sexta-feira, abril 27, 2007

Doce verdi e de todas as cores

pequenos nadas

Frances Macdonald Macnair

Sete luas


Há noites que são feitas dos meus braços

e um silêncio comum às violetas

e há sete luas que são sete traços

de sete noites que nunca foram feitas



Há noites que levamos à cintura

como um cinto de grandes borboletas.

E um risco a sangue na nossa carne escura

duma espada à bainha de um cometa.



Há noites que nos deixam para trás

enrolados no nosso desencanto

e cisnes brancos que só são iguais

à mais longínqua onda de seu canto.



Há noites que nos levam para onde

o fantasma de nós fica mais perto:

e é sempre a nossa voz que nos responde

e só o nosso nome estava certo.


Natália Correia



em "Pequenos Nadas" com música


e muito +

sózinho

...gente bonita fala bonito, dança bonito, canta bonito, gosta bonito...mesmo sózinho e aqui.

quinta-feira, abril 26, 2007

fotomomento

Obrigado Luis Garção Nunes. Pela visita. Aproveitei e viajei pelo fotomomento.
A música é linda, as fotos também, os títulos também.

quarta-feira, abril 25, 2007

Fantástico o nosso Zeca


aqui
aqui
aqui

Em Galiza, na homenagem a Zeca Afonso, todos bailaram...
assim é
A Festa!

Hoje a Brigada Vitor Jara

Eles estiveram aqui!
Trouxeram a música de um Portugal em festa a uma plateia sem grande VIDA talvez, mas concerteza ainda com alguma réstia de fascínio pelo que melhor transcreve este dia: A música, a poesia, a homenagem aos que não quiseram nada e fizeram tudo!

As palavras sólidas e fascinantes do apresentador, melhor e mais belo que qualquer discurso político, tão ousado quanto significativo, tão a propósito a dar lugar à esperança.
Caramba! Já esquecemos o quanto é precioso ter voz?!!!

Hoje é 25 de Abril e...
cantei e dancei...como me recordásse quem já fui...um dia.
Ó brigada Vitor Jara.

galeria de arte

Rita Assis



"Esta é a madrugada que eu esperava


o dia inicial inteiro e limpo


onde emergimos da noite e do silêncio


e livre habitamos a substância do tempo"

Sophia M.B. Andresen
sms enviado pela magia da Rita Assis,
a bailarina que me ensinou a dançar na cidade
onde o movimento se estanca
para quem ainda faz
do espanto
um refúgio.
Beijos e laços Rita...
pelas ondulações dos corpos que teimas em fazer acordar
como mares finalmente
desassossegados
...coisa linda...coisa boa...
nunca deixes que se apague a luz,
ainda menos que te calem
a música.
Dança Rita, dança!
Grita!
RITA!
...saudades da paz que oferecias
Graça Martins

25 ABRIL


Isto vai meus amigos isto vai

um passo atrás são sempre dois em frente

e um povo verdadeiro não se trai

não quer gente mais gente que outra gente

Isto vai meus amigos isto vai

o que é preciso é ter sempre presente

que o presente é um tempo que se vai

e o futuro é o tempo resistente

Depois da tempestade há a bonança

que é verde como a cor que tem a esperança

quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança

se fizermos de Maio a nossa lança

isto vai meus amigos isto vai.

Agora eu:
Dia de Abril - 25.
Em 1974 a humanidade escreve a flores - cravos vermelhos,
e música de esperança,
a história mais bela de uma revolução.
Foi aqui!
Em Portugal.
É aqui
e hoje e a cada instante que se deve trocar o medo
pela
LIBERDADE!
A cobardia
pela dignidade.
Parabéns aos que ainda acreditam.
"Beijos encarnados, aroma de cravos"

terça-feira, abril 24, 2007

silêncio

...

"Poema pouco original do medo"


"O medo vai ter tudo
pernas

ambulâncias
e o luxo blindado

de alguns automóveis

Vai ter olhos onde ninguém o veja

mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes

ouvidos não só nas paredes

mas também no chão

no tetono murmúrio dos esgoto

se talvez até (cautela!)

ouvidos nos teus ouvidos


O medo vai ter tudo

fantasmas na ópera

sessões contínuas de espiritismo

milagres

cortejos

frases corajosas

meninas exemplares

seguras casas de penhor

maliciosas casas de passe

conferências várias

congressos muitos

ótimos empregos

poemas originais

e poemas como este

projetos altamente porcos

heróis(o medo vai ter heróis!)

costureiras reais e irreais

operários (assim assim)

escriturários (muitos)

intelectuais (o que se sabe)

a tua voz talvez

talvez a minha

com a certeza
a deles

Vai ter capitais

países

suspeitas como toda a gente

muitíssimos amigos

beijos

namorados esverdeados

amantes silenciosos

ardentes

e angustiados


Ah o medo vai ter tudo

tudo

(Penso no que o medo vai ter

e tenho medo

que é justamente

o que o medo quer)

O medo vai ter tudo

quase tudo

e cada um por seu caminho

havemos todos de chegar

quase todos

a ratos"

Alexandre O'Neill

Festival de Cinema Independente de Lisboa


A quarta edição do Festival de Cinema Independente de Lisboacomeça hoje. Até 29 de Abril vão passar por Lisboa 226 filmes, vindos de quatro continentes: Europa, Ásia, África e América. Estreias mundiais (19) e europeias (10), filmes-concerto, masterclasses, painéis e mesas redondas são apenas alguns dos muitos atractivos desta edição, que se distribui pelo Fórum Lisboa e pelos cinemas São Jorge, Londres e King. (do programa)



100

verão zero zero sete

na divina desordem:
verão zero zero sete


McCoy Line, de Malcolm McCoy: Ignorance Is Bliss T-Shirt, 2007.
vale a pena visitar Eduardo Brito

sais de prata

blog SobreTudo

Sais de prata para revelar...

Daniel Blaufuks


"Sob céus estranhos" Ed. Tinta da China


Hoje pelas 18h30mn na Fnac do Chiado, e às 22 h na galeria Vera Cortês, será lançado o livro e o dvd "Sob Céus Estranhos" de Daniel Blaufuks.

«Quis desmistificar a ideia do regime de Salazar como anjo da guarda»
Por Luis Miranda
A propósito do livro e DVD Sob Céus Estranhos, o fotógrafo Daniel Blaufuks falou ao SOL da sua obra e dos judeus exilados em Lisboa
Vale a pena ler...



"sob céus estranhos
under strange skies
During the Second World War, Lisbon, like Casablanca, was a corridor for refugees going from Hitler's occupied territories to America. This film tells two parallel stories about exile and accommodation. Through a narrated memoir and photographs, the tale of a German Jewish family that decided to stay in Portugal is recounted. The larger, more sociological account of artists who used Lisbon's escape route is skilfully told as well, using beautifully shot historic footage and written memoirs by some of the era's leading intellectuals including Heinrich Mann (The Blue Angel) and Alfred Doeblin (Berlin Alexanderplatz). This film evokes a desperate, intenselyromantic period of exile, despair and, ultimately, freedom.(Marc Glassman, Hot Docs, Toronto)


narrated by Bruno Ganz, 57 min., digital, color, 2002


prod.:
LX Filmes, Lisboa"




"Morre lentamente


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.Morre lentamente..."


Pablo Neruda aqui
também na Divina Desordem

domingo, abril 22, 2007

"A bigger splash" de José Eduardo Agualusa

"(...) O silêncio, um súbito splash, o silêncio de novo. Eu ainda não mergulhei de vez, penso, estou suspenso no ar. Aquele é o meu retrato amanhã. Um pouco de água em convulsão e o peso puro do mistério no instante seguinte."

"(...) O melhor da vida é podermos sempre mudar de vida."

Andar na lua

Temos, todos que vivemos,
uma vida que é vivida e outra vida que é pensada,
e a única vida que temos
é essa que é dividida
entre a verdadeira e a errada.
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, abril 18, 2007

o weblog da comunidade artística

da Judit para a Rede Ibérica de Educação artística


"Les xarxes i connexions que les dones han anat configurant per transmetre els coneixements de generació en generació han estat sempre silenciades, no representades. Patrons femenins parla d’autorepresentacions col·lectives, de topografies del cos, d’arbres genealògics de dones que han format part de la meva família i que, per tant, són també una part de mi, i jo d’elles: em representen, per tot allò que m’han transmès. Però aquesta autorepresentació també parla del cos de la dona, del meu cos: de figures amb paper d’empaperar parets (que formen part de la nostra memòria oblidada, la casa) que representen parts del meu cos, dos triangles-pits, una flor-vagina, i unes ales com a metàfora de la llibertat i la visibilitat. Patrons femenins és un intent de retrobar la meva identitat a través de la multiplicitat de persones-dones que m’envolten i formen part de la meva vida. "
Artista, investigadora, professora e uma jovem promissora de novas abordagens para a educação artística, numa participação para a Rede Ibérica de Educação Artística.
Judit Vidiella


http://www.ub.es/ice/formacio/jornades/03-04/cultura-visual.htm

"Me interesa especialmente porque estoy haciendo mi tesis doctoral sobre prácticas de corporización desde los Estudios de Performance, un campo de estudio emergente pero muy potente que si se conecta con los Estudios de Cultura Visual puede tener un campo de acción muy interesante. Rompe con las dicotomías entre teoría y práctica; mente y cuerpo; real y ficción; objeto-sujeto de la representación... Y creo que es muy útil como hemos visto con su ejemplo, no sólo en las matemáticas, sino en la Educación Física por ejemplo, para poder tratar cuestiones de corporalidad, roles de género, etc. a través de talleres "drag" o ejercicios con objetos y música... y también en la Educación Visual y Plástica... y creo que en todo lo que nos propongamos!
Para las personas que les pueda interesar, no se si están al corriente que del 8 al 17 de Junio, en Buenos Aires, se celebra el 6º Encuentro internacional organizado por el Instituto Hemisférico de Performance bajo el título "Corpolíticas" http://hemi.nyu.edu/esp/seminar/2007/index.html Su trabajo es sumamente interesante por como conciben la relación entre productores teóricos y artísticos, sin una separación, así como su apertura del concepto de performance, ya que no sólo conciben la performance como práctica artística sino desde múltiples campos de pensamiento y acción (antropología, sociología, filosofia, historia, lingüística, pedagogía...). Allí nos veremos a los que se animen a ir.
Un artista performer, y también pedagogo especializado en Educación Artística, Charles Garoian, tiene un trabajo también muy potente de unir su práctica como artista, teórico y docente desde la performance. Su libro "Performing Pedagogy: Toward and Arts of Politics" les puede dar también indicios de cómo realizar un trabajo desde esta línea.
Y en relación a la apertura del concepto de performance en relación a las sociedades occidentales globalizadas, a la alta tecnología (que opera en términos de performance y performatividad), la sociedad del conocimiento, y la teoría de la performatividad de Butler, les puede ser muy útil el libro de Jon McKenzie "Perform or else: from discipline to performance".
Bueno, para cualquier cosa estaré encantada de abrir una línea de reflexión y debate sobre estas cuestiones, y quizás si hay más personas interesadas sería interesante poder abrir una línea de trabajo aquí en Portugal y España, ya que si bien el performance es muy potente en Estados Unidos y muchos países de Latinoamérica (como se ve en el consorcio del HEMI, el Instituto Hemisférico) aquí en Europa, y especialmente en los países no anglos, es todavía un campo casi inexistente.

Judit"

quarta-feira, abril 11, 2007

Risoma




Obrigado Helena!



Pertinente! Fantástico! Imperdível...


complexo, controverso, verso, reverso, fragmento, ingrediente, paradoxo, actual, fractal, factual, facto, fato, vestido (social, cultural, político, artístico).


Muito bom encontrar espaços onde a análise e a crítica ainda encontram encruzilhadas possíveis para o sentido. Isto (a sociedade) começa a ser demasiado fácil (sempre mais do mesmo, até às proximidades da pele).


Contaminem-se! Se faz favor...




um pedacito do muito...





"SENTIDOS (E CIRCUITOS) POLÍTICOS DA ARTE: Afeto, crítica, heterogeneidade e autogestão entre tramas produtivas da cultura (Parte 1) (1) Newton Goto (go to goto – EPA! Curitiba, 16/09/05)




Contextos




O deslocamento da produção artística do campo estritamente específico de suas linguagens para o ambiente ampliado das relações culturais já foi enunciado como sendo uma passagem da arte do campo estético para o político (Cildo Meireles, 1970)(2) : “(...) uma vez que o que se faz hoje tende a estar mais próximo da cultura do que da arte, é necessariamente uma interferência política. Porque se a estética fundamenta a arte, é a política que fundamenta a cultura”.