quinta-feira, maio 15, 2008

chove, a cântaros, lá fora...e é Maio

às amigas (e aos amigos) que chovem
lá fora
com o mundo inteiro a derreter-se nas entranhas do coração


tivémos tempo para amar como quem a credita que é para sempre
isso foi bom

acreditámos que o nosso corpo era um extensão de nós próprias,
incubadoras de sonhos e geradoras de filhos
uma dádiva
oferecida generosamente a quem nos fazia sentir únicas no universo.

isso não existe.
até nós nos multiplicamos.
sabemos agora
saber doi mais que a mentira
mas a mentira doi a dobrar quando se sabe.
está tudo no saber.
e no sabor amargo da verdade escondida.

e depois temos de voltar ao ínicio
sempre
um sempre que é, esse sim, o "para sempre"
é que somos verdadeiramente apenas e só,
geradoras de nós próprias primeiro
e extensões do nosso corpo segundo.

e porque nos habituámos apenas a olhar este corpo segundo
é assim que nos veem
quando afinal só é necessário
confiar
(não nesses outros olhos sempre alheios, que não são os nossos, são alheios)
que somos geradoras de nós próprias.
únicas
no universo!

e é o mundo que se chora a si lá fora
porque sabe...

beijos de graça
graça

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