Página imprescindível (informação de Elsa Tavares:
"La Fura dels baús"
Metamorfosis
sexta-feira, setembro 29, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
para escutar...
Selecção:
"Navio triste";
"A case of you";
"Alfonsina y el mar" (de que já aqui falei mas que dá para escutar um pouco)
Enjoy
Selecção:
"Navio triste";
"A case of you";
"Alfonsina y el mar" (de que já aqui falei mas que dá para escutar um pouco)
Enjoy
Paul Éluard Também cantado divinamente por Cristina Branco em "Ulisses"
Liberté
Sur mes cahiers d'écolier
Sur mon pupître et les arbres
Sur le sable sur la neige
J'écris ton nom
Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J'écris ton nom
Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J'écris ton nom
Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l'écho de mon enfance
J'écris ton nom.
Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J'écris ton nom.
Sur tous mes chiffons d'azur
Sur l'étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J'écris ton nom.
Sur les champs sur l'horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J'écris ton nom.
Sur chaque bouffée d'aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J'écris ton nom.
Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l'orage
Sur la pluie épaisse et fade
J'écris ton nom.
Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J'écris ton nom.
Sur les sentiers éveillés
Sur les routes déployées
Sur les places qui débordent
J'écris ton nom.
Sur la lampe qui s'allume
Sur la lampe qui s'éteint
Sur mes maisons réunies
J'écris ton nom.
Sur le fruit coupé en deux
Du miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J'écris ton nom.
Sur mon chien gourmand et tendre
Sur ses oreilles dressées
Sur sa patte maladroite
J'écris ton nom.
Sur le tremplin de ma porte
Sur les objets familiers
Sur le flot du feu béni
J'écris ton nom.
Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J'écris ton nom.
Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J'écris ton nom.
Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J'écris ton nom.
Sur l'absence sans désirs
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J'écris ton nom.
Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l'espoir sans souvenirs
J'écris ton nom.
Et par le pouvoir d'un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer
Liberté.
Paul Éluard
segunda-feira, setembro 25, 2006
sábado, setembro 23, 2006
...ontem à noite no teatro Virgínia "[homem - legenda] One man show"...ímpar. Valeu a pena sair de casa e apanhar este momento extraordinário, simples, directo, incisivo, inteligente, rir de nós prórios...com a interpretação de Pedro Carmo.
"de Pedro Carmo/Barba Azul Criação Tea
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
[Homem-legenda] é um one man show com um Homem e uma Legenda que interagem entre si e com o espectador, dramatizando conflitos num ensaio acerca de auto-conhecimento e identidade. Um espectáculo divertido, provocador, subtil, irónico e exorcisante. Um actor-personagem que pensa: quem sou? Até onde é possível conhecer-me? Tudo se resume ao sexo e à infância? E se fosse possível aceder ao meu inconsciente? Eu sou o que quero ser ou o que é socialmente suposto que eu seja? Sou eu "tudo" sob determinado ponto de vista? O que é que o meu exterior revela do meu interior? A minha "alma gémea" é me semelhante ou oposta? Porque me minto a mim mesmo? Porque não me assumo? Tenho que pedir desculpa pelo que inevitavelmente sou? E se fosse possível deitar cá para fora, de uma vez por todas, tudo o que me vai na cabeça?"
"de Pedro Carmo/Barba Azul Criação Tea
Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística
[Homem-legenda] é um one man show com um Homem e uma Legenda que interagem entre si e com o espectador, dramatizando conflitos num ensaio acerca de auto-conhecimento e identidade. Um espectáculo divertido, provocador, subtil, irónico e exorcisante. Um actor-personagem que pensa: quem sou? Até onde é possível conhecer-me? Tudo se resume ao sexo e à infância? E se fosse possível aceder ao meu inconsciente? Eu sou o que quero ser ou o que é socialmente suposto que eu seja? Sou eu "tudo" sob determinado ponto de vista? O que é que o meu exterior revela do meu interior? A minha "alma gémea" é me semelhante ou oposta? Porque me minto a mim mesmo? Porque não me assumo? Tenho que pedir desculpa pelo que inevitavelmente sou? E se fosse possível deitar cá para fora, de uma vez por todas, tudo o que me vai na cabeça?"
quinta-feira, setembro 21, 2006
Vida Slow
Recebi este fw que me recordou uma conversa, na passada primavera, com uma amiga Carla Padró (especialista em museulogia e educação) de Barcelona e que me referia a necessidade da nossa geração resgatar o "tempo lento"...entender os efeitos da meritocracia, da ambição, do desejo de poder e de ter, que nos convenceram ser fundamental para sermos felizes...talvez a felicidade não seja assim tão complicada e resida no simples facto de não desejar o que não se tem...enfim...talvez não esteja tão ultrapassada a ideia de cultivar o respeito pelos(s) outro(s) para nos respeitarmos melhor a nós próprios.
Aqui vai o fw:
"Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca. Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projecto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.
Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.
Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.
E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 9 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.
Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.
A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro).
No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro...
Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:
"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."
Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar – quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta.
Você não acha?"
Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.
Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália ( o site, é muito interessante. Veja-o! ). O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusificou. A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base
para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.
A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à “quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses.
E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.
Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já). Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade.
Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores
essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Gostaria de que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?
No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde:
_ "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."
_"Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.
Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim. Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.
Tempo todo mundo tem, por igual! Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que
cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon,
"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...
Parabéns por ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.
Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família. De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!
Saber aprender para sobreviver..."
Recebi este fw que me recordou uma conversa, na passada primavera, com uma amiga Carla Padró (especialista em museulogia e educação) de Barcelona e que me referia a necessidade da nossa geração resgatar o "tempo lento"...entender os efeitos da meritocracia, da ambição, do desejo de poder e de ter, que nos convenceram ser fundamental para sermos felizes...talvez a felicidade não seja assim tão complicada e resida no simples facto de não desejar o que não se tem...enfim...talvez não esteja tão ultrapassada a ideia de cultivar o respeito pelos(s) outro(s) para nos respeitarmos melhor a nós próprios.
Aqui vai o fw:
"Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca. Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projecto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.
Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.
Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.
E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 9 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.
Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles. Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.
A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro).
No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro...
Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei:
"Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."
Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar – quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta.
Você não acha?"
Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.
Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália ( o site, é muito interessante. Veja-o! ). O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusificou. A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base
para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.
A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à “quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses.
E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.
Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já). Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade.
Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores
essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.
Gostaria de que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?
No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde:
_ "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."
_"Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.
Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim. Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.
Tempo todo mundo tem, por igual! Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que
cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon,
"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...
Parabéns por ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.
Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família. De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!
Saber aprender para sobreviver..."
segunda-feira, setembro 18, 2006
domingo, setembro 17, 2006
Um texto deixado pela Helena Cabeleira que merece destaque:
"O incentivo ao trabalho tem sido geralmente entendido como a necessidade de sustento, e na nossa sociedade esse é efectivamente o único incentivo para os trabalhadores que produzem mercadorias com aspirações de algum modo artisticas, mas a verdade é que é impossivel que homens que trabalham nestas condições produzam obras de arte genuinas. Nessa medida, será preferivel que estas mercadorias abandonem qualquer pretensão artistica e que a arte seja restringida a assuntos sem qualquer função a desempenhar, excepto existir como obras de arte - tal como as telas, as esculturas e coisas semelhantes; ou em alternativa, que ao incentivo da necessidade se juntem os incentivos do prazer e do interesse no proprio trabalho.
È esta a minha teoria, e penso que, se pretendeis fazer algo mais do que falar sobre arte, as questões que levanta merecem uma atenção cuidada da vossa parte. Se apenas pretendeis falar sobre arte, podeis prescindir das obras de arte, perante a abundancia de belo fraseado inventado na actualidade e para todos os fins.
Colocando a questão de outra maneira, há três perguntas a fazer.
Em primeiro lugar, pretendemos produzir arquitectura e artes arquitectónicas sem termos a realidade em que se alicerçam? Em segundo lugar, deveremos abdicar delas porque perdemos a esperança de alcançar essa realidade ou porque não queremos saber dela? Ou, em terceiro lugar, estaremos nós determinados a construir essa realidade?
A adopção do primeiro plano demonstraria que éramos demasiado descuidados e que estávamos demasiado apressados nas nossas vidas para nos preocuparmos em saber se somos insensatos (tragicamente insensatos) ou não.
A adopção do segundo plano revelaria que eramos pessoas muito sinceras e determinadas a descartar o maior numero de responsabilidades possivel, mesmo que o preço fosse uma vida monotona e vazia. Se adoptarmos a terceira alternativa com sinceridade, aumentaremos a dose de responsabilidade e problemas nas nossas vidas, pelo menos durante algum tempo, mas também aumentaremos a nossa felicidade. Eu sou, portanto, a favor da adopção desta terceira alternativa.
Na realidade, apesar de vos ter apresentado a segunda alternativa - o que fiz em nome de uma aprência de justiça -, não me parece que, de momento, tenhamos a possibilidade de a adoptar, embora possamos ser levados a isso no final.
Hoje em dia julgo ser apenas possivel optar entre aceitar claramente a ilusão de uma arte que está em todo o lado, mas que, na realidade, apenas enche as paginas de publicidade e nada mais; ou lutar por uma arte que esteja realmente nas nossas vidas, fazendo-nos mais felizes."
(William Morris, "As Artes Menores",2003: 111-113)
"O incentivo ao trabalho tem sido geralmente entendido como a necessidade de sustento, e na nossa sociedade esse é efectivamente o único incentivo para os trabalhadores que produzem mercadorias com aspirações de algum modo artisticas, mas a verdade é que é impossivel que homens que trabalham nestas condições produzam obras de arte genuinas. Nessa medida, será preferivel que estas mercadorias abandonem qualquer pretensão artistica e que a arte seja restringida a assuntos sem qualquer função a desempenhar, excepto existir como obras de arte - tal como as telas, as esculturas e coisas semelhantes; ou em alternativa, que ao incentivo da necessidade se juntem os incentivos do prazer e do interesse no proprio trabalho.
È esta a minha teoria, e penso que, se pretendeis fazer algo mais do que falar sobre arte, as questões que levanta merecem uma atenção cuidada da vossa parte. Se apenas pretendeis falar sobre arte, podeis prescindir das obras de arte, perante a abundancia de belo fraseado inventado na actualidade e para todos os fins.
Colocando a questão de outra maneira, há três perguntas a fazer.
Em primeiro lugar, pretendemos produzir arquitectura e artes arquitectónicas sem termos a realidade em que se alicerçam? Em segundo lugar, deveremos abdicar delas porque perdemos a esperança de alcançar essa realidade ou porque não queremos saber dela? Ou, em terceiro lugar, estaremos nós determinados a construir essa realidade?
A adopção do primeiro plano demonstraria que éramos demasiado descuidados e que estávamos demasiado apressados nas nossas vidas para nos preocuparmos em saber se somos insensatos (tragicamente insensatos) ou não.
A adopção do segundo plano revelaria que eramos pessoas muito sinceras e determinadas a descartar o maior numero de responsabilidades possivel, mesmo que o preço fosse uma vida monotona e vazia. Se adoptarmos a terceira alternativa com sinceridade, aumentaremos a dose de responsabilidade e problemas nas nossas vidas, pelo menos durante algum tempo, mas também aumentaremos a nossa felicidade. Eu sou, portanto, a favor da adopção desta terceira alternativa.
Na realidade, apesar de vos ter apresentado a segunda alternativa - o que fiz em nome de uma aprência de justiça -, não me parece que, de momento, tenhamos a possibilidade de a adoptar, embora possamos ser levados a isso no final.
Hoje em dia julgo ser apenas possivel optar entre aceitar claramente a ilusão de uma arte que está em todo o lado, mas que, na realidade, apenas enche as paginas de publicidade e nada mais; ou lutar por uma arte que esteja realmente nas nossas vidas, fazendo-nos mais felizes."
(William Morris, "As Artes Menores",2003: 111-113)
Um Blog de Jurema Sampaio, educadora artística e artista com informação fundamental (entre outras) na área da arte educação. Congressos, seminários, exposições, concursos, etc.
sábado, setembro 09, 2006
"Como se fosses noite e me atirasses
uma corda de músculos e rosas.
Como se fosses noite e me deixasses
deslumbrado com todas as sombras,
com todos os silêncios,
com todos os passeios de mãos dadas com o impossível.
Com todos os minutos,
Os lentos, os belos, os terríveis minutos
que se escoam com a angústia nas escadas.
Como se fosses noite e acordasses
todos os olhares furtivos aos bancos vazios,
todos os passos hesitantes que ninguém segue
mas que deixam na rua deserta,
na cidade ausente,
o arabesco triunfal de um arcanjo que passa,
o rasto vitorioso dum condenado que dança,
rindo dos deuses que o julgaram."
Ary dos Santos
uma corda de músculos e rosas.
Como se fosses noite e me deixasses
deslumbrado com todas as sombras,
com todos os silêncios,
com todos os passeios de mãos dadas com o impossível.
Com todos os minutos,
Os lentos, os belos, os terríveis minutos
que se escoam com a angústia nas escadas.
Como se fosses noite e acordasses
todos os olhares furtivos aos bancos vazios,
todos os passos hesitantes que ninguém segue
mas que deixam na rua deserta,
na cidade ausente,
o arabesco triunfal de um arcanjo que passa,
o rasto vitorioso dum condenado que dança,
rindo dos deuses que o julgaram."
Ary dos Santos
sábado, setembro 02, 2006
O "Pátio do Traquinas" promovido pelo Centro de Bem Estar Social da Zona Alta (inaugurado dia 21 de Julho) nos dias 2 e 3 de Setembro, um espaço de lazer enquanto não começam as aulas e o tempo de espreguiça ainda...pelo menos para os mais novos.
Tintas, música, piscina, jogos, muita animação!
sexta-feira, setembro 01, 2006
Em León, Abril de 2005, com os alunos de Artes Plásticas-Pintura do Instituto Politécnico de Tomar.
Professores Nuno Vieira, Ricardo Nicolau e Graça Martins
Visita ao Museu de Arte Contemporânea MUSAC
Reflexões sobre a exposição "Emergências" que esteve patente de 1 de Abril a 21 de Agosto de 2005.
Até que ponto a Arte deverá ou poderá ser política? Social? Interventiva?
Que questionamentos se colocam quando as propostas artístas ultrapassam fronteiras de (suposta) neutralidade política?
Antoni Muntadas
(clice em Cycles)
"ON TRANSLATION
is a series of works
exploring issues of
transcription, interpretation,
and translation.
from language to codes
from science to technology
from subjectivity to objectivity
from agreement to war
from private to public
from semiology to cryptology
The role of translation/translators
as a visible/invisible fact."
(clice em Cycles)
"ON TRANSLATION
is a series of works
exploring issues of
transcription, interpretation,
and translation.
from language to codes
from science to technology
from subjectivity to objectivity
from agreement to war
from private to public
from semiology to cryptology
The role of translation/translators
as a visible/invisible fact."
"Entre la palabra y la imagen"
"A exposição colectiva "Entre a palabra e a Imaxe" está patente na Fundación Luis Seoane, Espanha, até 17 de Setembro e conta com a participação de vários artistas portugueses.
A exposição, comissariada por Fátima Lambert, Paulo Reis e Cecilia Pereira, apresenta um panorama de mais de três décadas, através das experiências levadas a cabo por artistas espanhóis, portugueses e brasileiros. A relação entre a imagem e as palavras é o ponto comum entre as obras dos artistas participantes: obras que têm como expressão a poesia, o diário íntimo, a linguística, a crítica social em diferentes momentos e lugares por criadores de diferentes generações.
"Entre a palabra e a Imaxe" apresenta obras de Ignasi Aballí, Arnaldo Antunes, Julião Sarmento, João Bandeira, Adriana Calcanhotto, Sandra Cinto, João Louro, Almudena Fernández Fariña, Ana Hatherly, Susana Mendes Silva, António Olaio, Perejaume, José Spaniol, entre outros."
“LA MUESTRA SE COMPONE DE OBRAS DE ARTISTAS PORTUGUESES, BRASILEÑOS Y ESPAÑOLES
Esta selección de creaciones, complementada con conferencias y `performances´, permanecerá en A Coruña hasta el 17 de septiembre, antes de partir hacia Lisboa y Brasil.
A. S..A coruña
Entre la palabra y la imagen es el título elegido para la exposición que albergará la Fundación Luis Seoane desde hoy hasta el 17 de septiembre. Artistas portugueses, españoles y brasileños exponen sus obras, realizadas en las últimas tres décadas, que tienen como nexo la relación entre la imagen y la palabra. La forma de expresión en estas obras se basa en la poesía, el diario íntimo o la lingüística. La exposición se abrirá hoy al público a las 20.00 horas.
Cecilia Pereira, encargada de la selección de obras de artistas españoles, es una de los tres comisarias de la exposición. Entre la palabra y la imagen destaca por la gran presencia de creadores catalanes. Joan Brossa, con sus poemas objeto; los grafismos de Tàpies o la reflexión mediática de Antoni Muntadas son algunos de los ejemplos.
Almudena Fernández Fariña es otra de las artistas que presentan sus creaciones en Luis Seoane. Entre sus obras destaca el libro que rebosa un torrente de letras que llega desde la mesa hasta el suelo. Elena del Rivero, artista afincada en Nueva York aporta a la exposición sus trescientas cartas a su madre, en las que experimenta con formas de expresión como el collage o la costura, además de la simple escritura.
Fátima Lambert es la comisaria encargada de los artistas portugueses. Entre su selección destaca el picnic de Pedro Casqueiro, una instalación en la que los elementos típicos de una merienda campestre aparecen forrados por una misteriosa tela azul. Álvaro Lapa, Anna Hatherly, Helena Almeida, Juliao Sarmento o Antonio Olaio son otros de los artistas portugueses cuyas creaciones inspiradas en la imagen y la palabra se pueden visitar en la Fundación Luis Seoane.
La parte brasileña ha sido determinada por el comisario Paulo Reis, que se ha decantado por la figuración de António Días, los diarios de Anna María Maiolino, las experiencias sonoras visuales de Arnaldo Antunes y Leonora Barros o la afirmación fonética de Lygia Pape y Rosana Ricalde.
`Performances´ y conferencias
La exposición se complementa con un ciclo de conferencias, celebradas en colaboración con la Universidad Menéndez Pelayo, que se celebrarán mañana y el viernes. En estas charla se creará un espacio para la discusión en el que se aborde desde la perspectiva de las diferentes disciplinas la relación entre las artes viuales y las palabras. En estas conferencias intervendrán especialistas, creadores y críticos de arte españoles, portugueses y brasileños como Perejaume, Chus Martínez, Arnaldo Antunes o Almudena Fernández Fariña.
Al término de la inauguración, Adriana Calcanhotto realizará una performance en la que intervendrán también Antonio Olaio, Arnaldo Antunes, Joao Bandeira, Leonora de Barros y Susana Mendes Silva. Estos artistas brasileños ofrecerán una fusión en directo entre imagen, música y palabras.”
La Opinión
Mais informação:
http://www.luisseoanefund.org/
Exposição até 17 de Setembro
Fundación Luis Seoane
Coruna
A analisar a Educação Artística:
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