quarta-feira, novembro 26, 2008
escola do presente
escola do presente
Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008
Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008
A escola pública morreu, enquanto espaço democrático multifacetado (e idealista) de instrução científica e artística e de formação cívica — já o proclamei aqui algumas vezes. Foi abruptamente estilhaçada pelo maremoto das desconexas e demagógicas ordenações socratistas de 2008: novo estatuto do aluno, nova lei sobre o ensino especial, novo regulamento de avaliação de desempenho docente e novo modelo de gestão escolar. Foi desacreditada pela propaganda do ministério e da ministra que a tutelam e caiu em desgraça junto da opinião pública. Foi tomada por demasiados candidatos a futuros directores escolares embevecidos pelos decálogos de José Sócrates e inebriados pelas cartilhas sobre as dinâmicas de gestão no mundo neoliberal – afinal, as mesmas cartilhas que agora puseram o mundo à beira do caos. Foi pervertida pela imposição, por parte do Ministério da Educação, de um sistema burocrático kafkiano que visa obrigar os professores a fabricarem um sucesso educativo ilusório. Foi adulterada por alguns professores pragmáticos ou desprovidos de consciência crítica, os quais exibem a sua diligente e refinada burocracia como arma de arremesso para camuflar as suas limitações científicas, pedagógicas e culturais. E, neste momento, quando decorrem nas várias escolas eleições para os conselhos gerais transitórios, está a ser vítima de um já previsível mas intolerável processo de politização (no sentido mais pejorativo da palavra). Tal processo é dirigido por forças que em muitos casos se mantiveram durante anos alheados dos grandes problemas das escolas, mas que na actual conjuntura encaram estas instituições (outrora) educativas como tribunas privilegiadas para servirem maquiavélicos interesses de poder pessoal e/ou de carácter político-partidário.A nova escola pública que está a emergir é uma farsa. Tornou-se um território deveras movediço, onde reina uma desmedida conflitualidade (e competitividade) social e política e uma grotesca e insuperável contradição entre os conceitos de 'escola inclusiva' e de 'pedagogia diferenciada'.
Nesta instituição naufragaram, entretanto, num conspurcado lamaçal, os nobres ideais instrutivos, formativos e educativos. O famoso PC portátil 'Magalhães', ofertado em grande escala, numa bem encenada operação de marketing, a alunos do primeiro ciclo que cada vez sabem menos de Português ou Matemática e utilizam os computadores somente para simples divertimento é, de resto, o mais recente exemplo do sentido irreal e burlesco das prioridades deste sistema educativo.A nova escola pública é hoje uma empresa gerida por muitos tecnocratas alinhados com a actual ordem política, e equipada por operários que se desejam amanuenses servis e catequizados na alegada única ideologia vigente (a qual — agora já todos o sabemos — se encontra manifestamente em crise).
A verdadeira função desta espécie de mal engendrada e desalmada linha de montagem é produzir, automaticamente, em massa, de forma acelerada, e a baixos custos, duvidosos produtos estandardizados. Esta nova escola é, afinal, um hino ao velho Fordismo. O tal sistema que venerou o dinheiro como deus supremo do homo sapiens sapiens e que projectou um mundo sublime, onde o Homem é castrado da sua capacidade cognitiva e coagido a demitir-se das suas quotidianas obrigações familiares bem como de outros cívicos desígnios sociais em nome do lucro desenfreado (de uns poucos), da sobrevivência, do consumismo e do hedonismo desregrados. Aquele sistema perfeito superiormente ironizado por Aldous Huxley ('Admirável Mundo Novo') ou por Charlie Chaplin ('Tempos Modernos'), nos anos 30 do século XX, que está agora no epicentro de mais um 'tsunami' financeiro de consequências imprevisíveis para a humanidade, 'tsunami' esse cujas causas são reincidentes e estão bem diagnosticadas. Enfim, aquele implacável sistema materialista mecanicista e 'darwinista' cujo modo de vida John dos Passos também satirizou, numa obra datada dos mesmos anos 30 ('O Grande Capital'), com esta antológicas palavras: 'quinze minutos para almoçar, três para ir à casa de banho; por toda a parte a aceleração taylorizada: baixar, ajustar o berbequim-acertar a porca-apertar o parafuso.
Baixarajustaroberbequimacertaraporcaapertaroparafuso, até que a última parcela de vida tenha sido aspirada pela produção e que os operários voltem para casa, trémulos, lívidos e completamente extenuados'.'Porreiro pá!' Mas, pá, será esta a escola e o mundo que nós desejamos para os nossos alunos, para os nossos filhos?"
segunda-feira, novembro 24, 2008
quinta-feira, novembro 20, 2008
a grande questão
o terceiro livro da Bruuá
"Não admira que este livro tenha ganho o prémio da Feira de Bolonha para melhor livro na categoria Ficção. É uma daquelas obras aparentemente simples, cuja profundidade convida tanto crianças como adultos a reflectir sobre a grande questão: Por que é que estamos aqui?
Children’s Literature
Na capa, a criança de Wolf Erlbruch abre os braços, num sinal de interrogação, em cima de uma meia lua, que não é mais do que a Terra quando espreitamos a contracapa. Ela coloca a grande questão que nunca será enunciada: “Porque estou eu aqui na Terra?”
Em cada dupla página o autor dá respostas com humor, insólitas e ao mesmo tempo pertinentes. O número três responde: “Para saberes, um dia, contar até três”; a morte “Estás aqui para amar a vida”; o pato: “Não faço ideia”... depois vem a vez dos pais que alternativamente afirmam o seu amor: “ Porque a tua mãe e eu nos amamos”; “Estás aqui para eu te amar”
No final do livro, folhas pautadas são propostas à criança (e aos pais) de forma que possa, ao crescer, encontrar outras respostas à grande questão. Neste livro, a originalidade da ilustração encontra eco no texto conciso e pleno de emoção. Um grande livro de um mágico extraordinário. Leitura obrigatória que não pode esperar, para que pequenos e grandes possam responder a esta eterna pergunta!
Cendrine Genin - Sitarmag
Por que estou aqui ?
Digo a mim própria várias vezes que se os bebés conseguissem falar, todos eles poriam a mesma questão ao vir a este mundo : « Por que estou aqui ? ». De uma forma mais ou menos consciente, com mais ou menos facilidade, todos nós já colocamos esta questão ao longo da nossa vida. Podemos formulá-la de várias formas. Podemos até ficar um pouco inquietos com a angústia que ela nos suscita ou até mesmo tentar evitá-la. Mas será que a conseguimos evitar ?
Nos livros ilustrados, certos autores inventam histórias de vida. Histórias que nos falam para além da realidade, das palavras e das imagens… São estes livros que queremos partilhar com os mais novos, os mais crescidos e os adultos… Queremos ler em conjunto estas obras literárias que nos tocam na nossa dimensão humana. (…)
Neste livro, a grande questão não é colocada. Somente respostas aparecem nas páginas. Respostas dadas pelo irmão, pelo gato, pelo piloto, a avó, o homem gordo, a irmã, a morte, o marinheiro… e tantos outros, já que a vida nos reserva todo o tipo de encontros.
E como diz Albert Jacquard, tudo está no encontro. «O "jogo" vem dos outros. Nasce, eclode quando o outro diz "tu". É a humanidade que cria o "eu"». (…)
Uma das funções da literatura é, sem dúvida, ajudar-nos a construir o nosso ponto de vista sobre o mundo. Os nosso livros preferidos são aqueles que nos oferecem novas questões, novas visões, novos pensamentos…
«A grande questão» é um grande livro.
Dominique Rateau
Outras recensões
La gran pergunta
Teresa Duran | Revista Babar
La grande question
Ricochet Jeunes"
terça-feira, novembro 18, 2008
segunda-feira, novembro 17, 2008
quarta-feira, novembro 12, 2008
terça-feira, novembro 11, 2008
O QUÊ???
"cegos de Madrid - Júlio Pomar"
"Vivia Junto ao risco
e junto ao perigo
e onde outros eram sim
ele era não
e onde outros eram cinza
ele era chama
Combatia de frente o inimigo
e os matadores sabiam que viria
porque por si ele nunca deu ninguém
nem tinha sina
de morrer na cama
De peito para a bala
ele corria
do alto da sua morte
ei-lo que vem
de cada vez que
Portugal o chama"
Manuel Alegre /1996 sobre o General sem Medo
O que eu penso e sinto
Este é um tema do qual tenho estado arredia e fugidia, não porque não esteja atenta, não porque não me preocupe, não porque não o sinta na pele, mas a Ministra e os seus parceiros que, como ela refere, prepararam não só a avaliação como a renovação do Estatuto da Carreira Docente desde à dois anos a esta parte, sabe.
Sabe que os professores têm medo.
Têm medo de perder a titularidade
Têm medo de deixarem de serem considerados Coordenadores – Avaliadores
Têm medo de perderem uma espécie de categoria que mais não lhes traz do que um trabalho acrescido sobre uma ou mais matérias para as quais não foram democraticamente seleccionados e/ou preparados.
Quem no seu perfeito juízo faria uma auto-avaliação e se perguntaria:
- Agora que sou avaliador/a Coordenador/a conseguirei entender que os itens e os critérios de seriação para Professor/a Titular não estavam correctos, ou induziam uma espécie de alvo (todos sabemos que a avaliação por escolha múltipla pode induzir a resultados esperados)?
- Consigo verificar que os indicadores de medida apenas referiam a minha antiguidade e a minha prestação enquanto (Delegado/a, Director/a de Turma, de instalações e de outros cargos que, em algumas situações serviam para complementar horário, eram rotativos dentro do grupo disciplinar, etc.?
- Consigo verificar com idoneidade que o/a meu ou minha colega merece um “Muito Bom” apesar de haver cotas para a atribuição desta modalidade de classificação e eu também estar integrado nessa cota (ou seja sou também um/a candidata ao “Muito Bom”)?
- Saberei distinguir o que a burocracia me oferece do trabalho efectivo realizado com os alunos?
- Saberei entender o significado que a minha avaliação irá ter na vida profissional destes professores?
- Sei avaliar professores/as?????
- Pior! Como poderei, em consciência atribuir um "Muito Bom" e sugeitar-me a ser classificado/a com um "Bom" ou "satisfaz"? Como me sentirei perante os meus (im)pares? Com que autoridade fica a minha avaliação? Com que autoridade fico eu?
Então seria fácil…a solução está em cada um,
os tempos são outros,
claro que é interessante verificar a existência de milhares de colegas sentido a mesma (será?) consciência, um apelo à solidariedade (será?)
No poema do Manuel Alegre a Humberto Delgado diz que ele tinha a perder
A VIDA…
O que perdem os meus (minhas) colegas titularizados à pressão?
O que têm a perder?
Um título?
Vencimento acrescido?
Dignidade?
Integridade?
Importância?
Respeito?
O quê????
Porque não cumprem com o que todos e todas estão a gritar nas ruas da capital?
E se não o cumprem
Porque esperam que a Ministra o faça?
Porque o faria?
O que perde ela em manter os propósitos do seu projecto de segregação, discriminação, exploração, e pior, fazer da profissão docente uma comédia?
Não perde nada porque ela sabe
Que, depois de dividir os professores e professoras, os que, supostamente subiram (não sei para onde) ninguém no seu prefeito juízo está disposto/a a apresentar a sua DEMISSÂO!
Então porque o deverá fazer ela?
Não percebem que os itens de selecção para titular não foram concebidos para avaliar competências???
Porque quereria eu ser seleccionada por ser mais velha, por não ter estudado o que estudei, por não ter engravidado, por não ter estado doente?
Porque NÃO quereria eu ser seleccionada pelas minhas competências, a minha capacidade, o meu discernimento, os meus projectos, o meu envolvimento com o desenvolvimento científico, pedagógico da Escola, do Ensino, das associações profissionais e dos meus alunos, etc.?
Desculpem lá…ainda não consegui perceber porque SIMPLESMENTE os professores e professoras não acabam com o processo e começam a mostrar que não têm medo e que estão dispostos a ensinar e a colaborar numa sociedade que, espero, ainda se quer democrática. É tão simples. Basta (MAIS) um papel.
eu sei...é ingenuidade minha...e este texto custou-me muito a escrever confesso!!!
(desculpem, mas tenho o mestrado em avaliação educacional, por acaso acho que sei, ainda, quando a avaliação é tendiciosa ou democratizante, sei ler o que um formulário pretende, mas também sei que não gostaria de fazer estas perguntas a mim própria...quem as fará???)
...como em tudo na vida
opto por aquilo em que acredito OU
opto por aquilo que julgo possuir?
o jogo está escrito na história da humanidade
e no tabuleiro
é simples:
dá-se ao escravo a possibilidade de ser carrasco
e este
julgando-se a salvo ou elogiado,
por orgulho, medo ou sobrevivência
opta por chicotear o seu igual
simples.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Maria Gabriela Llansol
Jade - Cadernos Llansolianos
"as Escolas deviam ir à frente do mundo"
Maria Gabriela Llansol
encontrei esta frase no bolso da bata onde antes pintava que hoje vesti passados tantos dias e tantos anos. Tinha por hábito guardar imagens e textos, frases, objectos, qualquer coisa que me fizesse re-instalar as ideias. Não sei por isso se a tirei daqui ou dali, estava no bolso esquecido da minha bata azul ultramarino que usava quando uma vez eu era outra pessoa
vesti hoje a bata para a pintura das paredes da galeria do improviso e estava lá a frase como se soubesse que tinha uma qualquer lógica aparecer ali, naquela hora, naquele instante
emprestei a frase aos meus alunos e alunas, emprestei a bata
pintei as mãos e os dedos e os cabelos e um sorriso...
acreditei, por instantes, não haver melhor lição para este "admirável mundo novo" do que o quadro que ali vi
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
é assim, creio eu, como um pensamento puro interpretado com a esperança desse mundo
se pode tornar uma armadilha de palavras enroladas
deste mundo
palavras "escola" e "mundo" agora têm de estar ligadas a uma desejada humanidade
ali a frase fez sentido
aqui também
...
do lado de fora da escola
no lado de dentro dos mundos
fazendo gente
...quanto ao resto
lavo as minhas mãos
pintadas de branco
LIBERDADE
«Acabo de proclamar a independência dos meus actos. À cerimônia compareceram apenas alguns desejos insatisfeitos, duas ou três atitudes condenáveis. Um propósito nobilitante, que prometera aparecer, enviou à última hora a sua escusa humilde. A cena transcorreu num silêncio pavoroso.
Creio que o erro esteve na proclamação ruidosa: trombetas e sinos, foguetes e tambores. E, para culminar, uma engenhosa queima de moral pirotécnica, que não chegou a arder de todo.
No final das contas, achei-me sozinho comigo mesmo. Despojado de todos os atributos de caudilho, os confins da noite encontraram-me empenhado na simples tarefa de escritório. Com os últimos restos de heroísmo, atirei-me à penosa incumbência de redigir os artigos de uma extensa Constituição, que amanhã submeterei à assembleia-geral. O trabalho divertiu-me um pouco, apagando do meu espírito a triste impressão do fracasso.
Leves e insidiosos pensamentos de rebeldia voam como mariposas noturnas em volta da lâmpada, enquanto sobre os escombros de minha prosa jurídica passa, de quando em vez, um tênue sopro da Marselhesa.»
Juan José Arreola,
escritor mexicano "amigo e interlocutor de Jorge Luis Borges. Da mesma geração que Juan Rulfo, foi um renovador da literatura não só mexicana, mas de toda a literatura da America Latina."
-------------------------achei propositado depois de um dia de Escola a trabalhar com os alunos fora da Escola para a exposição-------------------------------------------------------------------
resposta à questão da ponte
...afinal são duas!!!
e a segunda (a dos carros), que estava oculta,
têm o ângulo!!!
Mea culpa!
Afinal estava tudo bem pensado...e o rio tem mais uma ponte!
...eu perguntei...
domingo, novembro 09, 2008
sim? como???
"O ensino da arte é sempre bem vindo no senso comum quando é um meio, porém, quando é um fim, entramos nos territórios da expressão, da autonomia, do auto conhecimento, abrindo janelas e portas para trânsitos inesperados.
Eis que surge o problema: como controlar alguém que tece seus próprios pensamentos e atitudes, que tem habilidades de fazer diálogos entre mundos?
Um abraço
Lila Rosa"
(do Brasil)
Eis que surge o problema: como controlar alguém que tece seus próprios pensamentos e atitudes, que tem habilidades de fazer diálogos entre mundos?
Um abraço
Lila Rosa"
(do Brasil)
Congreso Internacional Arte y Educación en Santiago de Compostela.contex-ARTE 09
Durante el mes de marzo de 2009 se va a celebrar en Santiago deCompostela un congreso internacional que reunirá a los investigadoresy artistas más reconocidos a nivel mundial, para crear nuevos nexos deunión entre el arte y la educación. El lugar de celebración será elCentro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) gracias al convenioestablecido entre esta institución museística (a través de laresponsable del departamento educativo, Cristina Trigo) y laUniversidad de Santiago de Compostela (por medio de la profesora MaríaJesús Agra).
Este congreso intentará crear conexiones entre diferentes espacios yagentes implicados entre el arte y la educación, desde unplanteamiento activo, en donde la propia estructura de congreso seadaptará a este modelo dinámico.
Girará en torno a tres ejesinterrelacionados, el primero de ellos, observar el contexto global dela educación artística; el segundo eje, la puesta en marcha deproyectos con la implicación de diferentes colectivos; y el tercero deellos, ahondar en la idea de qué aporta el arte al desarrollo humano.
Durante el mes de marzo de 2009 se va a celebrar en Santiago deCompostela un congreso internacional que reunirá a los investigadoresy artistas más reconocidos a nivel mundial, para crear nuevos nexos deunión entre el arte y la educación. El lugar de celebración será elCentro Galego de Arte Contemporánea (CGAC) gracias al convenioestablecido entre esta institución museística (a través de laresponsable del departamento educativo, Cristina Trigo) y laUniversidad de Santiago de Compostela (por medio de la profesora MaríaJesús Agra).
Este congreso intentará crear conexiones entre diferentes espacios yagentes implicados entre el arte y la educación, desde unplanteamiento activo, en donde la propia estructura de congreso seadaptará a este modelo dinámico.
Girará en torno a tres ejesinterrelacionados, el primero de ellos, observar el contexto global dela educación artística; el segundo eje, la puesta en marcha deproyectos con la implicación de diferentes colectivos; y el tercero deellos, ahondar en la idea de qué aporta el arte al desarrollo humano.
texto de António Mário para a exposição do 10º AVA "momentosgrafite"
O RETRATO
O rosto é sempre doutro
O rosto é sempre doutro
quando o olho na água da distância que cerca o que aquém da imagem é uma flor de busca.
Os dedos correm pela árvore do papel,
abrem silhuetas de grafite nos nódulos de erva,
começam o lento percurso dos nós que a mão desenha
no macio grão do leito que o amor constrói
como um sol por dentro da raiz do dia que é a alegria da palavra feita para ser um puro canto de pássaro na música do sangue a dessedentar a casa do futuro.
O fogo é a criança adormecida no ângulo mágico do retrato,
a outra margem do corpo a sentar-se nos ossos que sustentam o voo duma palavra de vento que a grafite encosta como uma estrela candente no coração de cada um.
É esta a viagem.
O início do mar que o corpo é.
Chamem-lhe canção, vento, ave, beijo.
Deixem que abra a janela que dá para as falésias do azul-cobalto da sede dos sonhos,
a casa se inunde de aves e vento salino,
a palavra adquira o brilho do diamante esconso no punho enrugado do carvão.
Ficam algumas memórias: um ciclo de água no círculo do fogo.
O traço alquímica da luz dentro do negro,
ave renascida a cada página da madrugada,
a sede de universo no gesto mais simples do mistério da personagem que há no rosto de cada um.
O brilho da infância atravessa o retrato com um cântico e é nesse rumor que o humano renasce
e a viagem começa.
António Mário Lopes dos Santos
7/11/2008
António Mário Lopes dos Santos
7/11/2008
sábado, novembro 08, 2008
re-made in Portugal
ECO-Design
Exposição "Remade in Portugal 2008"
Designers e arquitectos reciclam para criar projectos originais
Designers, estilistas e arquitectos portugueses vão apresentar projectos originais com materiais reciclados na exposição internacional "Remade in Portugal 2008", patente a partir de 1 de Novembro no Museu da Electricidade, em Lisboa.
Lusa
Em segunda edição, esta exposição de design ecológico conta com a participação de novos criadores além dos que estiveram na primeira, em 2007, na Estufa Fria, e apresentará também uma programação paralela de eventos que apresentará concertos, conferências e workshops. Os novos criadores na edição deste ano serão, na área da moda, Ana Salazar e Maria Gambina, na área do design, as empresas e criadores Dasein, SimpleFormsDesign, Carlos Aguiar, Rita Garizo, OM-JP e Henrique Ralheta, e, na área da arquitectura, António Portugal, Manuel M. Reis, , Mafalda Nunes e João Mendes Ribeiro.
Designers e arquitectos reciclam para criar projectos originais
Designers, estilistas e arquitectos portugueses vão apresentar projectos originais com materiais reciclados na exposição internacional "Remade in Portugal 2008", patente a partir de 1 de Novembro no Museu da Electricidade, em Lisboa.
Lusa
Em segunda edição, esta exposição de design ecológico conta com a participação de novos criadores além dos que estiveram na primeira, em 2007, na Estufa Fria, e apresentará também uma programação paralela de eventos que apresentará concertos, conferências e workshops. Os novos criadores na edição deste ano serão, na área da moda, Ana Salazar e Maria Gambina, na área do design, as empresas e criadores Dasein, SimpleFormsDesign, Carlos Aguiar, Rita Garizo, OM-JP e Henrique Ralheta, e, na área da arquitectura, António Portugal, Manuel M. Reis, , Mafalda Nunes e João Mendes Ribeiro.
Os arquitectos Adalberto Dias, Álvaro Siza, José Manuel Carvalho Araújo, Nuno Sottomayor, os designers Pedro Silva Dias, Alda Tomás, Francisco Providência e Pedro Sottomayor, e os estilistas Nuno Gama e Luís Buchinho, regressam nesta edição, mas com novas criações.
Incentivar as empresas a desenvolver produtos com um desenho original e qualidade de produção, utilizando materiais reciclados, é o grande objectivo do "Remade in Portugal 2008", evento organizado pela Agência Portuguesa do Ambiente. Projecto nasceu em ItáliaCriado originalmente em 2004 pela Regione Lombardia, em Itália, o projecto rapidamente obteve a adesão do Ministério do Ambiente italiano e de vários consórcios ligados à reciclagem, passando a "Remade in Italy", com a finalidade de difundir a cultura do eco-design e do desenvolvimento sustentável. A partir do projecto "Remade in Italy" foi criada uma rede da qual já fazem parte, Portugal, Chile, Brasil e Argentina. Espanha e França vão ser os próximos países a aderir a esta iniciativa. Em Portugal, o projecto está a dinamizar a comercialização de produtos com design ecológico, ao mesmo tempo que divulga o trabalho dos criadores portugueses nos circuitos expositivos internacionais.
O público poderá ver estes produtos originais feitos em materiais reciclados até 16 de Novembro no Museu da Electricidade, cedido pela Fundação EDP, que este ano acolhe a iniciativa.
quinta-feira, novembro 06, 2008
terça-feira, novembro 04, 2008
Do MACBA - Barcelona para Museu Berardo em Março 2009
Inaugurou em Barcelona no MACBA "A condição do documento e da utopia moderna" que analisa a noção do documento na história da fotografia a partir de estudo da possibilidade cenográfica de alguns debates sobre o género ao longo do séc. XX.
Além do objectivo de valorizar diversas hipóteses sobre os significados e os mecanismos do documental, traça um registo histórico que inicia no início da hegemonia da fotografia na imprensa ilustrada, no primeiro terço do séc. XX e chega à suposta crise do realismo fotográfico da era digital, no final do século passado. A exposição não pretende, no entanto ser uma história de género nem as suas possiveis definições, mas sim procura estudar com o documento fotográfico se constituíu - sempre de uma forma ambivalente e polémica - em determinados contextos históricos.
Arxiu universal. La condició del document i la utopia fotogràfica moderna
23/10/2008 - 06/01/2009 MACBA
09/03/2009 - 03/05/2009 Museu Berardo de Lisboa
"Aquesta exposició analitza la noció de document en la història de la fotografia a partir de l'estudi i l'escenificació d'alguns debats sobre el gènere al llarg del segle xx. Amb l’objectiu de valorar diverses hipòtesis sobre els significats i els mecanismes del documental, traça un recorregut històric que arrenca amb l'inici de l'hegemonia de la fotografia a la premsa il·lustrada, al primer terç del segle xx, i arriba fins a la suposada crisi del realisme fotogràfic a l'era digital, a la fi del segle. L'exposició, però, no pretén ser una història del gènere ni esgotar les seves possibles definicions, sinó que intenta estudiar com el document fotogràfic s'ha constituït –sempre d’una manera ambivalent i polèmica– en determinats contextos històrics. D’ençà que John Grierson, fundador del moviment documental britànic a la fi dels anys vint, definís el documental com el «tractament creatiu de l'actualitat», aquest gènere va esdevenir el nucli dels discursos sobre el realisme en la fotografia i el cinema. Això no obstant, els conceptes de document i documental han adquirit significats canviants al llarg del segle XX. La complexitat de la seva definició deriva del fet que aquests conceptes s’inscriuen en la filosofia del positivisme, subjacent al saber científic occidental, i s’imbriquen en diversos camps discursius a més de l’artístic, com el de les ciències socials i naturals, el dret i la historiografia. L'exposició s'organitza en dues grans parts que se subdivideixen en diversos àmbits. La primera part planteja alguns dels principals debats sobre el document fotogràfic en el període modern, aproximadament del 1850 al 1980.
La segona part situa aquest debat en la trajectòria històrica de Barcelona, entesa com un cas específic d'estudi. La condició del document i la utopia fotogràfica moderna El punt d’arrencada de l’exposició, Polítiques de la víctima, mostra l’aparició del discurs documental en la fotografia i el cinema, vinculat a la representació de les classes populars. El treball de Lewis Hine per al National Child Labor Committee, iniciat el 1907, es pot considerar el precursor d’un tipus de documental artisticopolític, de caire reformista, que neix com a gènere de denúncia. En aquest sentit, el gènere es constitueix històricament per representar els més desfavorits i instaura una «tradició de la víctima». La seva màxima difusió es produirà a través de les revistes il·lustrades que proliferen al llarg dels anys trenta i que conformen l'espai fotogràfic públic per excel·lència fins als anys cinquanta. Les imatges de Hine estableixen les bases del documental reformista, promogut des de l'Estat, que culmina el 1935 amb el gran projecte de la Farm Security Administration sobre els efectes de la depressió econòmica en el món agrícola del sud-est dels Estats Units. Aquest projecte, en el qual van participar fotògrafs com Walker Evans, Dorothea Lange, Ben Shahn, Arthur Rothstein i Russell Lee, es va convertir en la gran construcció visual de les polítiques del New Deal. Enfront del documental reformista, a la segona meitat dels anys vint prolifera un moviment fotogràfic documental vinculat al moviment internacional dels treballadors que sorgeix arran de la Tercera Internacional Comunista. S’origina en els paradigmes fotogràfics i els debats sobre el realisme, el reportatge i la factografia en l'escena soviètica, que protagonitzen fotògrafs i crítics com Aleksandr Rodtxenko, Serguei Tretiakov i Boris Kuixner. A partir dels pressupòsits revolucionaris, aquest moviment promou un ús de la imatge i l’autorepresentació dels treballadors com a forma d'emancipació i d'apropiació dels mitjans de (re)producció. Així doncs, es fomenta la documentació de la vida quotidiana dels treballadors i de la vida a les fàbriques. Un dels seus exemples paradigmàtics és el clàssic reportatge d’Arkady Shaikhet i Max Alpert, Un dia a la vida d'una família de classe treballadora a Moscou (1931). El segon àmbit, Espais fotogràfics públics, traça la trajectòria de les exposicions dissenyades a partir d'una concepció «expandida» de l'espai basada en l'ús de la fotografia. Les exposicions fotogràfiques dissenyades per El Lissitzky entre el 1928 i el 1930 van establir un nou model sorgit de les ruptures epistemològiques i les nocions d'una «nova visió» de l'era de la revolució soviètica. Aquest paradigma s'estendrà a Europa occidental a través dels dissenyadors i arquitectes de la Bauhaus i serà absorbit per l'estètica totalitària dels nous règims feixistes d'Itàlia i Alemanya als anys trenta. La seva arribada als Estats Units de la mà de Herbert Bayer, en el context propagandístic de la Segona Guerra Mundial i de la Guerra Freda, es reflectirà en diverses exposicions del MOMA que culminen en The Family of Man, del 1955.
D'aquesta manera es dibuixa la trajectòria d’un espai arquitectonicofotogràfic utòpic, que comporta un nou tipus d'espectador, des de la Rússia revolucionària fins a l'Amèrica de la Guerra Freda. En tercer lloc, l’exposició explora la noció de la fotografia com a eina per a les ciències socials i per a la creació d'arxius d'imatges en projectes històrics. Des de la Mission Héliographique del 1851 fins a la Mission de la DATAR de la dècada de 1980, aquestes campanyes o missions fotogràfiques suposen la formalització del que podem entendre com el projecte o la utopia de la fotografia en la cultura moderna: la traducció de la infinita varietat del món a un ordre racional a través de l'arxiu. Així es constitueix un fons d'imatges classificades i accessibles universalment. Dins d’aquest àmbit, s’aprofundeix en diversos casos concrets. El primer tracta de la indissociable relació entre l’antropologia i el documental, que queda reflectida en els llibres pioners de Margaret Mead i Gregory Bateson, el projecte britànic Mass Observation, les imatges rurals de les Misiones Pedagógicas o els tipus d'Ortiz-Echagüe a Espanya. El segon cas relaciona les missions fotogràfiques amb l'inventari patrimonial, el paisatge i la contribució als discursos sobre els Estats nació, sobretot a França i als Estats Units. S’hi inclouen, entre d’altres obres, algunes de les campanyes fotogràfiques clàssiques del segle xix, com la Mission Héliographique, les del paral·lel 40 a l'Oest americà i els viatges a l’Orient Mitjà de Frith, Du Camp o Salzmann. Un tercer cas d'estudi se centra en el naixement i l’evolució de la noció de patrimoni urbà i la seva memòria històrica a partir dels treballs de Marville i Atget sobre el París de la segona meitat del segle xix, i també de la representació de la ciutat a la dècada de 1930, com a Changing New York de Berenice Abbott. Als anys setanta, la crítica a la noció de fotografia com a llenguatge universal marca un punt d'inflexió, representat en l'exposició New Topographics. Photographs of a Man-Altered Landscape del 1975. La fi d'aquesta utopia ve marcada pels debats sobre el document del primer postmodernisme, que mostren –en els treballs de Martha Rosler o Allan Sekula, entre d’altres– com el valor testimonial de la imatge documental ja no es produeix espontàniament i s’ha de redefinir mitjançant el text. La construcció fotogràfica de Barcelona La segona part de l'exposició se centra en les representacions fotogràfiques de Barcelona des de l'època de l'Exposició Universal del 1888 fins al Fòrum Universal de les Cultures 2004. La relació entre els models urbanístics i la seva correspondència amb la imatge de la ciutat planteja una hipòtesi sobre la representació fotogràfica com un espai de conflicte indissociable de les lluites per la ciutat. En aquest sentit, s'examina la tensió entre la construcció d'imatges oficials i de contraimatges. Aquest àmbit arrenca amb les primeres imatges i àlbums de la ciutat, de les dècades del 1860 i 1870, que eclosionen amb l'Exposició Universal del 1888. A partir d'aquí es presenta un recorregut cronològic que comprèn les guies i els llibres apareguts amb motiu de l'Exposició Internacional del 1929 i el sorgiment d'una construcció fotogràfica oficial moderna de la ciutat en la transició a la República; la nova avantguarda fotogràfica dels cinquanta i els seixanta fins a la transició; el nou documental topogràfic de final dels setanta i els vuitanta en relació amb la recuperació de la ciutat sota les institucions democràtiques; i, finalment, el període entre els Jocs Olímpics del 1992 i el Fòrum Universal de les Cultures del 2004, en el context del pas a un model urbà postindustrial, en el qual la imatge adquireix una nova centralitat, tant en la gestió municipal com en el conflicte social. 2007. Imatges metropolitanes de la nova Barcelona Accediu a la galeria d'imatges aquí. L'exposició acaba amb la presentació dels encàrrecs fotogràfics realitzats al llarg del 2007 que configuren un diagnòstic de la ciutat actual i dels seus pols d'innovació per al segle xxi. Aquest projecte és una forma d'interpel·lació pública a través de l'apropiació del model de la missió o el survey fotogràfic, històricament patrocinat per òrgans governamentals. El survey neix amb la voluntat de construir la imatge de la ciutat emergent en una època de grans transformacions. A diferència dels anys cinquanta i seixanta, en el zenit d'un procés d'industrialització i d'expansió urbana, avui Barcelona manca d'una imatge forta que mostri els processos en curs i que proporcioni eines a les noves majories urbanes per entendre l'abast dels canvis, les oportunitats i els dilemes que es presenten, el que hi ha de nou i singular en el procés. En aquest sentit, encara no en tenim imatges i, per tant, no som capaços d'entendre el procés de desbordament del marc metropolità del segle xx. D’aquí sorgeix la necessitat de trobar un nou model i un nou projecte urbà. El mètode de treball ha consistit a detectar els fenòmens que comporten una transformació en la trajectòria històrica de la ciutat, alhora que se’n reflecteixen les continuïtats.
Defugint conscientment un plantejament topogràfic, la investigació s'ha centrat en tres grans eixos. Els treballs d’Ahlam Shibli, Marc Pataut, David Goldblatt i Allan Sekula documenten diversos aspectes sobre els canvis en les relacions entre economia, formes de treball i xarxes socials; al seu torn, Patrick Faigenbaum, Sandra Balsells i Jean-Louis Schoellkopf mostren la dimensió social dels agents econòmics de la ciutat. El segon dels eixos reflexiona sobre els canvis en les nocions de centre i perifèria amb els treballs de William Klein, Andrea Robbins i Max Becher, Gilles Saussier, Xavier Ribas, i Xavier Basiana i Ana Muller. Finalment, Andrea Robbins i Max Becher, Hans Peter Feldmann, Lothar Baumgarten i Manolo Laguillo s’ocupen, en els seus diversos encàrrecs, de la representació d’alguns llocs emblemàtics de la ciutat. Al Centre d'Estudis i Documentació es presenten els materials utilitzats en l'el·laboració d'aquest projecte fotogràfic.
Els continguts han sigut preparats pels estudiants del Programa d'estudis independets (PEI) i inclouen llibres, articles i audiovisuals de lliure consulta. Els materials estan organitzats seguint la mateixa estructura i lògica<>
segunda-feira, novembro 03, 2008
sábado, novembro 01, 2008
FIBDA 2008
O festival Internacional de B D regressa à Amadora,
até 9 de Novembro
marcando de forma incontornável o panorama cultural e também Educativo do País
Fórum Luís de Camões
De: 24-10-2008 a 09-11-2008
Horários: Todos os dias
"A tecnologia ficção e a científica dominam o 19.º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), que convida pela primeira vez autores chineses e expõe obras nunca antes exibidas a nível mundial. De 24 de Outubro a 9 de Novembro no Fórum Luís de Camões, este ano transformado numa nave espacial, entrando no espírito do universo futurista da ficção científica (FC). Sendo o tema central deste ano, a FC e a tecnologia estarão retratadas através de um confronto entre o passado e o presente sobre o que se tem feito na nona arte, em vertentes como personagens, desenhadores, argumentistas e as abordagens da FC na BD portuguesa. Na Amadora estarão expostas obras raras de Alex Raymond, criador de Flash Gordon - muitas delas que serão mostradas pela primeira vez em todo o mundo - e de Pierre Christian e Jean Claude Mézières, criadores da personagem Valérian. Destaque ainda para os autores sul-americanos Hector Oesterheld, Jodorowsky, Breccia, Solano Lopez e Oswal Viola, particularmente este último, de quem alguns dos trabalhos expostos estiveram literalmente enterrados durante a época de ditadura na Argentina."
Endereço: Rua Luís Vaz de Camões Brandoa, 2700-363 AMADORA
Concelho: Amadora
Distrito: Lisboa
O vídeo não é muito representativo mas pode-se ver aqui
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