domingo, abril 20, 2008

Luis Represas

Para cá de onde dorme o sol
Eu fico todas as tardes
A ver se ele se vai embora
E me deixa confiado
Às memórias de outrora
Em que levantámos tendas
Soprámos canções de guerra
Semeámos nesta terra
Novos sonhos que ainda agora
Parecem sonhar de novo
Sagres, tu sabes, como se arma o coração
Agarrámos uma vida, desatámos a paixão
Sagres, tu sabes, na ponta da solidão
No palco de uma fogueira
Entre risos de medronhos
Fomos as noites dos loucos
Escondidos nas piteiras
E os beijos não foram poucos
A noite não tinha céu
O dia não tinha chão
O tempo não tinha cara
E o mar tomava-nos conta
Dos cinco dedos da mão

sábado, abril 19, 2008

montag




GMT








«Uma enorme comitiva de economistas entrou nos aposentos centrais. Traziam um relatório gigante. Era o diagnóstico; o estado da economia do país ali estava, ao pormenor. Três meses de trabalho envolvendo mais de 32 mil economistas. Bem remunerados, mas era merecido: o relatório tinha mais de seiscentas páginas. E um índice. Foi no índice que o Chefe pegou.
- Isto ajuda muito. Facilita a consulta – disse o Chefe, surpreendido.- Ajuda muito – concordou o Presidente da Comitiva dos Economistas. – O Chefe vê aqui o tema abordado e logo depois, uns espacinhos mais à frente, surge a página. - Excelente ideia!! – exclamou o Chefe.- Já tem sido utilizada noutros trabalhos de outras pessoas; mesmo fora da política. E até noutros países. Quando os relatórios são muito grandes a indicação das páginas onde cada tema é aprofundado permite que quem consulte o documento não perca muito tempo até encontrar o assunto que lhe interessa.O Chefe estava fascinado. Aquela questão do índice. Que ideia!! Estava bem rodeado, sem dúvida. Estes economistas!!»



Excerto de "O índice", d' O Senhor Kraus, desenhos Rachel Caiano , Editorial Caminho.

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grupo poro




"III. Utopias de Aproximação


Os anos 80 e 90 pareciam ter decretado o fim das utopias, examinou-se muito o conceito, criaram-se outros, como heterotopia e distopia.

Mas, em 2001, Nicolas Bourriaud aponta para as "utopias de aproximação", práticas artísticas que se estendem num vasto território de experimentações sociais, e que pretendem agir, gerando novas percepções e novas relações de afeto, num mundo regulado pela divisão do trabalho, a ultra-especialização e o isolamento individual.

Para o filósofo francês, a arte contemporânea desenvolve um projeto político entanto se esforça em investigar e problematizar a esfera relacional. Para ele, a exposição é um lugar privilegiado onde se instalam coletividades instantâneas, regidas por princípios diversos de acordo com o grau de participação do espectador exigido pelo artista, a natureza das obras, os modelos de sociabilidade propostos ou representados, que gera um território de intercâmbios específico.

A arte contemporânea se propõe modelar mais que representar, pretende inserir-se e agir dentro do tecido social mas do que se inspirar nele. De esse ponto de vista, a obra de arte se constitui como um interstício social, um espaço de relações humanas que, ao se integrar mais ou menos harmoniosa e abertamente no sistema global, sugere outras possibilidades de intercâmbios que aqueles que vigentes nesse sistema.

De acordo com Bourriaud, a tarefa da arte contemporânea no campo do intercambio das representações é criar espaços livres, propor temporalidades cujo ritmo atravesse àqueles que organizam a vida cotidiana, é favorecer relacionamentos intrapessoais diferentes daqueles que nos impõe a sociedade da comunicação.

Não o fim da arte, não o fim do jogo, mas o fim da rodada. È necessário lembrar com Duchamp que A arte é um jogo entre todos os homens de todas as épocas.

IV. Intervenções Suburbanas

Na contemporaneidade, na América Latina e sobretudo no Brasil, percebemos um sistema de arte estruturado de acordo com as demandas do mundo globalizado.
Esse sistema é periférico mas mantém fortes laços com os centros hegemônicos.
Na introdução do livro Politics/Poetics, Documenta X, publicado
contemporaneamente à exposição Documenta X, em Kassel, Alemanha, declara-se a intenção de esboçar um contexto político para a interpretação das atividades artísticas no final do século XX, através de uma montagem de textos e documentos do período imediatamente posterior à pós-guerra até hoje.
Logo em seguida abre-se um mapa, datado de 1992, cuja legenda é Centros e Periferias no Mundo, uma rede hierárquica. O desenho do mapa, esquemático, impreciso, sem a Antártida nem as Ilhas Malvinas, entre outras falhas, sobrepõe-se, em parte, à foto de umas torres gêmeas e cristalinas, unidas por uma passagem transparente.

Não há nenhum dado sobre a origem do mapa, nem sobre o lugar onde essas torres se elevam. (São as Torres Petronas, o edifício mais alto do mundo, em Kuala Lumpur, na Malásia) Claras e luminosas, muito próximas das utópicas catedrais de cristal de Feininger e das perspectivas futuristas de Metrópolis, as torres parecem apontar para um futuro brilhante, uma espécie de contraponto ao mapa estilhaçado.

O mapa que reflete a nova ordem mundial abre-se a partir do vazio do pólo norte. O risco que marca o centro (O Oligopólio Global) passa por New York, Chicago, San Francisco, Tóquio e Berlim. O resto é periferia: periferia integrada ao centro, periferia anexada, periferia explorada, periferia semi-isolada. O mapa ainda registra os links da rede global e as reservas territoriais estratégicas ou espaços de colonização pioneira.

Na América do Sul, o anônimo cartógrafo indicou as áreas de periferia anexada (a que?), explorada (por quem?) e abandonada, os principais links da rede global (Lima, Santiago de Chile, Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro, Caracas) e as reservas territoriais estratégicas. A Amazônia e uma longa e estreita faixa que se estende ao longo da pré-cordilheira argentina até a Terra do Fogo estão incluídas nessa classificação.

Evidentemente essa cartografia nos coloca no subúrbio do mundo. Sobre essa localização suburbana- nosso lócus de enunciação- e sua relação com os centros que me proponho a refletir.

Na Qüinquagésima Bienal de Veneza, o argentino Carlos Basualdo, um dos curadores da última Documenta, se propõe, em A estrutura da sobrevivência, a reunir "obras que explorem os efeitos das crises políticas, sociais e econômicas nos países em desenvolvimento". A mostra intenta refletir, de acordo com Basualdo, como artistas e arquitetos reagem nessas situações e quais as formas estéticas de sobrevivência e resistência praticadas. O curador parte do fato de que a arte, como forma de produção de conhecimento, contribui à compreensão dessas circunstâncias para poder atuar sobre elas.
Noções de sustentabilidade, auto-organização, e a articulação de varias formas de agenciamentos estéticos como estratégias de resistência são recorrentes na exposição, assim como a poderosa imagem da mais chocante das evidencia no que se refere às condições da cidade: a esmagadora presença das favelas.

A mostra, que tem os brasileiros Cildo Meirelles, Alexandre da Cunha, Fernanda Gómez e Marepe, apresenta uma obra do Grupo de Arte Callejero, coletivo argentino integrado por artistas plásticos, fotógrafos e designers gráficos.

Este grupo, que começou a trabalhar em abril de 1997, orientou sua ação para a tomada de espaços públicos urbanos, como uma forma de questionar os sítios tradicionais da arte. De essa época, utilizam para suas intervenções os espaços publicitários e o código de sinalização viário e realizam, também, ações performáticas.

Como funcionaria a prática de intervenção suburbana num dos centros hegemônicos do sistema das artes contemporâneas? De acordo com Carolina Golder, integrante do GAC, em Veneza seu trabalho perdeu toda a mensagem, a obra descontextualizou-se, perdeu toda a sua força. A experiência da Bienal fez com que se instalasse no grupo uma discussão muito forte e os artistas tiveram que parar para refletir. A súbita notoriedade causou conflitos

Se você põe um cartaz na rua que diz que ai vive um genocida, tem que assiná-lo? È um elemento que ocupa o espacio público, assina-lo sería contradictorio.
Esse cartaz está na rua e tem que se confundir no espaço público, tem que ser visto assim. Vale mais a mensagem que quem a emite. Vale mais a mensagem que a forma. Inclusive, antes tínhamos mais t e m p o para pensar nas formas...

As reflexões da artista se abrem para uma série de questões sobre arte e sistema de arte, e seria muito simples apontar, apenas, a potencia da sociedade global para se apropriar e espetacularizar até a mais ferozes críticas.
Acredito, porém, que o importante, neste caso é a experiência múltipla e compartilhada das ações e as sinalizações dos artistas que ao serem desmembradas do continente e da cidade em que operam, provocam nos centros do sistema a emergência, nem que seja momentânea, do subalterno, do marginal.

Essa aparição súbita poderia servir para constatar o quanto de suburbano ainda persiste nos interstícios das metrópoles, no interior dos centros, para lembrar, com uma consigna de maio de 68, que sob os paralelepípedos- ainda - permanece a praia."

Trecho do texto "Intervenções Suburbanas"
Maria Angélica Melendi (Inédito)

sexta-feira, abril 18, 2008

MARÉ

pisa nesta areia de pigmento azul eléctrico e escuta esta voz mar-íntima


A cantora Adriana Calcanhotto acaba de lançar o álbum "Maré", seu oitavo trabalho autoral. A artista o define como a segunda etapa de uma trilogia iniciada em "Maritimo" (1998).
Também baseado em temas do mar, "Maré" (2008) é um trabalho coeso, cujas faixas fluem homogeneamente no decorrer dos aproximadamente 35 minutos de seus 11 temas.
A artista recebeu a imprensa em um hotel da zona sul carioca nesta quarta-feira (16) para falar sobre o disco, que definiu metaforicamente como um espécime entre mulher e peixe.
Para a cantora, sua música representa o canto da sereia, devido à posição intermediária dentre as demais etapas da trilogia. Este perfil híbrido também abrange a sonoridade do disco, que oscila entre a tradição e a modernidade da música popular brasileira - por meio de reverências a luminares como Jards Macalé, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Cazuza e Péricles Cavalcanti, ao mesmo tempo em que Calcanhotto dialoga com expoentes mais recentes, como Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Moreno Veloso e Kassin, entre outros.
A cantora comentou que a idéia para a segunda etapa da trilogia surgiu durante a própria elaboração do disco.
"Eu não pensei em fazer três álbuns correlatos quando concebi 'Maritimo'. Nunca paro para selecionar previamente o repertório dos discos, mas notei que a maioria das canções do novo álbum era novamente ligada ao mar. A partir desta observação, o conceito se revelou. O primeiro disco é mais explícito e aponta para um número maior de referências musicais. A meu ver, 'Maré' é um álbum mais condensado", compara.
Destacam-se no disco temas como "Para Lá" (de Arnaldo Antunes), "Sem Saída" (do concretista Augusto de Campos e seu filho Cid), "Teu Nome Mais Secreto" (poema de Waly Salomão musicado por Adriana) e "Porto Alegre", composição de Péricles Cavalcanti composta especialmente para a cantora.
Calcanhotto ressaltou conexões da canção com a obra clássica "Odisséia", de Homero.
"Essa música lida com coisas distintas. Pedi ao Péricles uma música e ele chamou-a de 'Porto Alegre' por minha causa, pois sou de lá. E a letra da música fala da chegada de Ulisses à ilha da ninfa Calypso no livro 'Odisséia', mas também cita o gênero musical calipso na levada do Kassin. Gosto muito de promover interseção entre ritmos", explica.
No disco, Calcanhotto é acompanhada por músicos veteranos como Bruno Medina (teclados), Alberto Continentino (baixo, guitarra e vocais), Domenico Lancellotti (bateria) e Marcelo Costa (bateria). O repertório que será apresentado na turnê do álbum não se restringe ao material do novo. Além de canções de seus demais lançamentos -- como "Vai Saber?" e uma versão diferente de "Asas" -- a cantora também incluirá dois temas que ainda não foram registrados em disco: "Nunca Se Esqueça" (composição de sua autoria) e "Poética do Eremita", um poema de Fiama Hasse Pais Brandão (1938-2007), artista ligada ao movimento surrealista.
A capa do disco traz um retrato da cantora, maquiada por Fúlvia Farolfi, italiana radicada em Nova York e profissional do ramo de moda."Maré" foi produzido por Arto Lindsay (ex-DNA e Ambitious Lovers) e pela própria Adriana Calcanhotto, que falou do processo de produção do disco. "Antes de tudo, sou fã da guitarra de Arto.
Mas como produtor, sua abordagem é praticamente invisível. Isso é um talento dele, pois Lindsay finge não estar conosco em estúdio e isso nos permite que esqueçamos de sua presença e isso se reflete no trabalho."
O álbum também mostra sua faceta de intérprete, nas releituras que promove de material alheio com a mesma personalidade que imprime a seus temas autorais. Assim como acontece em "Maritimo", a cantora relê canções de Caymmi e Cazuza, "Sargaço do Mar" e "Mulher Sem Razão", respectivamente -- mas também atenta a uma inusitada parceria de Caetano Veloso e o poeta Ferreira Goulart ("Onde Andarás").
Calcanhotto falou de seus critérios para essas escolhas.
"Eu não escolho autor e sim as canções. Acontece de eu ouvi-las no rádio e só depois vou saber quem é o autor.
Eu lido, sobretudo, com as canções e meu desejo de interpretá-las. Por exemplo, só resolvi gravar 'Mulher sem Razão' depois de ouvir uma versão demo da música na voz de Bebel Gilberto. Coisas assim também aconteceram com as próprias releituras que fiz no primeiro álbum da trilogia -- em 'Mais Feliz' e 'Quem vem pra beira do mar'.
Outro indício da predileção da cantora pela ambiência marítima coincide com as apresentações em Portugal logo no início da turnê do novo álbum, assim como aconteceu na turnê de promoção de "Maritimo" e "Adriana Partimpim" (2004).
Após uma rápida passagem pela Argentina no início de maio, a cantora segue para Portugal, onde fará nove shows antes de estrear o novo espetáculo em São Paulo, em temporada de 13 a 15 de junho. Ela falou de seu intercâmbio direto com a cultura portuguesa.
"Gosto muito do país e sempre me sinto muito bem em terras lusitanas. Aprecio os poetas em língua portuguesa e sempre volto de lá com novidades literárias na bagagem, pois minha apreciação musical sempre esteve ligada ao bom uso do idioma. Acho que começar as turnês por lá, de alguma forma, me ajuda a entender melhor os discos. E foi muito boa essa conjunção de fatores novamente ter acontecido", arrematou.
(O jornalista Marcus Marçal viajou ao Rio a convite da gravadora Sony BMG)



massive attack- teardrop


quarta-feira, abril 09, 2008

"(...) quando entramos
no deve e haver dos afectos
é porque eles já não nos servem"

Inês Pedrosa "A eternidade e o desejo" 2007

terça-feira, abril 08, 2008

"A chama olímpica - a China - o Tibete - o mundo"

"Que a Tocha Olímpica siga o seu curso através dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura"

Pierre de Coubertin

"eu tenho uma espécie de dever..."


Maria Bethania


"Sonho impossível"

"Odalisca Andróide/Tocando em Frente"



"Eu estou sempre aqui,


olhando pela janela.


Não vejo arranhões no céu nem discos voadores.


Os céus estão explorados...


mas vazios.


Existe um biombo de ossos perto daqui.


Eu acho que estou meio sangrando.


Eu já sei, não precisa me dizer.


Eu sou um fragmento gótico.


Eu sou um castelo projetado.


Eu sou um slide no meio do deserto.


Eu sempre quis ser isso mesmo.


Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica.


Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de tv.


Mas eu sei que os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária.


Quando eu beijo eu improviso mundos molhados.


Aciono gametas guardados.


Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica.


Uma notícia de saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor,


que improvisou com restos de cinema e com seu amor,


um disco voador."
Fragmentos do texto Disco Voador do Fausto Fawcet


Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso, porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs,
é preciso amor pra poder pulsar,
é preciso paz pra poder sorrir,
é preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha, e ir tocando em frente
como um velho boiadeiro levando a boiada,
eu vou tocando os dias pela longa estrada eu sou,
de estrada eu vou

Todo mundo ama um dia,
todo mundo chora,
Um dia a gente chega,
no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si, carrega o dom de ser capaz,
de ser feliz

Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,
e ser feliz...

sábado, abril 05, 2008

C C Cidade Criativa

IDÉIAS...

o nome
"Cidade Criativa"
inspira-me...
é escrito com duas consoantes,
curvas em quarto crescente.

a biblioteca está quase pronta.
disseram-me não ter espaço para exposições (não vi o projecto)

Lá terão de utilizar o fantástico átrio da entrada das piscinas para o efeito - se o houver.
(quem teria pensado nessa idéia???),
ou o tradicional exíguo espaço do Museu Carlos Reis.
Não há maior criatividade que a de fazer coisas onde
ninguém
suporia.

pena é o castelo não se ter desviado um pouco mais para a rectaguarda.

Assim a descair um pouco para a praça 5 de Outubro,
ninguém daria por isso.

É que
o tamanho babelico da biblioteca assim o exigiria, penso eu de mim para comigo.
Assim como a sua arquitectura representativa dos tempos pós-modernos,
que dialoga com o castelo através de uma qualquer linguagem experimental ainda des- conhecida entre nós.
Uma espécie de happening paisagístico.
Isso sim é ser-se criativo.
(Marcel ficaria estarrecido! Dali quereria vir para aqui!
pena já terem morrido, certamente ainda caberiam no Boquilobo golf)

(Seria como colocar o CCB por baixo do Castelo de S. Jorge. Ali na Mouraria.
claro que o CCB foi feito para trasparente se tornar,
liquidificando-se na pedra,
emoldurando um tejo, sem evidenciar vaidades externas,
mas tendo tudo o que precisa para ser um modelo de arquitectura e cultura actual - demasiado simples!)

Assim não se asfixiaria nem biblioteca, nem castelo.
falando nisso talvez fosse preferível tirá-lo dali de vez...
aqueles calhaus ficavam mais "a matar" numa fachada de moradia de um novo condomínio fechado ou numa sala de massagens de um "helth club" -
(Olha o Torres Fórum!!! Alguém me explica, agora a sério, para que serve aquilo?)
do que a "morrer" de nostalgia enforcada.

o espaço desocupado seria óptimo!!!
poderia passar para lá a feira de Março, por exemplo...sei lá!
sempre teria um espaço condigno com a memória das infâncias de tantos nós

é que no terreno lamacento da antiga casa Nery vê-se demais,
através do viaduto,
as misérias desabitadas de uma "cidade criativa" em "reconstrução de centros históricos".

Construir uma outra ponte para o lado de lá é uma ideia fantástica!
(a que dá acesso às piscinas é demasiado radical,
ali mesmo ao pé dos semáforos, com os carros a bater os fundilhos na rampa improvisada - faz quanto tempo?)

Especialistas, está-se a ver!
talvez ainda se possa criar um parque automobilístico subterrâneo para os amantes da literatura não terem de atravessar a pé as "raras" pontes que atravessam a extensa dimensão do caudal do rio Almonda.

Quem sabe uma circunvalação para se justificar o trajecto.
Não se esqueçam da paragem do TUT - atenção à legislação sobre as acessibilidades.

Aquilo bem tigeladinho, bem tigeladinho
ainda cabia ali um estádiosito feito pelo Souto Moura.
Podia-se chamar, sei lá: "O Templo" ou "A catedral", qualquer coisa assim...

É preciso é criatividade da "GRANDE".
2009 está aí.
e
nada se faz num dia!
Deus precisou de seis, ainda bem que descansou no sétimo!

já decidiram onde colocar o novo aeroporto lá na capital???
Hum? Nunca se sabe!

criativa é torres novas!


TPCs que "tornam as pessoas mais estúpidas"




este texto foi retirado do manual escolar "palavras a fio" da Porto Editora para o 7º ano. O TPC proposto foi realizar duas cópias do mesmo texto.


argumentos e contra-argumentos:

Exemplos: "Torna as pessoas mais estúpidas" justifica.


A minha filha terá de a-criticamente fazer DUAS cópias deste infeliz texto proposto pela professora de Português.

Poderia até ser uma sugestão para raciocionar, mas não! é copiar DUAS VEZES!!!


Vale a pena ler o texto e tentar encontrar uma qualquer sugestão narrativa, uma experiência relevante, uma proposta sobre os relacionamentos socio-afectivos sociais e humanos, a concordância entre o título e a descrição da ocorrência a que se refere, a coordenação entre a ilustração (que apesar de tudo tenta "salvar" o texto" e o próprio texto, o modo como são tratados os personagens quanto ao género e quanto à ocupação.

Conclusões? Palavras para quê?

só falta o telemóvel para o retrato.