sábado, fevereiro 21, 2009

CRIAR



a negação é tanta, a confiança tão prosaica...que desde que me propus ao processo de avaliação resolvi fazer o que queria e acredito...ainda!

apesar do align="justify"

apesar de ser contra este modelo de avaliação, como o era também no modelo anterior, entendi que o ser a favor de uma avaliação profissional prevalecia.




Por isso fiz greve,



por isso manifestei a minha solidariedade,



por isso observei.



propus-me ser avaliada no que faço e no que não faço!



no que sou e no que não sou!



e, dentro das regras impostas, hei-de procurar sempre sugerir a criação de "pontes"...porque antes das regras impostas agora, estavam outras regras impostas outrora, o segredo é talvez ainda acreditar que se cria, sempre.



Vicente Zatti

incluído no site em 18/09/2005



"A vontade de poder leva à transvaloração dos valores, ou seja, criação dos valores"



"Larrosa coloca esse papel criativo como a arte de fazer com que cada um torne-se a si, desenvolva suas potencialidades. “Chega a ser o que és! Talvez a arte da educação não seja outrora senão a arte de fazer com que cada um torne-se em si mesmo, até sua própria altura, até o melhor de suas possibilidades. Algo, naturalmente, que não se pode fazer de modo técnico nem de modo massificado”.



[p.49 LARROSA, Jorge. Nietzsche & a Educação. Trad. Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. ]



(Alfredo Veiga-Neto esteve na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa com Thomas S. Popkewitz em 2008 - creio ter citado neste blog a conferência - realizada em 1 de Fev. 2008, com o tema "Crise da modernidade e inovações curriculares: da disciplina para o controle")




"O pensamento de Nietzsche é também para a educação uma provocação, por lançar suspeita nos fundamentos pedagógicos e um alerta, já que os sistemas de idéias não são neutros, são expressão de vontade de poder.
Por fim, abre espaço para pluralidade e aceitação das diferenças. Não há aluno ideal, nem todos se enquadram no modelo escolar moderno. Por isso temos que trabalhar com os alunos reais, aceitando as diferenças, o que abre espaço na escola para alunos que antes eram excluídos do processo educativo. Incluir sem negar as diferenças para que cada um possa tornar-se a si mesmo, é o desafio. "




Danilo Bilate – Doutorando e Mestre em Filosofia pelo PPGF/UFRJ


“O homem é uma corda estendida entre o animal e o além-do-homem – uma corda
sobre um abismo. É o perigo de transpô- lo, o perigo de estar a caminho, o perigo de
olhar para trás, o perigo de tremer e parar.O que há de grande, no homem, é ser
ponte, e não meta: (...) é ser ele uma transição e um ocaso”

Nietzsche, 1998, p.38).

Heidegger vale-se da imagem da ponte para mostrar que somos criaturas que
podem construir pontes porque podemos vivenciar o espaço aberto, as distâncias e,
sobretudo os abismos."


HEIDEGGER, Martin (2002), Ensaios e Conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro
Leão. Petrópolis, Vozes.
“Amo aquele que quer criar para além de si e, deste modo, perece”. Nietzsche em Assim Falou Zaratustra.


Nietzsche (1998), Assim Falou Zaratustra: um livro para todos e pra ninguém. Tradução
de Mário da Silva. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira









"O afã e a sutileza, quase diria: a astúcia, com que em toda parte da Europa é hoje
abordado o problema ‘do mundo real e do mundo aparente’, leva a pensar e a
espreitar; e quem aqui nada ouve no fundo, a não ser uma ‘vontade de verdade’,
certamente não goza da melhor audição. [...] Uma ambição metafísica de manter
um posto perdido, que afinal preferirá sempre um punhado de ‘certeza’ a toda uma
carroça de belas possibilidades; talvez haja inclusive fanáticos puritanos da
consciência, que prefiram um nada seguro a um algo incerto para deitar e morrer.
Mas isto é niilismo e sinal de uma alma em desespero, mortalmente cansada, por
mais que pareçam valentes os gestos de tal virtude."
"Além do bem e do mal"

"A partir dessa posição de combate à tradição metafísica, Nietzsche defende uma
aceitação, por parte do homem, de seu lugar de criador. Aceitação que não pode ser
confundida, sob quaisquer hipóteses, com uma resignação triste. Essa aceitação alegre e
apaixonada é a justificação estética da existência. O homem está condenado a produzir
sentido. Nietzsche, no entanto, ri dessa condenação, se alegra e se orgulha desse lugar
ao que o homem é condenado. Por quê? Porque ama ser artista. E com esse amor, amor
fati, ama a vida como ela é:


“Como fenômeno estético a existência ainda nos é suportável, e por meio da arte
nos são dados olhos e mãos e, sobretudo, boa consciência, para poder fazer de nós
mesmos um tal fenômeno. Ocasionalmente precisamos descansar de nós mesmos,
olhando-nos de cima e de longe e, de uma artística distância, rindo de nós ou
chorando por nós; precisamos descobrir o herói e também o tolo que há em nossa
paixão do conhecimento, precisamos nos alegrar com a nossa estupidez de vez em
quando, para poder continuar nos alegrando com a nossa sabedoria!”
(Nietzsche, F. Gaia ciência, p.107.)




NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Trad. de Paulo César de Souza. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001.

NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Trad. de Paulo César
de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

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