terça-feira, junho 26, 2007
Festas do Almonda
Novo Circo de Shangai
As Festas do Almonda a decorrer de 29 de Junho a 8 de Julho no Jardim das Rosas vem trazer o mundo a Torres Novas.
Olhando para o programa fiquei encantada com a diversidade que transmite, pelas possibilidades de "visitar" culturas tão fascinantes, pela oportunidade de trazer o palco do MUNDO à cidade.
As Festas do Almonda a decorrer de 29 de Junho a 8 de Julho no Jardim das Rosas vem trazer o mundo a Torres Novas.
Olhando para o programa fiquei encantada com a diversidade que transmite, pelas possibilidades de "visitar" culturas tão fascinantes, pela oportunidade de trazer o palco do MUNDO à cidade.
Como contava Mia Couto na RTP2 no último programa (domingo) de Paula Moura Pinheiro:
Como Biólogo, ia certa vez com um colega em investigação no meio de um campo moçambicano quando, do nada, surgiu uma colecção de gente que ia para uma celebração de casamento. Ao perceberem que o carro tinha música, perguntaram se poderiam ir "dar" música à festa.
Mia disse apenas ter Mozart.
Assim se cantou e dançou ao som de Mozart que, adquiriu uma nova musicalidade, uma nova identidade, outra dança.
Só assim.
Da serenidade à simplicidade, momentos de significado guardam memória.
Acredito que fomentar formas de olhar, ouvir, sentir, resultam, certamente, num aprofundar o sentido de pertencermos a um mundo tão vasto quanto rico em culturas...para ouver...e aproveitar.
segunda-feira, junho 18, 2007
"Uma noiva bela, belíssima..."
"Ladies"
Ilustração: Anna Laura Cantone (Nasceu na Alexandria mas mora em Milão)
Chama-se "Uma noiva bela, belíssima..."
escrito por Beatrice Masini.
Ilustração de: Anna-Laura Cantone
Texto de: Davide Cali
"A minha mamã-robot"
Ed: Livros Horizonte
"A minha mamã-robot também será mito inteligente.
"...vai fazer os meus exercícios de Geometria sem se enganar
...desenhar os meus mapas para geografia
...escrever as minhas composições com uma letra igual à minha, e sem erros..."
Recomendações da Conferência Mundial sobre Educação Artística
O texto é grande mas vale a pena:
Recomendações da Conferência Mundial sobre Educação Artística
21 Junho 2006
1
Recomendações
Os participantes na Conferência Mundial sobre Educação Artística, que subscreveram as declarações feitas aquando das conferências regionais e internacionais preparatórias, realizadas em 2005 na Austrália (Setembro), Colômbia (Novembro), Lituânia (Setembro), República da Coreia (Novembro) e Trindade e Tobago (Junho),
reiteram as considerações que se seguem:
• Constatam que todas as crianças e todos os jovens têm direito, através da Educação Artística, ao desenvolvimento do sentido estético e da criatividade bem como das faculdades de pensamento crítico e de reflexão inerentes à condição humana ;
• Consideram que se deve desenvolver nas crianças e nos jovens uma maior tomada de consciência não só deles próprios, mas também do seu meio ambiente natural e cultural, e que o acesso a todos os bens culturais, serviços e práticas deve fazer parte dos objectivos dos sistemas educativos e culturais ;
• Reconhecem o papel da Educação Artística na sensibilização dos auditórios e dos diferentes públicos para a apreciação das manifestações artísticas;
• Compreendem os desafios da diversidade cultural suscitados pela globalização e a crescente necessidade de imaginação, criatividade e cooperação em sociedades cada vez mais baseadas no conhecimento;
• Têm em conta que, em muitas sociedades, a arte é por tradição, e em muitos casos continua a ser, parte integrante da vida de todos os dias e desempenha um papel fundamental na transmissão cultural e na evolução da comunidade e dos indivíduos;
• Constatam que os espaços para a realização de actividades artísticas, tais como centros culturais comunitários e museus, são necessidades fundamentais dos jovens;
• Reconhecem que as nossas sociedades contemporâneas têm necessidade de desenvolver estratégias educativas e culturais que transmitam e apoiem valores estéticos e uma identidade susceptíveis de promover e valorizar a diversidade cultural e o desenvolvimento de sociedades sem conflitos, prósperas e sustentáveis :
• Têm em conta a natureza multicultural da maioria dos países do mundo, em que está representada a confluência de culturas, daí resultando um conjunto único de etnicidades, nacionalidades e línguas; que essa complexidade cultural desencadeia uma energia criativa e oferece perspectivas locais e práticas educativas que são específicas desses países; e que esse rico património cultural, tangível e intangível, está ameaçado por transformações sociais, culturais, económicas e ambientais complexas ;
• Reconhecem o valor e a aplicabilidade da arte no processo de aprendizagem e o seu papel no desenvolvimento de capacidades cognitivas e sociais que estão subjacentes à tolerância social e à
celebração da diversidade;
• Reconhecem que a Educação Artística contribui para a melhoria da aprendizagem e para o desenvolvimento de capacidades pela importância que dá às estruturas flexíveis (tais como as matérias e os papéis situados no tempo), a importância para o aprendente (ligada de modo significativo à vida das crianças e ao seu ambiente social e cultural), e a cooperação entre os sistemas de aprendizagem formal e informal e os recursos;
2
• Reconhecem a convergência entre a concepção tradicional da arte nas sociedades e uma compreensão mais moderna de que a aprendizagem através da arte poder conduzir ao melhoramento da aprendizagem e ao desenvolvimento de competências;
• Compreendem que a Educação Artística, ao gerar uma série de competências e de aptidões transversais e fomentar a motivação dos estudantes e a participação activa na aula, pode melhorar a qualidade da educação, assim contribuindo para atingir um dos seis objectivos da Educação para Todos (EPT) da Conferência Mundial de Dakar sobre a Educação para Todos (2000);
• Têm em conta que a Educação Artística, como todos os tipos de educação, tem de ser de alta qualidade para ser eficaz ;
• Têm em consideração que a Educação Artística, como forma de construção política e cívica, constitui uma ferramenta de base para a coesão social e pode ajudar a resolver as questões difíceis com que se defrontam muitas sociedades, nomeadamente o crime e a violência, o analfabetismo persistente, as desigualdades de género (incluindo o insucesso masculino), os maus-tratos de crianças e a negligência, a corrupção política e o desemprego.
• Observam o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em todas as áreas das sociedades e economias e o potencial que representam para a promoção da Educação Artística.
No entanto, foi identificado um certo número de desafios que a seguir se retomam:
• Reconhecem que, em muitos países, as políticas educativas atribuem pouca importância à Educação Artística, o que se reflecte no atraso e desvalorização deste domínio do conhecimento;
• Observam que as preocupações e os sistemas culturais e educativos estão frequentemente dissociados, com duas ordens de prioridades que muitas vezes caminham em direcções paralelas ou mesmo opostas;
• Consideram que não existe um número suficiente de programas especializados em Educação Artística para os professores e que os programas de formação geral dos professores não fazem uma promoção adequada do papel da arte no ensino e na aprendizagem;
• Observam que os artistas e a sua participação nos processos de Educação Artística não são suficientemente reconhecidos;
• Anotam que existe um vasto campo experimental na Educação Artística que não é objecto de investigação nem de sistematização; e
• Reconhecem que os orçamentos destinados à Educação Artística são inexistentes ou insuficientes para cobrir as necessidades correntes e de desenvolvimento;
Os participantes na Conferência Mundial sobre a Educação Artística subscrevem inteiramente as recomendações resumidas a partir das conferências preparatórias acima referidas e das reuniões de grupos de trabalho regionais subsequentes (África e Estados Árabes) realizadas no decorrer desta Conferência Mundial e colocam-nas à consideração das partes interessadas:
Recomendações aos Professores, Pais, Artistas e Directores de Escolas e Instituições de Formação Promoção, Apoio e Formação.
3
• Aumentar a consciência do público e promover o valor e o impacto social da Educação Artística criando uma procura da Educação Artística e de educadores experientes em arte;
• Fornecer uma liderança e um suporte para o ensino e a aprendizagem através da arte;
• Promover a participação activa e o acesso de todas as crianças à arte como componente central da educação;
• Estimular a utilização de recursos humanos e materiais do contexto local, simultaneamente como fornecedores e como conteúdo de qualidade da educação;
• Fornecer recursos e materiais de aprendizagem para ajudar os educadores a desenvolver, utilizar e partilhar uma nova pedagogia rica em conteúdo artístico;
• Fornecer um apoio que permita àqueles que se servem da Educação Artística chegar a grupos marginalizados e facilitar a criação de produtos inovadores do conhecimento e a difusão desse
conhecimento;
• Apoiar o desenvolvimento profissional permanente dos professores, dos artistas e dos trabalhadores sociais com vista a desenvolver entre os profissionais o apreço pela diversidade cultural e permitir-lhes desenvolver entre os seus estudantes um potencial de criação e de
espírito crítico e de inovação;
• Favorecer e promover o desenvolvimento de práticas artísticas através de meios digitais;
• Criar, quando não existam, centros culturais e outros espaços e equipamentos de educação artística para os jovens;
Parcerias e Cooperação
• Fomentar parcerias activas e sustentáveis entre os contextos educativos (formal e informal) e a comunidade no seu sentido mais amplo;
• Facilitar a participação nos contextos de aprendizagem graças aos intervenientes artísticos locais e a inclusão de formas e técnicas de arte nos processos educativos a fim de reforçar as culturas e as identidades locais;
• Facilitar a cooperação entre as escolas e os pais, organizações comunitárias e instituições e mobilizar os recursos locais das comunidades para desenvolver os programas de Educação Artística, com vista a permitir às comunidades participar na transmissão dos valores culturais e das formas de arte locais;
Aplicação, Avaliação e Partilha do conhecimento
• Pôr em prática e avaliar os projectos de colaboração escola-comunidade que assentam em princípios de cooperação, de inclusão, de integração e de pertinência;
• Estimular a produção de uma documentação eficaz e a partilha do conhecimento entre professores;
• Partilhar a informação e as experiências vividas com as partes interessadas, incluindo os governos, as comunidades, os media, as ONG e o sector privado;
Recomendações aos Poderes Públicos e aos Estrategas
Reconhecimento
• Reconhecer o papel da Educação Artística na preparação dos auditórios e dos diferentes sectores do público para apreciarem as manifestações artísticas;
• Ter em conta a importância do desenvolvimento de uma política de Educação Artística na qual os laços entre comunidades estejam em articulação com as instituições educativas e sociais e o mundo do trabalho;
4
• Reconhecer o valor das práticas e projectos de sucesso na área da Educação Artística, desenvolvidos a nível local e culturalmente pertinentes. Reconhecer que os projectos futuros devem reproduzir as práticas de sucesso até agora aplicadas;
• Dar prioridade à necessidade de uma melhor compreensão e de um reconhecimento mais profundo por parte do público das contribuições essenciais dadas pela Educação Artística aos indivíduos e à sociedade;
Desenvolvimento de políticas
• Traduzir a crescente compreensão da importância da Educação Artística na alocação de recursos suficientes de modo a traduzir os princípios em acção, criar um reconhecimento acrescido dos benefícios da arte e da criatividade para todos e apoiar a concretização de uma nova visão da arte e da aprendizagem;
• Conceber políticas de investigação nacional e regional no domínio da Educação Artística, tendo em conta as especificidades das culturas ancestrais e dos grupos de populações vulneráveis;
• Estimular o desenvolvimento de estratégias de aplicação e de controlo com vista a garantir a qualidade da Educação Artística;
• Dar à Educação Artística um lugar central e permanente no currículo educativo, devidamente financiado e com professores competentes e de qualidade;
• Tomar em consideração a investigação na tomada de decisões sobre o financiamento e os programas e articular as novas normas de avaliação do impacto do Ensino Artístico, dado que é possível demonstrar que a Educação Artística pode contribuir de modo significativo para a melhoria do desempenho dos estudantes em domínios como a alfabetização e a aprendizagem do cálculo, além de produzir benefícios humanos e sociais;
• Garantir uma continuidade que vá mais longe do que os programas governamentais nas políticas públicas dos Estados sobre Educação Artística;
Formação, Aplicação e Apoio
• Pôr à disposição dos artistas e dos professores uma formação profissional tendente a elevar a qualidade das prestações em Educação Artística ministradas a nível regional;
• Fazer da formação e da preparação dos professores de arte uma nova prioridade dentro do sistema de educação, permitindo-lhes contribuir de forma mais eficaz para o processo de aprendizagem e para o desenvolvimento cultural, e fazer da sensibilização para a arte uma parte da formação de todos os professores e actores da educação;
• Disponibilizar professores formados e artistas aos estabelecimentos escolares e de educação informal de forma a permitir e promover o desenvolvimento e a promoção da Educação Artística;
• Integrar a arte no currículo escolar e na educação informal;
• Tornar a Educação Artística disponível dentro e fora das escolas a todos os indivíduos, independentemente das suas aptidões, necessidades e condição social, física, mental ou situação geográfica;
• Produzir e disponibilizar em todas as escolas e bibliotecas os recursos materiais necessários para o ensino da arte, nomeadamente espaço, meios audiovisuais, livros, materiais e ferramentas artísticas;
• Proporcionar às populações locais uma Educação Artística em moldes adequados aos seus métodos culturais de ensino e de aprendizagem, acessíveis nas suas próprias línguas, tendo presentes os princípios contidos na Declaração sobre a Diversidade Cultural da UNESCO;
Parcerias e Cooperação
• Promover parcerias entre todos os ministérios e organizações governamentais envolvidos para desenvolver politicas e estratégias de Educação Artística coerentes e sustentáveis;
5
• Encorajar as autoridades governamentais a todos os níveis para que unam os seus esforços aos dos educadores, artistas, ONG, grupos de pressão, membros da comunidade empresarial, do movimento laboral e da sociedade civil para criar planos de acção e mensagens de patrocínio específicos;
• Encorajar o envolvimento activo das instituições culturais, fundações, media, indústrias e membros do sector privado na educação artística;
• Integrar parcerias de escolas, artistas e instituições culturais no centro do processo educativo;
Investigação e partilha do Conhecimento
• Desenvolver um banco completo de dados dos recursos humanos e materiais sobre a Educação Artística e torná-los acessíveis a todos os estabelecimentos escolares, nomeadamente através da Internet;
• Assegurar a difusão da informação sobre a Educação Artística, sua aplicação prática e seu acompanhamento pelos Ministérios da Educação e da Cultura;
• Encorajar a criação de colecções e de inventários de obras que enriquecem a Educação Artística;
• Reunir documentação sobre a cultura oral de sociedades em crise;
Recomendações à UNESCO e Outras Organizações Intergovernamentais e Não-governamentais:
Promoção e Apoio
• Reflectir as contribuições importantes que a Educação Artística pode oferecer em todos os sectores da sociedade e identificar a Educação Artística como uma estratégia transversal muito
importante;
• Ligar a Educação Artística às fontes apropriadas e aos domínios conexos, como a Educação para Todos para um Desenvolvimento Sustentável;
• Insistir na necessidade de estratégias de sentido ascendente que dêem força às iniciativas de base e as validem;
• Promover o conhecimento dos problemas socioculturais e ambientais nos programas de Educação Artística de modo a que os alunos tomem consciência dos valores do seu meio ambiente, tenham um sentimento de pertença e se empenhem num desenvolvimento
sustentável;
• Encorajar a comunicação com os media para o apoio aos objectivos da Educação Artística com vista a promover uma sensibilidade estética e impulsionar valores artísticos entre o
público em geral;
• Continuar a inclusão da Educação Artística nos programas internacionais;
• Prever provisões nos orçamentos para apoiar a Educação Artística e promover a sua inclusão nos currículos das escolas;
• Promover o desenvolvimento e a aplicação do Ensino Artístico a diferentes níveis e em diferentes modalidades dos programas de educação partindo de uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, com o propósito de abrir novas vias estéticas;
• Promover os investimentos que forneçam bens culturais, recursos materiais e fundos para:
• Criar domínios especializados nas escolas e nos espaços culturais que ofereçam uma forma de Educação Artística, qualquer que ela seja;
• Fornecer materiais didácticos especializados, incluindo publicações nas línguas maternas;
• Garantir o desenvolvimento da Educação Artística e promover um salário e condições de trabalho justos para os professores que desenvolvem este domínio do conhecimento.
• Encorajar activamente os governos e outras entidades a que facilitem a colaboração entre os ministérios, serviços, instituições culturais, ONG e os profissionais e o ensino artístico;
• Convocar futuras conferências sobre a Educação Artística em reconhecimento da importância de promover uma reflexão periódica e um aperfeiçoamento contínuo. Nesta conformidade, os participantes na Conferência Regional Ásia-Pacífico de preparação para a Conferência Mundial, realizada em Seoul em Novembro de 2005, apoiaram a oferta da República da Coreia de acolher uma segunda Conferência Mundial sobre a Educação Artística.
Parcerias e Cooperação
• Facilitar a coordenação entre estabelecimentos de ensino e instituições culturais em cada país para que se ponham de acordo sobre as políticas e as actividades a desenvolver para a Educação Artística;
• Encorajar a definição de competências e de mecanismos para uma articulação formal e informal da Educação Artística entre instituições educativas e culturais;
• Criar redes de cooperação entre os Estados Membros e dentro dos seus respectivos sistemas de educação e de cultura, com o objectivo de basear em alianças e actividades de cooperação o êxito do desenvolvimento da Educação Artística;
Investigação, Avaliação e Partilha do Conhecimento
• Promover uma avaliação contínua dos impactos emocional, social, cultural, cognitivo e criativo da Educação Artística;
• Promover um sistema regional de recolha e difusão da informação sobre a Educação Artística;
• Promover a partilha do conhecimento e redes através da criação de Observatórios de Educação Artística (câmaras de compensação), com Dirigentes da UNESCO e a REDE UNITWIN;
1
• Promover a investigação sobre a arte a fim de orientar o desenvolvimento de iniciativas futuras neste domínio em expansão;
• Estabelecer uma base de dados internacional para fornecer informações cientificamente fundamentadas sobre a importância social e individual da Educação Artística e do envolvimento criativo, incluindo, mas não limitado a, os domínios do desenvolvimento
integrado do ser humano, da coesão social, resolução de conflitos, saúde pública e utilização de novas tecnologias na expressão criativa nas escolas;
• Encomendar estudos de casos e pesquisas que possam ser utilizados como guia para um envolvimento em projectos de investigação mais participativos e de orientação prática. Esses
estudos de casos poderão conduzir ao desenvolvimento de uma rede internacional de investigadores que façam o intercâmbio das suas metodologias e construam melhores modelos de avaliação em colaboração com os estudantes, artistas, professores e pais enquanto
participantes activos. Daí resultará a produção de competências para o futuro e indicações sobre a avaliação da aprendizagem ao longo da vida;
• Encorajar a investigação e a redescoberta da utilização tradicional da arte na aprendizagem e na vida quotidiana;
• Registar e avaliar os recursos bibliográficos e outras fontes de informação sobre a Educação Artística, numa óptica da sua análise e de reformulação e difusão;
• Sistematizar as experiências importantes que podem servir para preparar indicadores de qualidade para a Educação Artística e para promover o intercâmbio de experiências;
1 Ver Plano de Acção para a Ásia: Observatórios de Educação Artística Asiáticos”, Educating for Creativity:
Bringing the Arts and Culture into Asian Education, Relatório do Simpósio Regional Asiático sobre a Educação
Artística, UNESCO, 2005
7
• Facilitar a preparação e a aplicação de uma formação regional e internacional e de projectos de investigação;
• Implantar redes internacionais para facilitar a cooperação regional e a partilha das melhores práticas na concretização de políticas de Educação Artística;
Formação e Apoio aos Professores, Escolas e Artistas
• Facilitar a formação de professores ao nível da teoria e da prática da Educação Artística;
• Promover um apoio internacional à formação de professores e ao desenvolvimento de currículos com vista a alargar a cobertura e melhorar a qualidade da Educação Artística, em
particular nos países que colocam desafios em matéria de recursos;
• Encorajar a participação no ensino básico e secundário de artistas, detentores de tradições e promotores culturais, a fim de enriquecer a utilização criativa pelos alunos de diferentes formas de expressão artística;
• Encorajar a criação de programas para a investigação e formação ao longo da vida dos profissionais (artistas, professores, directores, planeadores, etc.) ligados à Educação Artística;
• Encorajar a participação e a associação de professores de arte, a nível nacional e internacional, para que adquiram maior representatividade social e competência profissional;
• Encorajar a criação de obras sobre Educação Artística, materiais, metodologias e manuais de ensino-aprendizagem;
• Encorajar a incorporação de novas informações e de tecnologias da comunicação nos programas de formação de professores, tanto nos processos de educação formal como informal, como meio de criação, expressão artística, reflexão e pensamento crítico.
Recomendações da Conferência Mundial sobre Educação Artística
21 Junho 2006
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Recomendações
Os participantes na Conferência Mundial sobre Educação Artística, que subscreveram as declarações feitas aquando das conferências regionais e internacionais preparatórias, realizadas em 2005 na Austrália (Setembro), Colômbia (Novembro), Lituânia (Setembro), República da Coreia (Novembro) e Trindade e Tobago (Junho),
reiteram as considerações que se seguem:
• Constatam que todas as crianças e todos os jovens têm direito, através da Educação Artística, ao desenvolvimento do sentido estético e da criatividade bem como das faculdades de pensamento crítico e de reflexão inerentes à condição humana ;
• Consideram que se deve desenvolver nas crianças e nos jovens uma maior tomada de consciência não só deles próprios, mas também do seu meio ambiente natural e cultural, e que o acesso a todos os bens culturais, serviços e práticas deve fazer parte dos objectivos dos sistemas educativos e culturais ;
• Reconhecem o papel da Educação Artística na sensibilização dos auditórios e dos diferentes públicos para a apreciação das manifestações artísticas;
• Compreendem os desafios da diversidade cultural suscitados pela globalização e a crescente necessidade de imaginação, criatividade e cooperação em sociedades cada vez mais baseadas no conhecimento;
• Têm em conta que, em muitas sociedades, a arte é por tradição, e em muitos casos continua a ser, parte integrante da vida de todos os dias e desempenha um papel fundamental na transmissão cultural e na evolução da comunidade e dos indivíduos;
• Constatam que os espaços para a realização de actividades artísticas, tais como centros culturais comunitários e museus, são necessidades fundamentais dos jovens;
• Reconhecem que as nossas sociedades contemporâneas têm necessidade de desenvolver estratégias educativas e culturais que transmitam e apoiem valores estéticos e uma identidade susceptíveis de promover e valorizar a diversidade cultural e o desenvolvimento de sociedades sem conflitos, prósperas e sustentáveis :
• Têm em conta a natureza multicultural da maioria dos países do mundo, em que está representada a confluência de culturas, daí resultando um conjunto único de etnicidades, nacionalidades e línguas; que essa complexidade cultural desencadeia uma energia criativa e oferece perspectivas locais e práticas educativas que são específicas desses países; e que esse rico património cultural, tangível e intangível, está ameaçado por transformações sociais, culturais, económicas e ambientais complexas ;
• Reconhecem o valor e a aplicabilidade da arte no processo de aprendizagem e o seu papel no desenvolvimento de capacidades cognitivas e sociais que estão subjacentes à tolerância social e à
celebração da diversidade;
• Reconhecem que a Educação Artística contribui para a melhoria da aprendizagem e para o desenvolvimento de capacidades pela importância que dá às estruturas flexíveis (tais como as matérias e os papéis situados no tempo), a importância para o aprendente (ligada de modo significativo à vida das crianças e ao seu ambiente social e cultural), e a cooperação entre os sistemas de aprendizagem formal e informal e os recursos;
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• Reconhecem a convergência entre a concepção tradicional da arte nas sociedades e uma compreensão mais moderna de que a aprendizagem através da arte poder conduzir ao melhoramento da aprendizagem e ao desenvolvimento de competências;
• Compreendem que a Educação Artística, ao gerar uma série de competências e de aptidões transversais e fomentar a motivação dos estudantes e a participação activa na aula, pode melhorar a qualidade da educação, assim contribuindo para atingir um dos seis objectivos da Educação para Todos (EPT) da Conferência Mundial de Dakar sobre a Educação para Todos (2000);
• Têm em conta que a Educação Artística, como todos os tipos de educação, tem de ser de alta qualidade para ser eficaz ;
• Têm em consideração que a Educação Artística, como forma de construção política e cívica, constitui uma ferramenta de base para a coesão social e pode ajudar a resolver as questões difíceis com que se defrontam muitas sociedades, nomeadamente o crime e a violência, o analfabetismo persistente, as desigualdades de género (incluindo o insucesso masculino), os maus-tratos de crianças e a negligência, a corrupção política e o desemprego.
• Observam o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em todas as áreas das sociedades e economias e o potencial que representam para a promoção da Educação Artística.
No entanto, foi identificado um certo número de desafios que a seguir se retomam:
• Reconhecem que, em muitos países, as políticas educativas atribuem pouca importância à Educação Artística, o que se reflecte no atraso e desvalorização deste domínio do conhecimento;
• Observam que as preocupações e os sistemas culturais e educativos estão frequentemente dissociados, com duas ordens de prioridades que muitas vezes caminham em direcções paralelas ou mesmo opostas;
• Consideram que não existe um número suficiente de programas especializados em Educação Artística para os professores e que os programas de formação geral dos professores não fazem uma promoção adequada do papel da arte no ensino e na aprendizagem;
• Observam que os artistas e a sua participação nos processos de Educação Artística não são suficientemente reconhecidos;
• Anotam que existe um vasto campo experimental na Educação Artística que não é objecto de investigação nem de sistematização; e
• Reconhecem que os orçamentos destinados à Educação Artística são inexistentes ou insuficientes para cobrir as necessidades correntes e de desenvolvimento;
Os participantes na Conferência Mundial sobre a Educação Artística subscrevem inteiramente as recomendações resumidas a partir das conferências preparatórias acima referidas e das reuniões de grupos de trabalho regionais subsequentes (África e Estados Árabes) realizadas no decorrer desta Conferência Mundial e colocam-nas à consideração das partes interessadas:
Recomendações aos Professores, Pais, Artistas e Directores de Escolas e Instituições de Formação Promoção, Apoio e Formação.
3
• Aumentar a consciência do público e promover o valor e o impacto social da Educação Artística criando uma procura da Educação Artística e de educadores experientes em arte;
• Fornecer uma liderança e um suporte para o ensino e a aprendizagem através da arte;
• Promover a participação activa e o acesso de todas as crianças à arte como componente central da educação;
• Estimular a utilização de recursos humanos e materiais do contexto local, simultaneamente como fornecedores e como conteúdo de qualidade da educação;
• Fornecer recursos e materiais de aprendizagem para ajudar os educadores a desenvolver, utilizar e partilhar uma nova pedagogia rica em conteúdo artístico;
• Fornecer um apoio que permita àqueles que se servem da Educação Artística chegar a grupos marginalizados e facilitar a criação de produtos inovadores do conhecimento e a difusão desse
conhecimento;
• Apoiar o desenvolvimento profissional permanente dos professores, dos artistas e dos trabalhadores sociais com vista a desenvolver entre os profissionais o apreço pela diversidade cultural e permitir-lhes desenvolver entre os seus estudantes um potencial de criação e de
espírito crítico e de inovação;
• Favorecer e promover o desenvolvimento de práticas artísticas através de meios digitais;
• Criar, quando não existam, centros culturais e outros espaços e equipamentos de educação artística para os jovens;
Parcerias e Cooperação
• Fomentar parcerias activas e sustentáveis entre os contextos educativos (formal e informal) e a comunidade no seu sentido mais amplo;
• Facilitar a participação nos contextos de aprendizagem graças aos intervenientes artísticos locais e a inclusão de formas e técnicas de arte nos processos educativos a fim de reforçar as culturas e as identidades locais;
• Facilitar a cooperação entre as escolas e os pais, organizações comunitárias e instituições e mobilizar os recursos locais das comunidades para desenvolver os programas de Educação Artística, com vista a permitir às comunidades participar na transmissão dos valores culturais e das formas de arte locais;
Aplicação, Avaliação e Partilha do conhecimento
• Pôr em prática e avaliar os projectos de colaboração escola-comunidade que assentam em princípios de cooperação, de inclusão, de integração e de pertinência;
• Estimular a produção de uma documentação eficaz e a partilha do conhecimento entre professores;
• Partilhar a informação e as experiências vividas com as partes interessadas, incluindo os governos, as comunidades, os media, as ONG e o sector privado;
Recomendações aos Poderes Públicos e aos Estrategas
Reconhecimento
• Reconhecer o papel da Educação Artística na preparação dos auditórios e dos diferentes sectores do público para apreciarem as manifestações artísticas;
• Ter em conta a importância do desenvolvimento de uma política de Educação Artística na qual os laços entre comunidades estejam em articulação com as instituições educativas e sociais e o mundo do trabalho;
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• Reconhecer o valor das práticas e projectos de sucesso na área da Educação Artística, desenvolvidos a nível local e culturalmente pertinentes. Reconhecer que os projectos futuros devem reproduzir as práticas de sucesso até agora aplicadas;
• Dar prioridade à necessidade de uma melhor compreensão e de um reconhecimento mais profundo por parte do público das contribuições essenciais dadas pela Educação Artística aos indivíduos e à sociedade;
Desenvolvimento de políticas
• Traduzir a crescente compreensão da importância da Educação Artística na alocação de recursos suficientes de modo a traduzir os princípios em acção, criar um reconhecimento acrescido dos benefícios da arte e da criatividade para todos e apoiar a concretização de uma nova visão da arte e da aprendizagem;
• Conceber políticas de investigação nacional e regional no domínio da Educação Artística, tendo em conta as especificidades das culturas ancestrais e dos grupos de populações vulneráveis;
• Estimular o desenvolvimento de estratégias de aplicação e de controlo com vista a garantir a qualidade da Educação Artística;
• Dar à Educação Artística um lugar central e permanente no currículo educativo, devidamente financiado e com professores competentes e de qualidade;
• Tomar em consideração a investigação na tomada de decisões sobre o financiamento e os programas e articular as novas normas de avaliação do impacto do Ensino Artístico, dado que é possível demonstrar que a Educação Artística pode contribuir de modo significativo para a melhoria do desempenho dos estudantes em domínios como a alfabetização e a aprendizagem do cálculo, além de produzir benefícios humanos e sociais;
• Garantir uma continuidade que vá mais longe do que os programas governamentais nas políticas públicas dos Estados sobre Educação Artística;
Formação, Aplicação e Apoio
• Pôr à disposição dos artistas e dos professores uma formação profissional tendente a elevar a qualidade das prestações em Educação Artística ministradas a nível regional;
• Fazer da formação e da preparação dos professores de arte uma nova prioridade dentro do sistema de educação, permitindo-lhes contribuir de forma mais eficaz para o processo de aprendizagem e para o desenvolvimento cultural, e fazer da sensibilização para a arte uma parte da formação de todos os professores e actores da educação;
• Disponibilizar professores formados e artistas aos estabelecimentos escolares e de educação informal de forma a permitir e promover o desenvolvimento e a promoção da Educação Artística;
• Integrar a arte no currículo escolar e na educação informal;
• Tornar a Educação Artística disponível dentro e fora das escolas a todos os indivíduos, independentemente das suas aptidões, necessidades e condição social, física, mental ou situação geográfica;
• Produzir e disponibilizar em todas as escolas e bibliotecas os recursos materiais necessários para o ensino da arte, nomeadamente espaço, meios audiovisuais, livros, materiais e ferramentas artísticas;
• Proporcionar às populações locais uma Educação Artística em moldes adequados aos seus métodos culturais de ensino e de aprendizagem, acessíveis nas suas próprias línguas, tendo presentes os princípios contidos na Declaração sobre a Diversidade Cultural da UNESCO;
Parcerias e Cooperação
• Promover parcerias entre todos os ministérios e organizações governamentais envolvidos para desenvolver politicas e estratégias de Educação Artística coerentes e sustentáveis;
5
• Encorajar as autoridades governamentais a todos os níveis para que unam os seus esforços aos dos educadores, artistas, ONG, grupos de pressão, membros da comunidade empresarial, do movimento laboral e da sociedade civil para criar planos de acção e mensagens de patrocínio específicos;
• Encorajar o envolvimento activo das instituições culturais, fundações, media, indústrias e membros do sector privado na educação artística;
• Integrar parcerias de escolas, artistas e instituições culturais no centro do processo educativo;
Investigação e partilha do Conhecimento
• Desenvolver um banco completo de dados dos recursos humanos e materiais sobre a Educação Artística e torná-los acessíveis a todos os estabelecimentos escolares, nomeadamente através da Internet;
• Assegurar a difusão da informação sobre a Educação Artística, sua aplicação prática e seu acompanhamento pelos Ministérios da Educação e da Cultura;
• Encorajar a criação de colecções e de inventários de obras que enriquecem a Educação Artística;
• Reunir documentação sobre a cultura oral de sociedades em crise;
Recomendações à UNESCO e Outras Organizações Intergovernamentais e Não-governamentais:
Promoção e Apoio
• Reflectir as contribuições importantes que a Educação Artística pode oferecer em todos os sectores da sociedade e identificar a Educação Artística como uma estratégia transversal muito
importante;
• Ligar a Educação Artística às fontes apropriadas e aos domínios conexos, como a Educação para Todos para um Desenvolvimento Sustentável;
• Insistir na necessidade de estratégias de sentido ascendente que dêem força às iniciativas de base e as validem;
• Promover o conhecimento dos problemas socioculturais e ambientais nos programas de Educação Artística de modo a que os alunos tomem consciência dos valores do seu meio ambiente, tenham um sentimento de pertença e se empenhem num desenvolvimento
sustentável;
• Encorajar a comunicação com os media para o apoio aos objectivos da Educação Artística com vista a promover uma sensibilidade estética e impulsionar valores artísticos entre o
público em geral;
• Continuar a inclusão da Educação Artística nos programas internacionais;
• Prever provisões nos orçamentos para apoiar a Educação Artística e promover a sua inclusão nos currículos das escolas;
• Promover o desenvolvimento e a aplicação do Ensino Artístico a diferentes níveis e em diferentes modalidades dos programas de educação partindo de uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, com o propósito de abrir novas vias estéticas;
• Promover os investimentos que forneçam bens culturais, recursos materiais e fundos para:
• Criar domínios especializados nas escolas e nos espaços culturais que ofereçam uma forma de Educação Artística, qualquer que ela seja;
• Fornecer materiais didácticos especializados, incluindo publicações nas línguas maternas;
• Garantir o desenvolvimento da Educação Artística e promover um salário e condições de trabalho justos para os professores que desenvolvem este domínio do conhecimento.
• Encorajar activamente os governos e outras entidades a que facilitem a colaboração entre os ministérios, serviços, instituições culturais, ONG e os profissionais e o ensino artístico;
• Convocar futuras conferências sobre a Educação Artística em reconhecimento da importância de promover uma reflexão periódica e um aperfeiçoamento contínuo. Nesta conformidade, os participantes na Conferência Regional Ásia-Pacífico de preparação para a Conferência Mundial, realizada em Seoul em Novembro de 2005, apoiaram a oferta da República da Coreia de acolher uma segunda Conferência Mundial sobre a Educação Artística.
Parcerias e Cooperação
• Facilitar a coordenação entre estabelecimentos de ensino e instituições culturais em cada país para que se ponham de acordo sobre as políticas e as actividades a desenvolver para a Educação Artística;
• Encorajar a definição de competências e de mecanismos para uma articulação formal e informal da Educação Artística entre instituições educativas e culturais;
• Criar redes de cooperação entre os Estados Membros e dentro dos seus respectivos sistemas de educação e de cultura, com o objectivo de basear em alianças e actividades de cooperação o êxito do desenvolvimento da Educação Artística;
Investigação, Avaliação e Partilha do Conhecimento
• Promover uma avaliação contínua dos impactos emocional, social, cultural, cognitivo e criativo da Educação Artística;
• Promover um sistema regional de recolha e difusão da informação sobre a Educação Artística;
• Promover a partilha do conhecimento e redes através da criação de Observatórios de Educação Artística (câmaras de compensação), com Dirigentes da UNESCO e a REDE UNITWIN;
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• Promover a investigação sobre a arte a fim de orientar o desenvolvimento de iniciativas futuras neste domínio em expansão;
• Estabelecer uma base de dados internacional para fornecer informações cientificamente fundamentadas sobre a importância social e individual da Educação Artística e do envolvimento criativo, incluindo, mas não limitado a, os domínios do desenvolvimento
integrado do ser humano, da coesão social, resolução de conflitos, saúde pública e utilização de novas tecnologias na expressão criativa nas escolas;
• Encomendar estudos de casos e pesquisas que possam ser utilizados como guia para um envolvimento em projectos de investigação mais participativos e de orientação prática. Esses
estudos de casos poderão conduzir ao desenvolvimento de uma rede internacional de investigadores que façam o intercâmbio das suas metodologias e construam melhores modelos de avaliação em colaboração com os estudantes, artistas, professores e pais enquanto
participantes activos. Daí resultará a produção de competências para o futuro e indicações sobre a avaliação da aprendizagem ao longo da vida;
• Encorajar a investigação e a redescoberta da utilização tradicional da arte na aprendizagem e na vida quotidiana;
• Registar e avaliar os recursos bibliográficos e outras fontes de informação sobre a Educação Artística, numa óptica da sua análise e de reformulação e difusão;
• Sistematizar as experiências importantes que podem servir para preparar indicadores de qualidade para a Educação Artística e para promover o intercâmbio de experiências;
1 Ver Plano de Acção para a Ásia: Observatórios de Educação Artística Asiáticos”, Educating for Creativity:
Bringing the Arts and Culture into Asian Education, Relatório do Simpósio Regional Asiático sobre a Educação
Artística, UNESCO, 2005
7
• Facilitar a preparação e a aplicação de uma formação regional e internacional e de projectos de investigação;
• Implantar redes internacionais para facilitar a cooperação regional e a partilha das melhores práticas na concretização de políticas de Educação Artística;
Formação e Apoio aos Professores, Escolas e Artistas
• Facilitar a formação de professores ao nível da teoria e da prática da Educação Artística;
• Promover um apoio internacional à formação de professores e ao desenvolvimento de currículos com vista a alargar a cobertura e melhorar a qualidade da Educação Artística, em
particular nos países que colocam desafios em matéria de recursos;
• Encorajar a participação no ensino básico e secundário de artistas, detentores de tradições e promotores culturais, a fim de enriquecer a utilização criativa pelos alunos de diferentes formas de expressão artística;
• Encorajar a criação de programas para a investigação e formação ao longo da vida dos profissionais (artistas, professores, directores, planeadores, etc.) ligados à Educação Artística;
• Encorajar a participação e a associação de professores de arte, a nível nacional e internacional, para que adquiram maior representatividade social e competência profissional;
• Encorajar a criação de obras sobre Educação Artística, materiais, metodologias e manuais de ensino-aprendizagem;
• Encorajar a incorporação de novas informações e de tecnologias da comunicação nos programas de formação de professores, tanto nos processos de educação formal como informal, como meio de criação, expressão artística, reflexão e pensamento crítico.
terça-feira, junho 12, 2007
Dêem-me TITULOS que eu gosto!
Imagens: Katy Lemay
Sou bem comportada,
Não falto por gravidez, não engravido.
Não falo muito, não falo nada.
Não estrebucho, fico quieta.
Não chego atrasada, cumpro o estabelecido.
Não digo nada inconveniente, digo o que esperam que eu diga, ou digo qualquer coisa assim...dói-me isto ou aquilo, sei lá.
Quando dizem mal de um, digo mal de um, quando o outro diz mal do outro, digo mal do outro, sou amiga de todos.
Só falo que os alunos são uns isto e uns aquilo, todos concordam, sou conciliadora.
Faço tudo o que esperam que eu faça, não dou conselhos.
Faço o que faço e pronto, não me chateio.
Não perco tempo com coisas chatas.
Não faço projectos porque depois tinha que saber fazer um projecto e depois tinha que chegar tarde às aulas porque estava ocupada com o projecto.
Não perco tempo com os alunos que não serão de excelência, bato palmas aos alunos de excelência, naquelas festas onde vão os alunos de excelência.
Nas reuniões não dou ideias para não ficar a ideia de que eu tenho ideias que não tenho.
Nas aulas só digo o que tenho de dizer que os manuais dizem para eu dizer. Não quero que pensem que sei mais do que sei e afinal não sei.
Por isso fui delegada, representante, coordenadora...votaram em mim :-).
Tudo o que faço não incomoda. O que não faço, incomoda ainda menos.
Talvez...incomode aquela gente que tem a mania que a educação pode ser diferente e por isso faz coisas e loisas que só interessam aos papalvos idiotas que gastam horas a procurar entender o que está mal - manientos, sempre a lamentarem-se, derrotistas! Vejam lá que pontos que esses têm!!! Pontos? Tontos!!!
Eu sou do bem.
Eu sou da paz.
Eu amo a natureza.
Sou sócia da Sra. D. (Sociedade recreativa dos animais dométicos). Fazemos festas lindas e ajudamos a comunidade.
Aprendam comigo - afinal sou uma professora de excelência.
Fiz uma lobotomia em pequena para não ter stress (o médico aproveitou quando me fez a operação à garganta e aos ouvidos - ficava mais barato tudo junto)...
...e agora uma lipoaspiração para tirar os excessos...mas fui ao Brasil, é segredo, mas sempre deu para uma segunda lua-de-mel, o meu marido coitado, teve de aproveitar o pacote turístico sózinho enquanto estava na recuperação, mas foi lindo o seu apoio! Veio tão feliz!
Ainda bem que foi um casal muito amigo connosco. A esposa fez-me companhia é muito minha amiga e eles foram sózinhos coitados, os queridos trouxeram-nos postais lindos e nem falaram muito para não nos fazerem inveja.
O chato foi as ligaduras, por isso é que fiz a lobotomia antes. Pois!
Mas o meu marido adorou o resultado e até já fomos comemorar ao CCB ver uma exposição que lá estava. Aproveitámos para ir ao Colombo comprar roupa nova para ele, estava mesmo a precisar, engordou uns quilos no Brasil.
Sou uma excelente dona de casa.
A Maria é que nem sempre entende o que lhe digo: Outro dia tive de mandar o Kim
(o meu filho ensinou-me a escrever assim - é mais fixe! Adoro os jovens! também escrevo Bjokas nas sms que lhe envio para o nókia 3G que lhe démos quando fez 10 anos)
comprar Ice tee às pressas, porque ela se esqueceu de fazer o chá de limão. Ainda por cima agora tem de sair mais cedo para fazer o 9º ano quando nem sabe ler uma receita!!! Parece que são obrigadas e nós é que sofremos! Como se valesse a pena a pobre fazer o nono ano! Ás tantas ainda se vai lembrar de pedir aumento ou que lhe pague a Segurança Social,
(ainda bem que parece que isso vai desaparecer, dizem por aí que é para privatizar - acho bem, pois, afinal para que me serve fazer os descontos para depois não ter reforma - já fiz o meu PPR e até tive benefícios fiscais!),
a mim que até lhe dou as roupas que já não servem ao kiduxo. Sou solidária.
Acredito no que aquele senhor que é psicólogo...como se chama...ah! Daniel Sampaio escreve naquele jornal que fica no café, dos professores assim e assim. Adoro psicólogos!
O Kiduxo já foi ao psicólogo porque, disseram, foi arrogante na escola (claro que foi uma professora daquelas das ESES!). Não acreditei, ele sempre soube argumentar firmemente os seus pontos de vista! Escrevi na caderneta! Pois!
Comprei-lhe uns ténis de 93 euros no shopping por causa do trauma. Eram de marca!!! Não me lembro qual, mas eram de certeza por aquele preço! Deixei-o escolher. É incrível o que os jovens de hoje sabem e já sabem exactamente o que querem! Os nossos filhos são tão inteligentes! Tudo cincos!
Sou boa encarregada de educação!
Por isso foi ao psicólogo que já lhe receitou uns comprimidos para acalmar, coitadinho. Agora temos que ser pacientes com ele, não o aborrecemos nem contrariarmos porque está a atravessar a crise da adolescência. Temos de entender os jovens.
E já fiz um curso para aprender a trabalhar no computador! Parece que a escola vai dar portáteis, já disse que estava interessada. Sou muito interessada! O meu filho vai adorar jogar um pouco antes de dormir e ver coisas na net para os trabalhos da área de projecto.
Isso conta???
Quantos pontos???
Titulem-me que eu mereço!!! Porra! Ops! Por favor...sim???
Já agora, o que é um professor titular? Tem de se fazer alguma coisa?
Bjokas :-)))
Morreu o Reis - VIVA O KEIL!!!
Imagem tirada da net.
Morreu o Reis - VIVA O KEIL!!!
Sinceramente não gosto de ter pensamentos soturnos sobre os "eventos culturais" da cidade. Aliás, tive uma ligação com o Museu Carlos Reis que me deixa agradecida pela possibilidade de ir expondo o meu trabalho, por diversas vezes, neste espaço.
Recordo as noites de concertos no anfiteatro exterior do Museu, por alturas das festas da cidade…foi bonito.
Com pesar, vejo um Museu escurecido, vestido de negro e sem qualquer programação que alimente espíritos mais irrequietos.
Nas comemorações dos 70 anos, nos discursos proferidos, foi confirmada a falta de interesse pelo público pelo espaço…óbvio.
A programação é de uma pobreza constrangedora, o espaço confinado a exposições perpétuas que não arquitectam qualquer motivo de observação e análise crítica sobre o exposto.
Os discursos das especialistas que apresentam o espólio, mais não fazem que aumentar a sensação de paralisia cerebral e emocional.
O que aqui refiro não é novidade. Museus que albergam espólios históricos têm de criar espaços de leitura crítica, movimentos cénicos, alternativas visuais, possibilidades de interpretação individual e colectiva, espaços de indagação, interacção, criação de produtos artísticos relativos aos temas e realizados por criadores, sinergias culturais para todos os públicos. Inclusive podem e devem criar soluções actuais de apropriação das mensagens expostas, relatos, seminários, enfim, tornar o espaço um lugar aprazível, de bom gosto - ou de gosto bom onde apeteça estar, ir, acontecer, vivenciar e participar. Só assim se cria uma identidade com a população. Não se pode culpar a população quando foi o Museu que se fechou à comunidade.
As comemorações revelaram esta letargia, este vácuo. Tirando os discursos do muito que se vai fazer – a tal cidade criativa – e a visita guiada…uma tarde perdida num túmulo é sempre um regozijo.
Agradeço o convite, mais uma vez, aos responsáveis.
Lá estive a assistir ao velório, como uma cidadã responsável…o que quer dizer que não fui bem comportada e disse o que penso…porque para se ser responsável é não ser mudo e quedo, como muito convenientemente deveria eventualmente ser.
Felizmente ainda me restam "Dez Reis" de esperança…às vezes.
sexta-feira, junho 08, 2007
Turris XXI - Cidade criativa!!!
Imagem: Helena Almeida
"Disseste: o sol nasceu
Foi verdadeiramente então que o sol nasceu
e que nos habituámos todos a dizer
que o sol nasceu.
Às vezes pensamos que acontece várias vezes
mas é ilusão de óptica que não nos deixa ver
o grande círculo azul em cujo centro
tu dizes eternamente:
o sol nasceu."
Pedro Tamen 1999
Nada me deixaria tão feliz como o facto de saber que vivo e habito numa "Cidade Criativa":
Mais feliz ainda seria sentir que "habitava" UMA cidade criativa.
Dada a notícia do facto, comprovado, garantido e certificado pela divulgação, fica assim formada a ideia de não mais vivermos no vácuo da divulgação cultural, artística e criativa, isolados às dinâmicas que a criatividade oferece a quem se oferece à criatividade.
Uma outra cultura, uma mentalidade activa, fértil, generosa, produtiva e construtiva está aí para vir...
Informada pelos semanários locais, pela página da Câmara Municipal de Torres Novas e pelo discurso proferido no âmbito dos 70 anos do Museu Municipal e da Biblioteca Municipal de Torres Novas fiquei esclarecida que: O Museu Municipal irá ser mais (?) visitado logo que esteja concluído o novo Museu Alfredo Keil!!!
Fica construído um itinerário cultural que permitirá criar o desejo de visitar o moribundo Museu Carlos Reis. Melhor ainda, será recuperado um espaço para o Museu de Etnografia e Arqueologia Industrial, um Museu do Brinquedo, a espaço de Ciência Viva, o Mercado das Idéias (na antiga praça do peixe) e a quase terminada nova biblioteca...
Penso que não me esqueci de nada...ah! a Torrenova como símbolo desta NOVA cidade...criativa.
As contas estão no site da CMTN, os projectos também, os objectivos também...
Desafio:
Nas 84 páginas do projecto Turris XXI o que falta?
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