domingo, abril 03, 2011
“O Cálculo das Sombras”, Eduardo Prado Coelho
“Compreender o discurso poético de Herberto Helder tem a dificuldade primeira de nos impor o salto para o interior desta rede de espancamentos e batidas que é a circulação activa de módulos de linguagem. Não é possível compreender de fora - analiticamente. Mas, quando se vai por dentro, a única compreensão é a dança da própria inteligibilidade que se faz palavra a palavra – corpo a corpo. Contudo, é possível apreender alguns fragmentos mais densos desta sintaxe alucinada. Estudar, por exemplo, os processos de precipitação, quando o medo faz subir o coração à boca, “ e o chifre pelo coração dentro ”, a “ mão, e a veia até à garganta ”. “ Depois a corrente aumenta depois o coração aumenta depois cada objecto aumenta abrasado: é um coração apenas que quando se tocam os perigos de morte. ” Eduardo Prado Coelho em “O Cálculo das Sombras”, Lisboa, Ed. Asa, 1997
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