quarta-feira, dezembro 06, 2006
Cemitério de Pianos
De José Luis Peixoto "Cemitério de Pianos".
"Não há nenhuma diferença entre aquilo que aconteceu mesmo e aquilo que fui distorcendo com a imaginação, repetidamente, repetidamente, ao longo dos anos. Não há nenhuma diferença entre as imagens baças que lembro e as palavras cruas, cruéis, que acredito que lembro, mas que são apenas reflexos construídos pela culpa. O tempo, conforme um muro, uma torre, qualquer construção, faz com que deixe de haver diferenças entre a verdade e a mentira. O tempo mistura a verdade com a mentira. Aquilo que aconteceu mistura-se com aquilo que eu quero que tenha acontecido e com aquilo que me contaram que aconteceu.(...)"
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2 comentários:
gritava assim se não tivesse medo de rebentar com os tìmpanos, gosto de ouvir os pianos
Não voltei a ler j. luis peixoto desde o seu primeiro livro. Mas este pequeno excerto diz-me para não perder o "cemitério de pianos".
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