segunda-feira, janeiro 26, 2009

citação

"Se fazes és, se não fazes serias"

Agostinho da Silva

quarta-feira, janeiro 21, 2009

do incómodo dos outros

É Inverno,
Lecciono aulas de Artes (Desenho e Oficina de Artes) em salas despropositadamente geladas.
Os alunos e alunas são obrigados a suportar temperaturas que lhes impossibilitam o razoável aproveitamento do tempo escolar. Compreendo que os colegas e as colegas que utilizam as salas do edifício (velho e novo) da Escola, não tenham a compreensão do “outro” que lecciona nas velhas oficinas da Escola Maria Lamas.

As salas são feias, não possuem equipamento informático, são decoradas com um mobiliário sem qualquer tipo de utilidade, os trabalhos acumulam-se nas arrecadações exíguas…

Em inicio de ano lectivo, sempre que o tempo o permite e em concordância com os alunos e alunas, disponibilizo-me para dar aulas no espaço exterior, muitas vezes mais suportável em termos de temperatura do que o interior das salas que nos calha ocupar desde sempre.

Já apanhei pneumonias na sala destinada ao ensino da cerâmica, já suportei ver alunas e alunas, nos tempos lectivos, completamente encolhidos nos casacos sem, obviamente disponibilizarem as mãos para a realização dos trabalhos.

Como a massa adiposa não me emoldura os ossos, também eu me encolho perante o frio, mas como tenho trabalho para desenvolver procuro outras salas, normalmente indisponíveis, procuro a biblioteca, procuro o espaço do bar…procuro algum conforto para o trabalho dos meus alunos e alunas e para mim própria.

Acredito que muitos colegas aceitassem trabalhar manhãs e tardes e dias inteiros nas salas oficinais, mas eu não aceito!

Ao fim de 17 anos de ensino que pertenço a esta Escola e de, no meu passado aqui, ter referindo, explicando, replicando, procurando fazer entender que as salas não têm condições dignas de trabalho, criado projectos para o melhor aproveitamento, equipamento e dignificação das salas, recuso-me, sempre com a aprovação dos meus alunos, a ocupar o tempo que estamos juntos em salas tão pouco dignas da especificidade que ocupam no contexto escolar (salas de ARTES).

Acredito também que o ensino das Artes não se configura ao espaço interior de uma sala, por isso, desde que o trabalho se concretize, procuro sempre diferenciar, procurar locais de possível debate e criação de ideias.

O Bar é um local onde os meus alunos e alunas são vistos em aula. Nem sempre é interessante (para alguns) verificar que os alunos e alunas de Artes estão a trabalhar de forma autónoma e reflexiva num espaço destinado ao convívio. Na verdade, a observação diferenciada de grupos, pessoas e locais é de relevante importância no ensino das ARTES, assim como a resolução de problemas. Assim, professora e alunos e alunas, temos procurado ser intervenientes, mesmo que o mesmo seja observado de forma inconveniente. Sempre trabalhei deste jeito, meio livre, mas que acredito, profundamente responsabilizante.

Sempre consegui incutir o sentido de estar em aula, mesmo fora da sala de aula – porque a sala de aula não oferece a dignidade mínima para nos sujeitarmos ao congelamento gradual em vez de intervirmos, de forma responsável, num outro local. Tenho orgulho das discussões e reflexões que, perante as dificuldades oferecidas, são suscitadas e não verifico qualquer tipo de alheamento ou irresponsabilidade por parte dos meus alunos, pelo contrário, co-responsabilizam-se na adequação dos objectivos do projecto educacional aos novos espaços encontrados.

Como as minhas intervenções de chamada de atenção ao facto da inexistência de condições nas salas que nos são oferecidas, em nada afectam o sentir e o estar do restante corpo docente, apesar de as Artes serem consideradas, na minha escola, uma área vocacional de oferta de qualidade, tenho-me disponibilizado por criar alternativas, dentro e fora do espaço escolar (tendo autorização dos Encarregados de Educação para o efeito).

A Educação Artística é, na essência, isso mesmo, observar, intervir criticamente, tirar conclusões e, por vezes até, incomodar as mentes mais acomodadas, talvez por isso seja tão mal compreendida. Talvez isso faça sobressair a ilitracia visual e cultural de alguém. Talvez seja só porque, numa cultura avaliativa que temos de penalização, seja difícil ver para além da ortodoxia e perceber que muito se faz, muito se aprende, muita é a Escola que os alunos e alunas levam para casa quando não é confinada à sobrevivência ou conveniência, mas sim à resistência e ao exercício de uma liberdade responsabilizante.

E com isso faz toda a diferença!!!
(por isso incomoda)
em vinte anos de ensino já tenho a oportunidade do feed-back dos meus alunos e alunas, quanto ao modo como tenho "vivido" a Escola, até hoje, tive sempre a oportunidade de ouvir à posteriori que, de algum modo, fiz a diferença. Essa tem sido a minha melhor gratificação como professora de Artes. Quando um aluno ou aluna me disser, "professora, ficamos a congelar na sala porque é mais conveniente" ficarei triste, preocupada e entederei que não faço, de todo mais sentido. Até lá, vejam-me no BAR, vejam-me como sou, vejam-me como quiserem, porque não me escondo,
e
porque também gosto de estar e trabalhar e disponibilizar aos meus alunos e alunas, condições mais cómodas, mesmo que incómodas, de trabalho.
e um pouco mais temperadas...por muitos arrepios que isso possa causar.
ter um pouco de Cultura é mesmo assim e seria tão mais fácil ser de outro jeito - Assim mais para o congelado.
bem hajam.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Eduardo Galeano a descoberto "profisssão:criador de perguntas"

"todos nós estamos habitados"



Richard Serra - video com entrevista


"ao olhar um tijolo pergunto-lhe o que ele quer ser" citando o arquitecto Louis Kahn


"escultor minimalista Norte-Americano Richard Serra - reconhecido pela sua arte gigantesca em metal, sobretudo aço - dedicou, na sua mais recente exposição na Gagosian Gallery em Londres, uma escultura a Fernando Pessoa (Em cima, o autor junto à referida escultura. Clicar para ver em alta resolução). Trata-se de uma "parede" de aço resistente a água, com 9 metros de comprimento por 3 de altura.

Clicar aqui para ver a exposição online (a escultura "Fernando Pessoa" é a n.º 3).

Ler aqui uma entrevista ao autor sobre esta exposição, onde é explicado (tangencialmente) o porquê desta escultura levar o nome do poeta. Mais fotos neste blog."


Retirado daqui

em serralves Juan Muñoz

de que ri
Juan Muñoz
?






de ti.de.mim.de nós
!!!
uma força sorriso
eu gosto

...
há machados que não aceitam um final feliz
...

a capa e a contra capa e o recheio






valerie hammond




Untitled Dress No. 1 ed. 8
52 x 30 in. Relief printed lithograph, thread and paper

The Game - vicent van gogh



uma espécie de art ataque de Van Gogh e Bach!

ao

ai

Explore.Learn.Create

e
e

sábado, janeiro 03, 2009



after Mozart