sábado, abril 05, 2008

C C Cidade Criativa

IDÉIAS...

o nome
"Cidade Criativa"
inspira-me...
é escrito com duas consoantes,
curvas em quarto crescente.

a biblioteca está quase pronta.
disseram-me não ter espaço para exposições (não vi o projecto)

Lá terão de utilizar o fantástico átrio da entrada das piscinas para o efeito - se o houver.
(quem teria pensado nessa idéia???),
ou o tradicional exíguo espaço do Museu Carlos Reis.
Não há maior criatividade que a de fazer coisas onde
ninguém
suporia.

pena é o castelo não se ter desviado um pouco mais para a rectaguarda.

Assim a descair um pouco para a praça 5 de Outubro,
ninguém daria por isso.

É que
o tamanho babelico da biblioteca assim o exigiria, penso eu de mim para comigo.
Assim como a sua arquitectura representativa dos tempos pós-modernos,
que dialoga com o castelo através de uma qualquer linguagem experimental ainda des- conhecida entre nós.
Uma espécie de happening paisagístico.
Isso sim é ser-se criativo.
(Marcel ficaria estarrecido! Dali quereria vir para aqui!
pena já terem morrido, certamente ainda caberiam no Boquilobo golf)

(Seria como colocar o CCB por baixo do Castelo de S. Jorge. Ali na Mouraria.
claro que o CCB foi feito para trasparente se tornar,
liquidificando-se na pedra,
emoldurando um tejo, sem evidenciar vaidades externas,
mas tendo tudo o que precisa para ser um modelo de arquitectura e cultura actual - demasiado simples!)

Assim não se asfixiaria nem biblioteca, nem castelo.
falando nisso talvez fosse preferível tirá-lo dali de vez...
aqueles calhaus ficavam mais "a matar" numa fachada de moradia de um novo condomínio fechado ou numa sala de massagens de um "helth club" -
(Olha o Torres Fórum!!! Alguém me explica, agora a sério, para que serve aquilo?)
do que a "morrer" de nostalgia enforcada.

o espaço desocupado seria óptimo!!!
poderia passar para lá a feira de Março, por exemplo...sei lá!
sempre teria um espaço condigno com a memória das infâncias de tantos nós

é que no terreno lamacento da antiga casa Nery vê-se demais,
através do viaduto,
as misérias desabitadas de uma "cidade criativa" em "reconstrução de centros históricos".

Construir uma outra ponte para o lado de lá é uma ideia fantástica!
(a que dá acesso às piscinas é demasiado radical,
ali mesmo ao pé dos semáforos, com os carros a bater os fundilhos na rampa improvisada - faz quanto tempo?)

Especialistas, está-se a ver!
talvez ainda se possa criar um parque automobilístico subterrâneo para os amantes da literatura não terem de atravessar a pé as "raras" pontes que atravessam a extensa dimensão do caudal do rio Almonda.

Quem sabe uma circunvalação para se justificar o trajecto.
Não se esqueçam da paragem do TUT - atenção à legislação sobre as acessibilidades.

Aquilo bem tigeladinho, bem tigeladinho
ainda cabia ali um estádiosito feito pelo Souto Moura.
Podia-se chamar, sei lá: "O Templo" ou "A catedral", qualquer coisa assim...

É preciso é criatividade da "GRANDE".
2009 está aí.
e
nada se faz num dia!
Deus precisou de seis, ainda bem que descansou no sétimo!

já decidiram onde colocar o novo aeroporto lá na capital???
Hum? Nunca se sabe!

criativa é torres novas!


2 comentários:

zemanel disse...

Excelente!
Parabéns Graça Martins...Uma excelente visão sobre a criatividade que temos que gramar.
Fazem falta, muita falta reflexões destas!!!!

graça martins disse...

Zémanel,
obrigado pela tua observação e visita. Espero que efectivamente a minha espécie de brincadeira reflexiva permita, de algum modo, pensar um pouco mais, sentir um pouco mais, brincar um pouco mais a falar de coisas sérias e mesmo assim ir ao encontro das promessas...porque às vezes tudo é tão vazio de sentido...

Lembro-me de sentir o entusiasmo de participar de forma activa em deslumbramento, para uma cidade que tanto tinha de potencial como de ausência de uma cultura artística dinâmica.

Hoje, com a dimensão neo-neo-neo-neo-barroca de uma espécie de país novo-rico absorto no absurdo do diparate ampliado, na proporção do sentido inverso com que vão crescendo as dificuldades de acesso aos bens essenciais, é mais difícil acreditar e fazer perceber que existe a possibilidade de criar uma economia cultural sustentada, equilibrada, lúcida e, que adaptada às circunstâncias do lugar possa proporcionar outras pontes...para todos e todas.
abraços GRANDES!
g