sábado, janeiro 19, 2008

Avalições

Em "o Clube dos Poetas Mortos", filme que comoveu audiências, John Keating, o novo professor de Inglês, solicita aos alunos que abram o livro na primeira página referente à Avaliação da Poesia; depois pede para arrancarem a primeira folha e depois as seguintes...todas!
O livro foi o mote para inaugurar um dos primeiros exercícios da liberdade de pensar, neste caso sobre a poesia, não segundo o pensamento escrito de um autor instituido, mas a partir do gesto de rasgar/destruir, criar condições para resgatar a capacidade de cada um criar o seu passaporte para essa liberdade de pensamento que tanto se pretende controlar.
Esta cena leva-me a pensar na importância da avaliação.
A sério!
É tão bom saber que, finalmente, podemos ser avaliados pela nossa criatividade objectivando o sucesso dos alunos e demonstrando que para isso é possível rasgar papéis (de papeis e de representações pré-instituidas). Saber que alguém acredita em nós (alunos e professores e funcionários, e comissão executiva, até os pais).
Essa é a grande panaceia da avaliação da actualidade
e o seu grande desafio,
por mais que a queiram "controlar"
(actualmente a palavra utilizada nos meandros dos corredores das escolas é, brilhantemente: "grelhar" (de grelha), temos hoje a oportunidade de reivindicar essa possibilidade de criar a oportunidade de vermos a nossa criatividade e iniciativa serem observadas e consideradas como instrumentos para dar oportunidades a todos alunos e todas as alunas de gerirem as suas capacidades inatas em vórtice progressivo. E isso só a criatividade e liberdade de pensamento consegue.
Através da memória genética do inicio do século passado, ou do sistema feudal, em que avaliar era essencialmente punir, eventualmente premiar, às vezes certificar ou simplesmente apanhar tareia nas orelhas em última instância, (ou em primeira)
aprender com os desafios de HOJE que não podemos voltar atrás sem o risco de criarmos um "MONSTRO" tentacular,
mas sim,
reformular através da nossa visão e experiência e correspondência com os autores que aprofundaram, nos últimos anos, os processos, metodologias e objectivos da avaliação, a avaliação que HOJE tem a oportunidade de ganhar o seu significado mais genuino - o que garante a equidade, o respeito, o apreço, o diálogo - para que cada um, avaliado e avaliador possam promover uma equipa pedagógica relevante no sentido de dar qualidade ao ensino de uma Escola a que todos pertencemos.

E se estão a pensar no quanto isto é INGÉNUO leiam o Decreto Regulamentar sobre a avaliação de desempenho n.º 2/2008, de 10 de Janeiro...com sinceridade vos digo que não consegui ser mais ingénua que os autores do texto original. Aproveitemos essa ingenuidade e demos-lhe asas, não grilhões.



Título Original:"Dead Poets Society" (1989)
Realização:Peter WeirArgumento:Tom Schulman
Actores:Robin Williams – John Keating
Robert Sean Leonard – Neil Perry
Ethan Hawke – Todd Anderson
Josh Charles – Knox Overstreet
Gale Hansen – Charlie Dalton


"O Clube dos Poetas Mortos é um filme de Peter Weir, o realizador de The Truman Show e mais recentemente: Master and Commander – O Lado Longínquo do Mundo. Galardoado com um Óscar de Melhor Argumento Original – da autoria de Tom Schulman, este é decididamente um daqueles filmes que, pela sensibilidade que nos desperta, fica para sempre na nossa memória e faz com que sintamos que aprendemos algo com ele.Corre o ano de 1959, quando na capela da Academia Welton (E.U.A.) o reitor preside a cerimónia de abertura do novo ano lectivo. Trata-se de uma instituição privada que acolhe jovens rapazes de famílias abastadas com o intuito de lhes ensinar o se entendia por «Tradição», «Honra», «Disciplina» e «Excelência». Sentados ao lado dos orgulhosos pais, os alunos sentem do quanto lhes é exigido: tornar-se os melhores alunos para ingressarem numa das universidades da Ivy League (consideradas as melhores universidades dos E.U.A., como por exemplo: Harvard e Yale) e vingarem em carreiras profissionais que lhes assegurassem um bom rendimento. O reitor apresenta a todos John Keating, que viera substituir o professor de Inglês que se tinha reformado.Keating surpreende os alunos ao empregar métodos pouco ortodoxos que rompem com a rigidez da instituição onde ele próprio estudara. "

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