quarta-feira, janeiro 30, 2008
sábado, janeiro 26, 2008
Pedro Rolo Duarte
Elis Regina
"Quando a vida me prega partidas eu oiço-a.
Oiço-a dizer «agora, a vida não é mais um rasto indefinido, um agrupamento de pontos, de partículas».
A voz tremelicando no começo daquele show gravado pelo irmão numa cassete manhosa, a vida por um fio, o tempo em descontos, e eu arrepiado a mostrar o som roufenho do CD e a exclamar «vê bem onde pode chegar o sentimento, a tristeza e a noção de fim».
Quando a vida me sorri e a tranquilidade me ilumina a noite do Alentejo, eu oiço-a cantar «eu quero uma casa no campo / Onde eu possa ficar do tamanho da paz / E tenha somente a certeza / Dos limites do corpo e nada mais».Oiço-a como se fosse uma crença, como se de uma missa se tratasse, religiosa e dedicadamente, algo em que acredito para lá dos meus sentidos, algo que me ultrapassa e deixo que me ultrapasse sem interrogações maiores do que aquela que a sua voz desencadeia a cada vez que a oiço: como foi possível ser tão verdadeira num mundo tão estupidamente falso?
Oiço-a no Festival de Montreux, deixando que se sinta na voz que o canto se transforma em sorriso, e o sorriso em riso, e sinto como ela terá sentido que a música entra por nós dentro e a seguir é a torrente de energia e paixão que se solta sem controlo, sem medida, porém sem mácula.Oiço-a num dia de Verão, há anos, e quando alguém me telefona a dizer «nasceu a tua sobrinha Madalena», é dela que me lembro. Telefono para a clínica e, quando a minha irmã atende, disparo o disco: «Até a lua se arrisca num palpite/ que o nosso amor existe / forte ou fraco, alegre ou triste».
Estou a escrever e, claro, estou a ouvi-la. Recebo dela energia, paixão e sensibilidade.
Como um daqueles fenómenos da natureza que nos assustam mas ao mesmo tempo fascinam, sou impotente perante esta força, esta massiva dose de fogo e vento. Deixo-me arrastar, «olha o arrastão entrando no mar sem fim», e quero, como ela quis, «um mundo feito sem porta, vidraça», «uma estrada que leve à verdade», «beijar de leve a face da lua».
Quero ouvi-la e saber que está por perto. Aquele sorriso maroto, as mãos meio enfiadas na boca, o olhar tão meigo quanto perspicaz. As «saídas» inesperadas, loucura pura e inocente, um «grito de raiva e de dor» seguido de uma piada fora de tempo. O que eu gosto nela é essa surpresa permanente, a imprevisibilidade, a capacidade de amar sem reservas mas, também, sem a lógica milimétrica das tolas «regras do amor». O que eu gosto nela é tudo o que a voz revela, canção a canção, palavra a palavra, letra a letra, porque muitas vezes ela soma as letras enquanto canta: paixão e entrega. O que escasseia nos universos formatados a que «pertencemos», e que nos tramam a cada esquina mais apertada dos dias.
Oiço-a porque estou bem, porque me falta a paciência, porque estou triste, porque estou optimista, porque quero emigrar, porque sim.
Oiço-a sem reservas, como se deve amar quando realmente se ama, e aceito-a como ela é. Submeto-me na exacta medida da capacidade que tenho em compreender a sua estranha forma de estar... Há vinte anos que penso isto, vivo isto, e dependo disto. Os meus dias não seriam iguais sem esta voz, esta figura, esta personalidade fascinante, este «falso brilhante» que para mim foi sempre mais verdadeiro do que a própria verdade. Um dia, tinha 17 anos, acordei e ouvi na rádio que ela tinha morrido. Não acreditei, porque só acredito no que quero. Não aceitei, porque só aceito o que vem por bem. Não registei, porque nada me obriga a arquivar o que não pode ser arquivado. Até hoje.... Enquanto eu ouvir Elis Regina, podem dizer o que quiserem. Só não me digam que morreu. Porque eu morro com ela. E, até novas ordens, quero continuar vivo. Com ela por perto.
Ao sábado, reedições. De volta à música com uma declaração de amor eterno publicada em 2001, no DNA. Tão actual que podia ter sido escrita hoje."
terça-feira, janeiro 22, 2008
a Tim Burton film
Realização: Tim Burton
Com: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Christopher Lee, Laura Michelle Kelly, Jamie Campbell Bowen, Ed Sanders
Classificação: M/16
Distribuição: Columbia TriStar Warner
EUA/Reino Unido, 2007
117 min
Data de estreia: 31 de Janeiro de 2008
"Johnny Depp é o protagonista da adaptação cinematográfica de Tim Burton do thriller musical de Stephen Sondheim, «Sweeney Todd», uma co-produção premiada da Warner Bros. Pictures e da DreamWorks Pictures.
Johnny Depp é Sweeney Todd, um homem injustamente condenado à prisão, que jura vingar-se não só do cruel castigo, mas também das consequências demolidoras que o mesmo teve na mulher e na filha. Quando regressa à barbearia para a reabrir, Sweeney Todd assume-se como o Terrível Barbeiro de Fleet Street, que “rapou a cabeça de cavalheiros de quem nunca mais se ouviu falar”.
Ao lado de Johnny Depp está Helena Bonham Carter, que dá corpo à Sra Lovett. Além de fabricar umas diabólicas empadas de carne, esta torna-se cúmplice amorosa de Sweeney. Alan Rickman é o pérfido Juiz Turpin, responsável pela injusta condenação de Sweeney, condenação esta que deu origem à sua sede de vingança. Beadle Bamford, o malvado assistente do Juiz, é protagonizado por Timothy Spall. Temos ainda o barbeiro rival, o espalhafatoso Signor Adolfo Pirelli, protagonizado por Sacha Baron Cohen, e Christopher Lee, no papel de fantasma cavalheiro. Completando o elenco, Jamie Campbell Bowen é Anthony, o jovem marinheiro, Jayne Wisener faz de Johanna, Laura Michelle Kelly é a mendiga, e a nova estrela Ed Sanders protagoniza Toby.
As canções são todas cantadas pelos próprios actores, tendo tanto a música como a letra sido tirada do musical de Stephen Sondheim.
A lendária produção ganhou 8 Tony Awards incluindo o de Melhor Musical. A sua chocante mistura de macabro com o cómico e o dramático suportada pela banda sonora ao estilo cinematográfico de Sondheim, já conheceu centenas de produções em todo o mundo, tendo sido a mais recente uma produção muito elogiada da Broadway. Outrora visto como controverso e vampiresco, “Sweeney Todd” é agora uma peça deliciosamente divertida."
Novo CD dos Rádio Macau
Radio Macau
O novo CD dos Rádio Macau, tem edição agendada para Fevereiro de 2008, e vai-se chamar 08, visto ser o oitavo disco de originais da banda e ser lançado no início de 2008. São 14 canções compostas e produzidas por FLAK a partir de textos de Pedro Malaquias, Xana e Vitor Lucas, e gravadas pela banda no seu próprio estúdio. É um regresso a uma forma mais tradicional de escrita de canções depois de alguns discos mais experimentais. Os Rádio Macau formaram-se no início dos anos 1980 e desde então gravaram 9 álbuns e deram centenas de concertos em Portugal e um pouco por todo o mundo. Autores de algumas das canções mais emblemáticas da pop portuguesa, como "O Anzol" ou "Amanhã é sempre longe demais", os RM desenvolveram desde sempre uma vertente experimental, bem documentada em álbuns como o Disco Pirata (reeditado em 2004) ou nas experiências electrónicas de A Marca Amarela (1992) e de Onde o Tempo Faz a Curva (2001). cantiga de amor
Letra da Música:
sábado, janeiro 19, 2008
Rede Ibero-americana de Educação Artistica
Avalições
E se estão a pensar no quanto isto é INGÉNUO leiam o Decreto Regulamentar sobre a avaliação de desempenho n.º 2/2008, de 10 de Janeiro...com sinceridade vos digo que não consegui ser mais ingénua que os autores do texto original. Aproveitemos essa ingenuidade e demos-lhe asas, não grilhões.
Título Original:"Dead Poets Society" (1989)
Realização:Peter WeirArgumento:Tom Schulman
Actores:Robin Williams – John Keating
Robert Sean Leonard – Neil Perry
Ethan Hawke – Todd Anderson
Josh Charles – Knox Overstreet
Gale Hansen – Charlie Dalton
"O Clube dos Poetas Mortos é um filme de Peter Weir, o realizador de The Truman Show e mais recentemente: Master and Commander – O Lado Longínquo do Mundo. Galardoado com um Óscar de Melhor Argumento Original – da autoria de Tom Schulman, este é decididamente um daqueles filmes que, pela sensibilidade que nos desperta, fica para sempre na nossa memória e faz com que sintamos que aprendemos algo com ele.Corre o ano de 1959, quando na capela da Academia Welton (E.U.A.) o reitor preside a cerimónia de abertura do novo ano lectivo. Trata-se de uma instituição privada que acolhe jovens rapazes de famílias abastadas com o intuito de lhes ensinar o se entendia por «Tradição», «Honra», «Disciplina» e «Excelência». Sentados ao lado dos orgulhosos pais, os alunos sentem do quanto lhes é exigido: tornar-se os melhores alunos para ingressarem numa das universidades da Ivy League (consideradas as melhores universidades dos E.U.A., como por exemplo: Harvard e Yale) e vingarem em carreiras profissionais que lhes assegurassem um bom rendimento. O reitor apresenta a todos John Keating, que viera substituir o professor de Inglês que se tinha reformado.Keating surpreende os alunos ao empregar métodos pouco ortodoxos que rompem com a rigidez da instituição onde ele próprio estudara. "
quinta-feira, janeiro 17, 2008
SOCORRO!!! Estamos sendo exterminados!!!
...tempos de avaliação de desempenho, a coinciDÊNCIA DE REVER O MAIL E redescobrir a Mila do Brasil, que sempre se despedia com "abraços e laços"...a trazer à memória o tempo em que parecia impossível este outro tempo (na altura este seria o futuro mais bonito e iluminado) onde, implacavelmente, se encostam ao muro, de olhos previamente vendados e mãos amarradas, os despertos (os que viam mais, os que faziam mais, os que se agrupavam para reflectir).
...uma Mila trangressora, desperta, afectiva, brincalhona, atenta...insatisfeita???Insatisfaz!:-))
"Era uma vez uma escola cercada de muros, arames, portões, muitos professores, 2000 alunos. De manhã, de tarde, de noite, funcionava sem parar.
Era uma vez uma cidade nova, pobre, abandonada. Uma meninada inquieta, animada, desaforada, barulhenta, questionadora, ágil, problemática, cujos pais ou avós vieram do campo, das vilas, cidadezinhas... de todo o Brasil em busca de uma vida melhor.
Começamos o ano letivo na escola. Lista de chamada, turmas pendentes, alunos sem turma... Turmas cheias... de vida, expectativa de dias melhores...
- Alguém aqui gosta de desenhar?
-Eu, Eu, Eu gosto. Eu detesto, eu não sei desenhar, prefiro fazer teatro, não gosto do meu desenho, eu adoro, meu desenho é horrível, só desenho casinha. Que mais ?
Abrimos as portas para o desenho e o não desenho de todo mundo, filosofando no coletivo sobre as questões da linguagem visual aliada à busca da expressão de cada um. Fomos tecendo uma rede de assuntos e ações que ia da história das artes plásticas, especialmente o desenho, até o esmero ou a impaciência com que os alunos faziam os desenhos de observação. A garotada do teatro criava as cenas ou as poses... e fazia muito bem o seu papel, congelando no pátio, ou na sala de aula, cenas do cotidiano, sonhadas, lembradas... Não havia comandos tudo era negociado: observar, partir da cena, extrapolar, dar apenas uma olhadela, fazer outro desenho, ir posar também... Gostávamos de combinar o jogo: estudar, conhecer o nosso horizonte, fazer exercícios com a linguagem, pesquisa de materiais...
Não tratávamos as nossas estratégias como prontas e acabadas. Em busca do traço próprio, criamos um dicionários de idéias para os argumentos do ”não sei o que fazer”. Fomos cercando o desejo de desenhar... seduzindo pelo prazer de fazer, criando continuidades. Casinhas foram virando ruas, gatos pulavam nos telhados, quintais cheio de varais, sobrevôo nas quadras, becos, fazendo histórias e recolhendo memoriais. Os desenhos foram aparecendo na medida em que diminuía o medo de errar, de mostrar os limites pessoais, de aprender... de descobrir-se.
- Ai que tanto desenho, vamos descansar professora!.
- Eu não acho.
- Eu também.
- Não, professora dá um tempo.
- Então vamos passear, encher os olhos, brincar, contemplar, conversar mais...vamos?
Transitar entre o fazer e o não fazer gera mais criação.
Meados do ano letivo... Tocava o sinal e a turma já revirava a sala para a aula de modelo vivo. De repente enfileiradas 37 carteiras faziam um círculo. Todos desenhavam e eram desenhados. Ninguém tinha vergonha. Gordinhos e magrinhos ficavam à vontade. Brincavam com a anatomia da figura humana enchendo de novidades a história universal do desenho.
“Tudo podia” a favor da expressão: a relação afetiva com o desenho foi-se erguendo. Aproximá-los do fazer, do universo de conhecimento da arte e romper os muros, arames e portões em busca de paisagens próprias, era tudo o que queríamos.
Lápis, papel, giz, muro, carvão, calçadas, paredes, colagem, piçarra, barro. No fim do ano, nos perguntávamos: o que fazer com tanto gosto de desenhar?
- Minha tia não quer papelada nenhuma lá em casa.
- Pra que serve um desenho?
- Pra botar na parede. Pra guardar de lembrança. Pra comunicar idéias, formas. Para sentir prazer de em fazer. Para ilustrar ou misturar-se às palavras, nos livros. Meninos e meninas pela primeira vez, pensaram em produzir riqueza cultural com sua arte, com seu desenho e escolheram o livro ilustrado. Sair dos ensaios para uma obra acabada.
No ano seguinte, que bom foi pegar as mesmas turmas na 6ª série. Começamos o ano projetando e historiando com os novatos para criar a nossa Oficina de Literatura Ilustrada. Dificuldades a parte, o conselho editorial selecionou os textos num concurso lançado na escola. Uma pequena verba muito bem vinda ao projeto e, em setembro, começamos a imprimir a nossa coleção: oito títulos com uma tiragem de 100 cópias cada um.
Vinham no rastro dessa experiência: o aumento da freqüência na biblioteca para ler e estudar os livros já feitos, um “boom” na produção de textos na escola, querendo virar livro, aprendizado e especializações da produção em série, apoio total dos pais, cumplicidade nos comportamentos interpessoais, uma bela coleção...
No dia do lançamento, entrevistas, sucesso nos jornais da cidade e depois da festa...
- Vou pra casa. Vou passar a tarde toda lendo meus livros.
Foi a melhor coisa que pude ouvir. Passar a tarde toda lendo? Não era mais aquela meninada que não gostava de ler, escrever e desenhar, era um autor que falava. Criador e criatura encontraram-se nos espaços escolares."
(Centro de Ensino 20, Ceilândia, 1992) por Mila em 2002
"...quando você aceita o outro na sua legitimidade, quando você se comporta de maneira que o outro emerge na sua legitimidade, nesse novo campo há amor, e quando há amor, há expansão, há auto-respeito e quando isso acontece, vemos que o bem-estar acontece imediatamente". (Maturana, 2000) por Mila 2002
e peço desculpas mas há mais:
"Esse layout da aprendizagem representa a rigidez e sacralização, quando se sabe que construir conhecimento é genuinamente inquietante, e que o conflito entre o certo e o errado é que põe em andamento o saber. Desejos de fuga ou esforços de concentração são igualmente importantes e esse trânsito alimenta o compromisso e reduz a insegurança dos alunos frente as enormes acumulações da humanidade.
Sachs(1986) sugere que os jovens pesquisadores devam ser estimulados na arte de fazer progredir a teoria a partir de situações concretas. Mas não são apenas os professores ou pesquisadores considerados "sujeitos" do processo educacional. Todos outros segmentos envolvidos devem ser considerados na suas singularidades, assim como o lugar, a época e os acontecimentos gerais e específicos.
Castoriadis(1999) ressalta ainda que cada sujeito é formado de micro-instâncias interatuantes, onde cada uma possui seu mundo, seus objectos, suas finalidades e avaliações. Nessa multiplicidade de variáveis, numa rede muito maior e complexa, situa-se o vasto campo da educação!"
Como a Mila, muita gente partilha o seu olhar-fazendo-reflectindo e...
SOCORRO!!!
Estamos sendo exterminados!
BANG!
...
(silêncio)
Silêncio!!!
Estamos a falar da escola!
Quem manda aqui sou eu
EU!!!
(versão portuguesa)
.
.
.
(Foucault, 1997)
COORDEN-ACÇÃO/CORAÇÃO especial Mila do Brasil
Vejo isso com clereza, quando passo pelos corredores da escola e alí, entre paredes, vejo instalada a exploração oficial e institucionalizada do prazer e da dor de sermos o que somos. Mestres e jovens numa luta inglória de destruição mútua, dia após dia. A vida é assim? O mundo? Eu?
Não. Há um plano que pode ser posto em andamento. Jogar areia nos buracos, brechas dessa escola aparentemente tão sólida, exatamente aproveitando todas as suas distrações e falhas de controle. Elas são muitas, é só prestar atenção. É o que tenho feito. Passo meu tempo de coordenação, observando o campo e escolhendo aonde posso minar esse esquema tão pretencioso de conter o fluxo da vida.
Estou enviando em anexo uma reflexão que fiz numa disciplina da pós- graduação, Educação Ambiental. O que vocês acham disso?
Abraços para a tribo
Lila"
Em 16 de Março de 2002 para a Rede Ibérica de Educação Artística
e começa assim:
"Escola, pra quê te quero?
Lila Rosa Sardinha Ferro
Era uma vez uma caverna cheia de alunos e professores sob controle.
Dali não podíamos sair.
Acorrentados, todos nós sabíamos do mundo pelos combogós.
Um dia uma turma saiu para ter aula no jardim.
A tarde estava linda. O sol recortado em raios, espalhava-se pela árvores e pelo chão.
E o ar?
Tão pura brisa nos acariciava!
Os caminhos de rato estavam cheios de novidades, se observássemos a velha natureza.
O espaço nos parecia quase infinito.
Dispersão, mudanças de assunto....
A aula foi uma beleza.
Combinamos voltar.
A notícia se espalhou nos corredores da caverna.
O ambiente foi tomado pela admiração, pelo medo, descrença...
Conflitos estabeleceram-se entre jardins e salas de aula.
Leis balançavam nas gavetas...
Obrigada Platão, o seu mito continua vivo."
a soma dos dias...e das noites
"Al lector se le llenaron los ojos de lágrimas,
y una voz cariñosa
le susurró al oído:- Por qué lloras, si todo en ese libro es de mentira?
Y él respondió:- Lo sé pero loque yo siento es de verdad."
Ángel González, 101+19 = 120 poemas
"Cae el sol
Perdóname. No volverá a ocurrir.
Ahora quisiera
Meditar, recogerme, olvidar; ser
hoja de olvido y soledad.
Hubiera sido necesario el viento
que esparce las escamas del otoño
com rumor y color.
Hubiera sido necesario el viento.
Hablo con la humildad,
con la desilusión, la gratitud
de quien vivió de la limosna de la vida.
Con la tristeza de quien busca
una pobre verdad en que apoyarse y descansar.
La limosna fue hermosa – seres, sueños, sucesos, amor -,
don gratuito, porque nada merecí.
¡Y la verdad! ¡Y la verdad!
Buscada a golpes, en los seres,
hiriéndolos e hiriéndome;
Hurgada en palabras;
cavada en lo profundo de los hechos
- mínimos, gigantescos, qué más da:
después de todo, nadie sabe
qué es lo pequeño y qué lo enorme;
(«hoy se caen solas las cerezas»,
me dijeron un día, y yo sé por qué fue),
pequeño puede ser un monte,
el universo y el amor.
Se me ha olvidado algo
Que había sucedido.
Algo de lo que yo me arrepentía
o, tal vez, me jactaba.
Algo que debió ser de otra manera.
Algo que era importante
Porque pertenecía a mi vida: era mi vida.
(Perdóname si considero importante mi vida:
es todo lo que tengo, lo que tuve;
hace ya mucho tiempo, yo la habría vivido
a oscuras, sin lengua, sin oídos, sin manos,
colgado en lo vacío
sin esperanza.)
Pero se me ha borrado
la historia (la nostalgia)
y no tengo proyectos
para mañana, ni siquiera creo
que exista ese mañana (la esperanza).
Ando por el presente
y no vivo el presente
(la plenitud en el dolor y la alegría).
Parezco un desterrado
que ha olvidado hasta el nombre de su patria,
su situación precisa, los caminos
que conducen a ella.
Perdóname que necesite
averiguar su sitio exacto.
Y cuando sepa dónde la perdí,
quiero ofrecerte mi destierro, lo que vale
tanto como la vida para mí, que es su sentido.
Y entonces, te ofreceré una vida
Ya sin demonio ni alucinaciones."
domingo, janeiro 13, 2008
NATURE
terça-feira, janeiro 08, 2008
Danielle de alma grande do outro lado do oceano
Minha vista é embaçada, diagnostiquei ser míope há tempos, mas nunca pretendi usar óculos. Tenho medo de enxergar perfeito quando o desnuque não se vê, sente-se. O que é embalado chega a dar medo.
Soltei num poeminha sem vergonha outro dia (logo abaixo), desses que escapole a língua e fofoca a verdade, que gosto mesmo do que fica dentro e por isso fico mais por fora. Resumindo: gosto de sentir e pra isso é preciso garimpar.
Sentindo...
Não consigo compreender como existem pessoas que dão valor acima de tudo no que diz respeito a estereótipos. Não falo da beleza, porque sou amante de tudo que é lindo. Falo dos valores que essas dão aos objetos (e algumas pessoas, que são praticamente os objetos).
Pessoas que se perdem no contento de utensílios. Que enganam a felicidade a custa de qualquer “vantagem” ou ilusão. Sendo que felicidade só pode vir de dentro - dos sentidos. Aquela sensação plena e consistente. Que enche a caixa torácica de ar e suspende o pulmão pelas narinas e a boca. Sensação de inspiração, transpiração e respiração de monges. De só quando a gente sente bem com nosso eu é possível. Chama-se paz interior.
Sentindo mais...
Mas não, aproximando do natal e fazendo uma comparação alegórica, vejo que muitas pessoas parecem mesmo com árvore de natal, que só enfeita e não tem graça alguma. Precisam ser destaques em colunas sociais, fazer barulho com a estética, se jogar nas pistas de dança e ser felizes por um dia, digamos, por uma noite feliz e suicida. Geração balinha. Colore, faz feliz e só engana. Eu mesma já tomei algumas e sei bem o que rola. (Não tenho mais saco pra viver de enganos).
Sentindo mais e mais...
Percebi neste ano que as pessoas são gente e são agentes corruptos de si mesmos. Cheias de estampas, de cristais, de etiquetas, mas ausentes de sentidos. Os egoísmos perambulam os olhares e registram na testa todo interesse próprio e fajuto.
Sentindo mais, mais e mais...
Sendo míope, tive a oportunidade de sentir o olhar em desfoque e sentir os focos do olhar. Observei - senti - atenta a relação do outro com o outro. Os preceitos utilizados para separar e distinguir nichos de relações, do tipo amigos à parte, negócios ao todo e cordialidade de nada.
Só status, status e status sem estatuto humano pra defender o essencial, a sensibilidade e afins. Agora é possível entender que ser pragmático é mais fácil que ser sensível mesmo. Talvez eu nem concorde tanto ou talvez eu concordo em partes.
O fato correto é que os fatos comprovam qualquer mentira ou omissão. Que os fatos são a lógica das relações. Que os fatos são fatos e pronto.
O fato é que vivi um ano estranho, mas um ano que saltei grandes etapas pra me tornar mais adulta. Tornar adulta é bacana e necessário estar com os olhos bem abertos, pra enxergar! Pra não precisar sentir tanto e se enganar. Pra não sofrer tanto e ver(i)ficar.
Achei uma solução e vou viver em dissolução comigo. Meu exame de vista está marcado. Que venha 2008, estarei de olhos abertos, ocupados e enquadrados. Feliz!"
"Eduquer : un métier impossible ?" Savater
Éduquer, dans un pays démocratique, c’est faire de chaque être un citoyen. Mais cette éducation à la citoyenneté suppose non seulement l’acquisition de connaissances minimales, mais aussi le développement du sens critique. Rien n’est plus néfaste que l’ignorance totalitaire qui est paradoxalement combattue et entretenue par le pouvoir politique... et par les éducateurs eux-mêmes.
(...)John Kenneth Galbraith fait une constatation qui mérite réflexion : « Toutes les démocraties actuelles – écrit‑il – vivent dans la peur permanente des ignorants. »
Fernando Savater, « L’ignorance totalitaire »,
Le Portique, Numéro 4 - 1999, Eduquer : un métier impossible ?, 1999, [En ligne], mis en ligne le 11 mars 2005."
sábado, janeiro 05, 2008
Albert Einstein
...coisas simples...daquelas que parecem dizer o óbvio...
a música também é especial...
Charles Chaplin
"Pensamos em demasia
e sentimos bem pouco.
mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.
Mais do que de inteligência, de afeição e doçura.
Sem essas virtudes, a vida será de violência
e tudo será perdido."
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e
esquecer pessoas inesquecíveis.
Já abracei pra proteger,
Já dei risada quando não podia,
Já fiz amigos eternos,
já amei e fui amado,
mas também
já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.
Já gritei e pulei
de tanta felicidade,
já vivi de amor
e fiz juras eternas,
mas "quebrei a cara"
muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só pra escutar uma voz,
Já me apaixonei por um sorriso,
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e...
...tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar. Viva!!!
Bom mesmo é ir a luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e
A VIDA É MUITO
para ser insignificante"
Chaplin