer afagos. E porque eu tinha de encontrar um jeito de alongar os braços. E estreitar distâncias. E encontrar os pássaros: há muitas distâncias em mim (e uma enorme timidez). Uns escrevem grandes obras. Eu só escrevo bilhetes para escondê-los, com todo cuidado, embaixo das portas."
de Rita Apoena
e como não há melhor presente que o presente de uma carícia, de uma abraço longo, de um beijo terno, de "cafoné" nos cabelos, de ver adormecer quem se ama, aconchegar a alma e o corpo e o cansaço e sentir que somos felizes só porque sim, assim.
que vos sejam boas e MUITAS as FESTAS!!!
sábado, dezembro 20, 2008
sexta-feira, dezembro 19, 2008
"chegando atrasada"
"Vivo tão intensamente o momento presente, que quase chego atrasada ao momento seguinte"
Rita Apoena
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Alegre, Manuel Alegre
«As grandes decisões são muitas vezes antecedidas de grandes ambiguidades.
Eu sei o que quero»!!!
«Eu nunca fugi àquilo que considero ser a minha responsabilidade cívica» e de «homem de esquerda»
«falta formação e cultura para ser de esquerda».
«O partido pode deixar de ter a sua razão de ser quando se afasta da sua base social. Não é a primeira vez que isso acontece»
«Sou um homem do PS. Mas a minha casa são aqueles que sofrem»
Excertos da entrevista na SIC notícias a Manuel Alegre
"A esquerda só existe com o debate das ideias" ouvi também...
"A urgente necessidade das esquerdas terem um projecto de governação alternativo ao do PS actual (com as suas políticas liberais construindo um país assimétrico e de um elevado fosso entre ricos e pobres), as ideias protagonizadas por Manuel Alegre, esquerda social, economia de combate aos mais poderosos ou o fim do proteccionismo à finança especulativa, são uma base de trabalho futuro para a convergência das esquerdas." no "Forúm das Esquerdas".
Eu sei o que quero»!!!
«Eu nunca fugi àquilo que considero ser a minha responsabilidade cívica» e de «homem de esquerda»
«falta formação e cultura para ser de esquerda».
«O partido pode deixar de ter a sua razão de ser quando se afasta da sua base social. Não é a primeira vez que isso acontece»
«Sou um homem do PS. Mas a minha casa são aqueles que sofrem»
Excertos da entrevista na SIC notícias a Manuel Alegre
"A esquerda só existe com o debate das ideias" ouvi também...
"A urgente necessidade das esquerdas terem um projecto de governação alternativo ao do PS actual (com as suas políticas liberais construindo um país assimétrico e de um elevado fosso entre ricos e pobres), as ideias protagonizadas por Manuel Alegre, esquerda social, economia de combate aos mais poderosos ou o fim do proteccionismo à finança especulativa, são uma base de trabalho futuro para a convergência das esquerdas." no "Forúm das Esquerdas".
gosto de ouvir Manuel Alegre, tem uma "voz", a dele. Uma voz que reflecte as preocupações sobre as causas sociais, um discurso que congrega outras vozes, algumas sem a opção de serem escutadas. Manuel Alegre é um homem de cultura e de lucidez para além das conveniências partidárias, sendo uno torna-se múltiplo porque não esqueceu o "valor" das palavras...democracia, diálogo, debate, frontalidade e aceitação do "outro".
Quando fala o Presidente da República eleito...quanta diferença!!! A secura de uma voz amarrotada, a ausência de seiva...
MA referiu mais ou menos isto se me lembra a memória de ontem:
"o Maio de 68 foi muito diferente do que está a acontecer na Grécia: Em 68 juntaram-se ricos e pobres, intelectuais e o povo, culturas diferentes respeitando e acarinhando a outra, era diferente o propósito, todos queriam mudar o que estava mal. O que está agora a suceder é a manifestação do direito à oportunidade individual, é um mundo contrafeito numa geração que reivindica o direito aos direitos", a utopia é possível, mas o mundo mudou, as soluções têm de ser diferentes, as ideias têm de criar debate. A política não se faz das oportunidades dos interesses, "quando o PSD vai para o Governo os elementos do PS vão para as empresas, quando o PS vai para o governo trocam-se as chefias das empresas para os elementos do PSD e os elementos do PS vão para os ministérios", isto não é uma política democrática, é uma operação que enfraquece o País cada vez mais, que esquece os mais desfavorecidos, que enriquece alguns e descapitaliza os outros, descapitaliza a segurança social, decapitaliza a economia do estado, descapitaliza as classes mais desfavorecidas que o estado teria a obrigação de proteger. A cultura empresarial nunca se deveria ter difundido para a cultura dos serviços que o estado garante: A educação, a saúde, a segurança social...
é um homem que não tenho visto desmentir-se a si próprio, assegurando os afectos políticos, conservando a memória dos princípios de se ser socialista de esquerda, relembra as preocupações que a esquerda deve ter na política do País, por isso tem voz...que ouço no meio do ruído-zumbido-alarido-confusão-disfunção-paralesia manifesta...confundindo e divindindo para reinar...
Na educação dividiram os professores em titulares e avaliadores, agora os avaliadores mais antigos não serão avaliados!!! lindo! serão uns quantos mil a ficarem "mudos e quedos" para não serem mexidos. enfim...estratégias versus utopia...prefiro a utopia e a "voz" de quem não esquece de ser honesto consigo próprio. pelo menos assim acredito.
sábado, dezembro 13, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Andersen mãos de tesoura
Toca, alegremente, o Violino,
Tudo dança! Dou a minha Palavra!
Olha, a Terra gira à volta do Sol,
E a Lua à volta da nossa Terra;
Dançamos todos, uns com os outros,
Até o Coração anseia avançar.
E, se o Vinho sobre à Cabeça,
Temos a Sala, também, a dançar.
Depois dos fósforos colocados na entrada principal da nova Biblioteca Municipal
Niels Fischer aparece
conta histórias, apresenta a exposição que tem levado por várias bibliotecas portuguesas, fala do homem Hans Christian Andersen alto, desajeitado, braços compridos, calçando o número 48 de pés, tesoura nas mãos recortando histórias, algumas simétricas nas assimetrias das vidas e dos mundos...
Niels fala das colaborações do elenco de artistas, uns e outros e umas e outras, pequenos e graúdos, o universo torna-se fantástico dentro dos recortes do metal. Do ovo nasce o pato/cisne (escultura colocada em Faro), dos colchões a ervilha, das histórias que quase já esquecemos tão grandes nos tornámos...honestidade, diz!
"deixem-me ser eu" conta. Autenticidade e coragem num mundo cheio de patos, de palhaço vestido a marioneta de escola, fios colados aos dedos, aos pés, à boca dos silêncios...
Entre a figura e o fundo desdobra a vida a dança. Dança! Niels fala, conta, comunica, faz das horas minutos, das figuras elfos e elfas e árvores e o homem que na asa do cisce se equilibra "que é a expressão máxima do artista" seguido da árvore tronco velho, mas não morto, onde a bailarina amada se distancia, do sol e da lua enarigada, nariz de Hans, braços de Andersen, retorno ao imaginário dos possíveis. A morte.
traduzido nas línguas onde o alfabeto permite a tradução, algumas vezes, "demais" (refere) adulterado, tornado manso, nada ele que se queria autêntico.
momento que repetiria muitas vezes...e foi por acaso. Acendi um fósforo e (es)aqueci o frio.
como é prodigiosa a conversa sábia. que saudades me trouxe do tempo em que desafiava fala e ouvido.
às minhas alunas desejo que tenha sido um momento mágico antes de ficar só eu à conversa com o malabarista.
"voltarás a pintar" disse então: "na autenticidade, na honestidade. Ao artista importa criar, é uma responsabilidade para com o mundo, a festa é efémera, ás vezes no topo, outras chorando, pouco importa, ao artista pouco importa, porque tem de partir a casca do ovo e tornar-se cisne ou pato, nem ser aceite no meio dos patos, nem ser aceite no meio dos cisnes", coisa estranha esta de se ter de nascer de novo.
"Na altura certa" que seja. por via das dúvidas comprei uma dúzia de ovos.
dia 13 no jardim das rosas, na biblioteca, cá.
imagem: Miguel Man
"Há noites que são feitas dos meus braços
e um silêncio comum às violetas
e há sete luas que são sete traços
de sete noites que nunca foram feitas
Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa.
Há noites que nos deixam para trás
enrolados no nosso desencanto
e cisnes brancos que só são iguais
à mais longínqua onda de seu canto.
Há noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo."
Natália Correia
"Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois factos existe um facto,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio."
Clarice Lispector
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois factos existe um facto,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio."
Clarice Lispector
"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
construimos um lugar de silêncio.
De paixão."
Herberto Helder
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
- Temos um talento doloroso e obscuro.
construimos um lugar de silêncio.
De paixão."
Herberto Helder
quarta-feira, dezembro 10, 2008
objectivos individuais
Utilizando um exemplo de preenchimento de ficha de objectivos individuais divulgada na net e onde se pode, a um mesmo tempo, testar o QI em comparação com Barack Obama resolvi reflectir um pouco sobre o assunto...considerando que os meus alunos variam, em faixa etária entre os 12/13 anos e uns bonitos 76 anos...(da ARPE).
a) Item: A melhoria dos resultados escolares dos alunos
1- Procurar que os meus alunos compreendam que são os responsáveis e os principais beneficiários da melhoria dos seus resultados.
Sendo eu uma mediadora entre a minha experiência pessoal e o conhecimento que adquiri, dependerá deles o aproveitamento do espaço-tempo que disfrutarão na minha companhia. Reflectindo sobre a importância que a experiência de cada um (independentemente do contexto socio-cultural-económico) pode enriquecer os resultados dos projectos de trabalho, a dinâmica da pesquisa será essencial para todos e todas aprendermos uns com os outros uma vez que o "conhecimento" é um processo dinâmico (segundo as teorias construtuvistas, estruturalistas, pragmatistas e pós-pragmatistas) correspondente às sistemáticas alterações sociais - assim, ninguém, a não ser eles, serão os principais beneficiários do acesso a esse saber.
2- Compreender o processo do "erro", do "incidente" enquanto espaço para reenquadramentos e reflexões - nada é mais "educativo" no espaço educacional que o erro. Um processo de aprendizagem deverá ser o mais possível experimental, assim, o erro pode tornar-se uma descoberta perfeita para uma questão imperfeita. Sem experimentar, sem arriscar errar, nenhum ajustamento pode ser realizado.
3- Tenciono utilizar o reforço positivo assim como o reforço "negativo" - mostrar uma "parede de embate" sempre ajuda à determinação do empenhamento, do desejo, da convicção sobre o que se está a realizar e, no mundo em que vivemos, nada melhor que o desenvolvimento das nossas convicções para nos ajudar, com criatividade e o exercício da dignidade, a superar os obstáculos sempre construtivos.
4- Não tenciono utilizar a "empatia" - há coisas que são naturais aos seres humanos - considerando que todos os alunos terão, da minha parte, as oportunidades que melhor se adaptem à sua caracterização, desejos de aprendizagem, e posturas de sala de aula.
5- A avaliação é na sua essência formativa - logo será uma constante.
A avaliação sumativa é um procedimento administrativo para a consecução das formalidades institucionais e formais de seriação organizacional, de qualquer modo e como a cultura de avaliação mais divulgada é a quatitativa, atribuirei as classificações correspondentes aos desempenhos, não só por forma a responder à instituição, mas essencialmente para que os alunos tenham mais uma informação sobre a sua aprendizagem.
b) Item: A redução do abandono escolar:
Curiosamente face a este item e devido à minha experiência de vinte anos de ensino ocorre que alunos que não pertencem às minhas turmas frequentam, por diversas vezes, as minhas aulas, para o efeito terão de colaborar nos trabalhos, do mesmo modo, como organizo actividades fora da sala de aula a oportunidade de termos sempre mãos e ideias (alheias) é sempre bem vinda.
No entanto ocorrem-me alguns objectivos ambiciosos:
1- Dado que as Artes, na minha escola são uma área, considerada na avaliação externa, como de impacto bastante satisfatório e uma vez que as salas atribuídas são, essencialmente, as antigas salas oficinais, continuarei a debater-me para que as salas tenham o sistema de aquecimento adequado à sobrevivência dos utilizadores (aspecto que refiro à 17 anos sitematicamente). Creio que deste modo será "simpática" a utilização das referidas salas de aula - até ao momento, para suplantar esta dificuldade e respectivo resfriamento dos utentes das salas, tenho procurado colocar as mesas no espaço exterior - o que torna mais agradável, e sendo o frio mais suportável, a vista é bastante mais diversificada e agradável (o mobiliário escolar das salas é deplorável e não está equipada com o acesso às novas tecnologias, nomeadamente computadores, internet, placas gráficas, etc.). Deste modo o improviso tem sido a melhor opção de resolução destes problemas e um aspecto importante de aprendizagem.
2- Não necessitarei de informar os pais para a importância de manter os alunos na escola (pelo menos os da escolaridade obrigatória), deste modo procurarei que as actividades propostas aos alunos sejam, por inerência de significado, do interesse dos próprios pais.
Nos casos em que tal não suceda, que seja do interesse dos avós, dos tios, dos padrastos, madrastas, responsáveis sociais, dos primos e dos vizinhos, enfim, da comunidade. Para o efeito espero que os trabalhos sejam tão gratificantes para os alunos que ao menos a comunidade escolar não lhes resista e se deixe seduzir...
se mesmo assim não resultar...jamais convidarei Encarregados de Educação "académica e profissionalmente bem sucedidos" para exemplo "da importância da escola na promoção da mobilidade social" (seja lá o que isto quer dizer).
Toda a participação cívica será dignificada em qualquer trabalho, no voluntariado, do varredor de rua ao mecânico. Apresentar exemplos de sucesso é o melhor método para a paralesia cerebral de muitos alunos, além de que já assistimos a muitos exemplos de "sucesso" conseguidos sem grande dignidade.
3- Procurarei sempre que os meus alunos utilizem materiais e recursos recicláveis e reciclados, renovados criativamente por forma a diminuir o acesso financeiro a materiais que criam desgaste económico às famílias e diferenciação de aquisição, além de alertar para a necessidade da criação de uma mentalidade ecológica dos recursos.
3- O "abandono escolar" já está devidamente certificado, comprovado, legitimado e propagandeado pelas devidas instâncias, deste modo, procurarei não plagiar o nome e criar um novo léxico, por exemplo "encantamento pela escola", "facínio de aprender", "gostar de estar aqui convosco"...
c) Item: A prestação de apoio à aprendizagem dos alunos incluindo aqueles com dificuldade de aprendizagem
1- Não sei o que se pretende dizer com ter "dificuldades de aprendizagem". Nas minhas diversas disciplinas, quando uns aprendem de uma maneira outros aprendem de outra forma.
Procurarei que nenhum aluno ou aluna tenha "dificuldades de aprendizagem", na colaboração com os outros, na contribuição das suas potencialidades, por mais caracterizadas que sejam como mínimas, para a execução dos projectos. Considero ainda, através da minha experiência pessoal (inclusivé com crianças e jovens deficientes) que uma escola que não tem dança, nem música, a aprendizagem será sempre uma dificuldade e incompleta para qualquer aluno ou aluna, independentemente da vertente vocacional que seguir.
2- Haaa!!!! Já criei um blog que funciona como referência para os meus alunos e alunas (os antigos e os novos), por isso tenciono manter o referido blog.
d) Item: A participação nas estruturas de orientação educativa e dos órgãos de gestão do agrupamento ou escola não agrupada
1- Tenciono participar em todas as reuniões de recrutamento e departamento e conselhos de turma, mesmo que o tempo dispendido nas mesmas não conste no meu horário de trabalho e caso o não faça tenha falta.
Propondo soluções e criando opinião consolidada na minha área de formação, sugerindo autores ciêntíficos, propostas de trabalho internacionalmente consagradas e consolidadas no universo social, educacional, político e cultural da actualidade enquanto referência, procurando que os meus colegas comuniquem comigo e eu com eles e disponibilizando-me para a consecução dessa inter-comunicação quando estou em casa na internet a actualizar o meu blog com toda a informação que me fazem chegar os meus parceiros internacionais e ao mesmo tempo que ajudo a minha filha a fazer os respectivos estudos.
e) Item: A relação com a comunidade
1- Procurarei (como sempre procurei) que os alunos estabeleçam relações com a comunidade através da análise e participação e resolução de actividades propostas pela autarquia, instituições, associações, quer em projectos de âmbito local, quer nacional ou internacional, construindo uma vertente cívica necessária e desejável. Para o efeito acredito e constato que o meu exemplo (Direcção do CBESZA, APECV, rede-ibérica de Educação artística, etc.) poderá servir como plataforma de referência de participação cívica voluntária - e cada vez mais tornada quase impossível pelo novo ECD.
2- Tentarei comprar um computador actualizado, logo que me seja possível, para aceder aos Moodles todos com a facilidade e rapidez que o meu não permite.
3- Tentarei que a comunidade deseje estabelecer relações com as actividades que os meus alunos desenvolvem.
f) Item: Formação Contínua
1- Tentarei terminar a minha tese doutoral em Barcelona sem qualquer verba ou apoio, sem licença e no exercício de todas as minhas funções.
2- Tentarei participar em todos os congressos e seminários, Workpapers, workshops e painéis. Sabendo que estes não se efectuam na minha área de residência e trabalho (província), pagarei a devida inscrição e assumirei que as faltas às aulas, embora justificadas, contribuirão para denegrir a minha avaliação.
3- Tentarei fazer uma acção de formação anual de acordo com a oferta dos centros de formação, desde que seja gratuita e do interesse do desenvolvimento das minhas aptidões profissionais.
g) Item: participação e dinamização de projectos curriculares e extracurriculares
1- Proponho-me dar as minhas aulas - considerando que "dar" as minhas aulas não é estar fechada numa sala de aula, fazer planificações iguais, percentuar os projectos dos meus alunos em fichas de avaliação excelizadas, não propôr facilitismos com vista a um sucesso virtual dos meus alunos e alunas, repensar o conceito de sucesso e com tudo isso participar sempre e sempre e sempre e dinamizar sempre e partilhar sempre...como aliás sempre procurei fazer dentro das minhas reais possibilidades.
2- Proponho-me ser LIVRE de exercer a profissão que acredito ser a mais democrática e a mais bonita das profissões, nem que para isso tenha de abdicar da minha "progressão" (se ela ainda existe) na carreira,
poxa!!!
f) Item: Outros:
1- Procurarei conseguir financiar a contratação de uma "mulher a dias" para a limpeza e manutenção da minha casa. Assim como um ou uma cozinheira.
2- Procurarei encontrar um ou uma acessora de sistemas informáticos para actualização do meu hard e software gratuito.
3- Procurarei encontrar um patrocionador de telecomunicações para os contactos profissionais.
4- Procurarei um patrocionador numa agencia de viagens para conseguir ter férias.
5- Já agora...alguém que pinte por mim.
e agora perguntaria eu:
a quem interessarão estes objectivos individuais?
nota: agora irei analisar as memórias descritivas dos meus alunos, fazer a respectiva avaliação, formalizar a grelha e preparar as aulas de amanhã e respectiva ficha de Observação de sala de aula (para que conste)...por sorte a minha filhota já se deitou.
porque gosto de me embalar...
e dançar com a música nos décibeis mais altos
do aroma a mar, do mergulho
de uma viola
de gente bonita
de noites cantadas
de fogo líquido
e de pensar que viajo
because "is no need to complicate"
do aroma a mar, do mergulho
de uma viola
de gente bonita
de noites cantadas
de fogo líquido
e de pensar que viajo
because "is no need to complicate"
segunda-feira, dezembro 08, 2008
relato de Teresa Torres Eça sobre o 18º Congresso da CONFAEB na cidade do Crato, na região do Cariri , Brasil.
"Estive no final de Novembro no 18º Congresso da CONFAEB na cidade do Crato, na região do Cariri , Brasil.
A região tem um encanto muito especial, é conhecida como o oásis do sertão apesar de em Novembro o ar ser seco e quente as palmeiras dão uma pincelada verde na paisagem. As casas brancas com riscas coloridas ou de cores bem fortes dão uma alegria incrível ás pequenas cidades, cidades pacatas onde os habitantes prolongam conversas sem fim nos jardins e nos pequenos bares. As pessoas da região são contadores de histórias, falam pausadamente numa sequência de ritmo tranquilo. Nem a confusão do Juazeiro do Norte me tirou esta ideia de tranquilidade e colorido.
A floresta do Araripe, Nova Olinda, Barbalha, e Crato têm um encanto cheio de mistério, histórias de colonos que ‘cantaram as terras’, de índios que esconderam as nascentes, histórias de cangaceiros, bandidos terríveis, comunidades rebeldes, enfim histórias de homens e de mulheres que se espelham em cada esquina.
Respira-se uma música que apetece dançar nos sorrisos dos transeuntes , por debaixo do pó, nas camionetas de caixa aberta carregadas de gente, nos armazéns feitos lojas de comércio.
Os mitos assolam nos graffitis das paredes, Lampião, Maria Bonita, personagens de Rezado, Padre Cicero Luís Gonzaga fazem companhia aos mitos globais do Batman e dos tags nas paredes da cidade.Quando regressei, tive a sensação que ganhara algo de importante, não sei explicar bem como, mas o meu coração vinha maior. Talvez porque as pessoas que participaram no congresso da CONFAEB me tivessem enriquecido.Fazer um congresso da Federação dos Artes educadores do Brasil naquele sítio foi um acto de coragem que saúdo.
O cenário foi o mais improvável, ventoinhas gigantes que pareciam turbinas tentavam refrescar o ar cálido, uma universidade incrível, promotora de cultura que preservava a literatura de cordel apoiando a tipografia Lira, uma tipografia onde ainda se faziam xilogravuras, que tinha prensas antiquíssimas ainda a funcionar. Uma inauguração de uma faculdade de Artes Plásticas numa mansão colonial em Barbalha, obra incrível de persistência e labor. Naquele fim do mundo tudo podia acontecer, e as relações humanas tinham mais possibilidades de se tecerem. A qualidade da programação foi excelente.
A par das conferências e mesas redondas houve grupos de trabalho temáticos onde se dialogou e se construiu massa crítica. Alunos de graduação, de mestrado e de doutoramento dialogavam abertamente com professores e especialistas numa relação construtiva. Os grupos de trabalho eram muitos, e parece-me que na sua maioria funcionaram assim.
O público na grande sala mostrou-se muito participativo , sobretudo quando as palestras visavam políticas educativas. A formação de professores, o âmbito da arte educação , teoria e práticas foram temas de largo debate.
Fiquei admirada com a faixa etária, a maioria dos participantes rondaria os trinta anos de idade, alguns deles professores de ensino fundamental e médio , muitos professores universidades públicas e privadas. Vieram autênticas excursões de estados afastados, camionetas de Pernambuco, do Maranhão, de Uberlândia, de João Pessoa com alunos e professores das respectivas universidades. Gostei também da presença multidisciplinar, especialistas de ensino em artes visuais, dança, teatro e música estavam presentes, tomando consciência do seu papel no futuro da politica educativa do país.
Um país que sentiam optimista, e espero que continuem a sentir por muitos mais anos.
Fiquei maravilhada com a alegria contagiante, mas mais ainda com o ambiente de esperança na arte educação que todos eles partilhavam. E então percebi porque é que ao longo destes anos tem havido tanto esforço na investigação em arte educação no Brasil.
Pude ver com os meus próprios olhos como esse esforço está tendo resultados, uma nova geração que mexe , que questiona e que não se contenta com modelos importados."
A região tem um encanto muito especial, é conhecida como o oásis do sertão apesar de em Novembro o ar ser seco e quente as palmeiras dão uma pincelada verde na paisagem. As casas brancas com riscas coloridas ou de cores bem fortes dão uma alegria incrível ás pequenas cidades, cidades pacatas onde os habitantes prolongam conversas sem fim nos jardins e nos pequenos bares. As pessoas da região são contadores de histórias, falam pausadamente numa sequência de ritmo tranquilo. Nem a confusão do Juazeiro do Norte me tirou esta ideia de tranquilidade e colorido.
A floresta do Araripe, Nova Olinda, Barbalha, e Crato têm um encanto cheio de mistério, histórias de colonos que ‘cantaram as terras’, de índios que esconderam as nascentes, histórias de cangaceiros, bandidos terríveis, comunidades rebeldes, enfim histórias de homens e de mulheres que se espelham em cada esquina.
Respira-se uma música que apetece dançar nos sorrisos dos transeuntes , por debaixo do pó, nas camionetas de caixa aberta carregadas de gente, nos armazéns feitos lojas de comércio.
Os mitos assolam nos graffitis das paredes, Lampião, Maria Bonita, personagens de Rezado, Padre Cicero Luís Gonzaga fazem companhia aos mitos globais do Batman e dos tags nas paredes da cidade.Quando regressei, tive a sensação que ganhara algo de importante, não sei explicar bem como, mas o meu coração vinha maior. Talvez porque as pessoas que participaram no congresso da CONFAEB me tivessem enriquecido.Fazer um congresso da Federação dos Artes educadores do Brasil naquele sítio foi um acto de coragem que saúdo.
O cenário foi o mais improvável, ventoinhas gigantes que pareciam turbinas tentavam refrescar o ar cálido, uma universidade incrível, promotora de cultura que preservava a literatura de cordel apoiando a tipografia Lira, uma tipografia onde ainda se faziam xilogravuras, que tinha prensas antiquíssimas ainda a funcionar. Uma inauguração de uma faculdade de Artes Plásticas numa mansão colonial em Barbalha, obra incrível de persistência e labor. Naquele fim do mundo tudo podia acontecer, e as relações humanas tinham mais possibilidades de se tecerem. A qualidade da programação foi excelente.
A par das conferências e mesas redondas houve grupos de trabalho temáticos onde se dialogou e se construiu massa crítica. Alunos de graduação, de mestrado e de doutoramento dialogavam abertamente com professores e especialistas numa relação construtiva. Os grupos de trabalho eram muitos, e parece-me que na sua maioria funcionaram assim.
O público na grande sala mostrou-se muito participativo , sobretudo quando as palestras visavam políticas educativas. A formação de professores, o âmbito da arte educação , teoria e práticas foram temas de largo debate.
Fiquei admirada com a faixa etária, a maioria dos participantes rondaria os trinta anos de idade, alguns deles professores de ensino fundamental e médio , muitos professores universidades públicas e privadas. Vieram autênticas excursões de estados afastados, camionetas de Pernambuco, do Maranhão, de Uberlândia, de João Pessoa com alunos e professores das respectivas universidades. Gostei também da presença multidisciplinar, especialistas de ensino em artes visuais, dança, teatro e música estavam presentes, tomando consciência do seu papel no futuro da politica educativa do país.
Um país que sentiam optimista, e espero que continuem a sentir por muitos mais anos.
Fiquei maravilhada com a alegria contagiante, mas mais ainda com o ambiente de esperança na arte educação que todos eles partilhavam. E então percebi porque é que ao longo destes anos tem havido tanto esforço na investigação em arte educação no Brasil.
Pude ver com os meus próprios olhos como esse esforço está tendo resultados, uma nova geração que mexe , que questiona e que não se contenta com modelos importados."
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Hoje fiz greve!
por uma avaliação dignificante
por uma avaliação válida
por uma avaliação estruturada nos princípios básicos da democracia
por uma avaliação credível
porque os professores têm o direito de verem reconhecido o seu trabalho dentro e fora da ESCOLA, dentro e fora do horário estipulado de trabalho no compromisso com a sociedade, com a educação e com o futuro.
porque devemos todos e todas defender a ESCOLA enquanto lugar criador de consciências!
Hoje fiz greve porque quero ser avaliada não formatada.
por uma avaliação válida
por uma avaliação estruturada nos princípios básicos da democracia
por uma avaliação credível
porque os professores têm o direito de verem reconhecido o seu trabalho dentro e fora da ESCOLA, dentro e fora do horário estipulado de trabalho no compromisso com a sociedade, com a educação e com o futuro.
porque devemos todos e todas defender a ESCOLA enquanto lugar criador de consciências!
Hoje fiz greve porque quero ser avaliada não formatada.
segunda-feira, dezembro 01, 2008
nomada
"loja temporária"
“Nómada” foi o nome escolhido por Alexandra Moura para o seu novo projecto.
"Trata-se de uma loja temporária,
um espaço de cariz urbano que visa incentivar a cultura em diversas cidades do país, uma plataforma de promoção e divulgação de trabalhos de diferentes áreas do design nacional e de lançamento de novas tendências.
A primeira edição da guerrilha store terá lugar na Figueira da Foz, entre 18 de Julho e 17 de Agosto, e será acompanhada por iniciativas paralelas como o “Nómada Live Act” - com as actuações das bandas Coldfinger (18 de Julho) e X-Wife (19 de Julho) – e a festa de música electrónica, “Nómada Clubbing”, que se realizará no dia 9 de Agosto e contará com nomes como Magazino e Freshkitos."
“Nómada” foi o nome escolhido por Alexandra Moura para o seu novo projecto.
"Trata-se de uma loja temporária,
um espaço de cariz urbano que visa incentivar a cultura em diversas cidades do país, uma plataforma de promoção e divulgação de trabalhos de diferentes áreas do design nacional e de lançamento de novas tendências.
A primeira edição da guerrilha store terá lugar na Figueira da Foz, entre 18 de Julho e 17 de Agosto, e será acompanhada por iniciativas paralelas como o “Nómada Live Act” - com as actuações das bandas Coldfinger (18 de Julho) e X-Wife (19 de Julho) – e a festa de música electrónica, “Nómada Clubbing”, que se realizará no dia 9 de Agosto e contará com nomes como Magazino e Freshkitos."
"Muere lentamente
quien se transforma en esclavo del hábito, repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca.
No arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente
quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente
quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones, justamente las que rescatan el brillo de los ojos, sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente
quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se permite por lo menos una vez en la vida, huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente
quien no viaja,
quien no lee,
quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente
quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.
Muere lentamente,
quien pasa los días quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente,
quien abandona un proyecto antes de iniciarlo, no preguntando de un asunto que desconoce o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.
Evitemos la muerte en suaves cuotas,
recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad."
Pablo Neruda
quien se transforma en esclavo del hábito, repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca.
No arriesga vestir un color nuevo y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente
quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente
quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones, justamente las que rescatan el brillo de los ojos, sonrisas de los bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente
quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo, quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien no se permite por lo menos una vez en la vida, huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente
quien no viaja,
quien no lee,
quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente
quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.
Muere lentamente,
quien pasa los días quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente,
quien abandona un proyecto antes de iniciarlo, no preguntando de un asunto que desconoce o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.
Evitemos la muerte en suaves cuotas,
recordando siempre que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que conquistemos una espléndida felicidad."
Pablo Neruda
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