segunda-feira, julho 14, 2008

Finais de ano

Quando iniciei este blog tive o desejo de ter a participação dos meus alunos e das minhas alunas, partilhar informações, discutir ideias.
Este ano tive a oportunidade de, numa disciplina que nunca tinha dado, trabalhar com garotos e garotas do 8º ano e foi com eles que me deixei surpreender.
Tive a oportunidade de pedir autorização à Carla do 8ºA para me deixar publicar o relatório final do trabalho desenvolvido no último "semestre" e peço desculpas a outros alunos e alunas cujos relatórios ou memórias descritivas também mereceriam igual cuidado.
Proposémos-nos fazer um trabalho difícil, aliciante, provocante e desafiador, mas essencialmente com significado. "Era proibido":
  1. Gastar dinheiro em materiais (reutilizar, não reciclar, materiais vários);
  2. Fazer e trabalhar sem sentido;
  3. Apresentar um trabalho sem acreditar nele (ou seja, que o trabalho não acrescentaria nada ao já existente);
  4. Não ter autonomia.

No final seria necessário verificar:

  1. Como o meu desempenho contribuiu para o sucesso dos contributos dos meus colegas;
  2. Quais as maiores dificuldades;
  3. Quais os desafios;
  4. Como conseguimos resolver os problemas;
  5. De que modo o trabalho contribuirá para uma reflexão-acção sobre o tema abordado.

Só isto.

Partilho aqui o relatório da Carla, que vale a pena ler até ao fim (as imagens dos esquiços não serão apresentadas), pois merece ser apreciado, considerado e chegar a outros lugares de reflexão, por ser tão rico em descoberta. Por demonstrar que os garotos e as garotas de 13 e 14 anos afinal, se lhes derem oportunidade, sabem usar a informação com seriedade, responsabilidade e criatividade.

(os outros relatórios apresentados também estavam interessantes, embora nem todos tenham sido realizados em suporte informático).

Este foi o grupo de trabalho que mais me desafiou pela dificuldade de relacionar os temas prévios - o tema de abordagem era da responsabilidade deles e confesso, bem os tentei dissuadir por achar que seria demasiado complicado o cruzamento dos temas - felizmente os alunos foram determinados nos seus propósitos - e essa foi a minha maior satisfação!!!

Seja como for creio que é um relatório que, não sendo "oco", dá lições :-)

"Estou-lhe a mandar este mail porque esqueci-me de deculpar pela demora (sabe como é os computadores estão sempre a arranjar problemas) no mail anterior... E queria mais uma vez agradecer pela sua ajuda e cooperação no nosso trabalho ! Eu e de certeza a turma, está-lhe agradecida pela sua paciência!
Beijinhos e Boas Férias!
Carla"
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Totem





Escola Secundária Maria Lamas

Nome/Autor: Carla Adriana
Grupo: Ana Patrícia
Beatriz Duque
Fábio Silva
Disciplina: Educação Tecnológica
5/06/2008




Introdução


A professora sugeriu-nos no início do ano escolher um subtítulo dentro do tema: totens. Tivemos a liberdade de escolher e reflectir no que queríamos fazer mas o subtítulo deveria estar relacionado com o “Ano Internacional da Terra” – decorre entre 2007 e 2009 e tem apoio da UNESCO. Sendo estes os temas do ano: Desastres - reduzir a vulnerabilidade aos desastres; Terra e Saúde – melhorar o entendimento sobre os médicos das geociências; Recursos – descobrir novos recursos naturais e torná-los de forma sustentável, ou seja que permitam o desenvolvimento sustentável; Solo - compreender o que está por baixo da Terra; Cidades – construir com segurança; Mudança Climática – determinar as variações de mudança climática a longo prazo; Água Subterrânea – detectar água subterrânea profunda e de difícil acesso; Terra e Vida – responder a perguntas relacionadas com a evolução da vida; Oceanos – abismos do tempo e O Núcleo da Terra – como ele influencia o meio ambiente.

Após pensarmos, decidimos escolher o tema “Prevenção Rodoviária”. Na altura não entendemos muito bem como relacionar com o meio ambiente mas foi um trabalho em que estávamos interessados em fazer, por isso o nosso maior desafio ao longo do trabalho foi relacionar e perceber como a prevenção rodoviária está ligada ao ambiente.



Desenvolvimento:

Para o início do trabalho, encarreguei-me de procurar informação na Internet sobre acidentes que aconteceram no concelho de Torres Novas e sobre medidas para diminuir a sinistralidade. Recolhendo assim as seguintes informações:
Taxista foge após acidente: um taxista de Torres Novas pudera vir a ser acusado de omissão de auxílio por ter fugido à GNR depois de estar envolvido num acidente. Na segunda-feira, 30 de Outubro, o motorista circulava na Estrada Nacional 349, por volta das 20:00h quando numa curva embateu noutra viatura com três ocupantes, uma delas uma criança de seis anos. O taxista ainda saiu do carro para falar com os ocupantes da viatura em que embateu, um deles estando ferido, mas ao ver a patrulha da GNR fugiu.

Acidente Fatal com Tractor: Um homem de 37 anos, no dia 31 de Março, morreu num acidente com um tractor agrícola em Torres Novas. O acidente deu-se às 16h50 na Ribeira Ruiva. Além dos Bombeiros de Torres Novas, com 12 elementos e quatro viaturas, compareceram a VMER do Médio Tejo e a GNR.

Sinistralidade: A sinistralidade rodoviária é um grave problema nacional que coloca Portugal dramaticamente no topo das estatísticas internacionais. Números alarmantes que em cada ano significam dezenas e dezenas de vidas perdidas, muitas das quais de peões, ciclistas ou motociclistas. Mortes em acidentes, a que se soma um elevadíssimo número de pessoas feridas, jovens e crianças muitas delas, irreversivelmente lesionadas e obrigadas a carregar como deficientes uma pesada herança ao longo da sua vida. Um drama que toca, directa ou indirectamente, a maioria das famílias portuguesas. Se é certo que há uma cultura de agressividade instalada na nossa sociedade, em que o carro como símbolo de estatuto social se transformou em absurdo instrumento de poder, de agressão e de afirmação, e esse é, para nós, um factor que é preciso reter, para agir e contrariar;
Se é certo também, que existe uma cultura instalada de impunidade, de desrespeito e de desresponsabilização generalizada para com os outros, nomeadamente, quando ao volante e, essa é também uma atitude que é forçoso contrariar; Certo é também, que o problema da sinistralidade rodoviária não se esgota na constatação destes factores, radica noutras e múltiplas causas cuja origem importa identificar para tentar uma verdadeira mudança que é acima de tudo cultural, no sentido da prevenção e da promoção da segurança rodoviárias em Portugal. Uma mudança que terá de passar necessariamente pela mobilização da escola, e dos outros agentes de socialização, nomeadamente os agentes culturais e os média para ultrapassar a chocante ausência de uma pedagogia cívica que hoje afecta, indiferentemente, comportamentos de peões e condutores, de diferentes gerações. Uma mudança que terá de reflectir-se no próprio sistema de ensino da condução e passar pela participação activa daqueles que a fazem actualmente no nosso país, e aliás querem ser agentes activos dessa mudança; Mudança que inevitavelmente terá de reflectir-se também numa diferente forma na concepção, na construção e na avaliação de risco aquando da projecção do traçado de vias e de estradas nacionais; bem como na prioridade absoluta à sua conservação e segurança, hoje, manifestamente subalternizadas; Uma mudança que terá forçosamente ainda, de traduzir-se na revisão total de todo o sistema de informação e sinalização rodoviários das estradas do país, consensualmente tidos como pouco rigoroso, pouco seguro e caótica e perigosamente ineficaz. Uma mudança que terá também de ocorrer ao nível do rigor na inspecção doparque automóvel, cuja degradação tem reflexos na segurança e que carece de novas medidas de promoção, de facto, da sua renovação. Mudanças, ainda nas condições de segurança e circulação dos veículos pesados, quer de passageiros quer de mercadorias, cujos horários, velocidade e ritmos de trabalho colidem frontalmente com as mais elementares normas de prevenção da segurança; Mudança que passará pelo actual sistema de transporte escolar cuja frota e regras de circulação carecem ser actualizadas pondo fim à situação de risco à segurança das nossas crianças e jovens;
Mudança ainda que passe pela criação de locais próprios, pistas, para velocípedes cuja circulação é desafio permanente para quem a ousa; Mudança obviamente que terá de pôr fim ao clima de impunidade, só possível de contrariar com um sistema de vigilância tornado rotina e não pontualmente feito por campanhas, com dia e hora marcadas. Mudanças grandes a que naturalmente se alia a própria reflexão, que é tempo de fazer, sobre o papel que o automóvel deve ocupar no futuro como instrumento de apoio da organização da sociedade e não como o seu fim último como o centro da vida em torno do qual tudo se pensa, investe e gira. Uma mudança que implica forçosamente que nos interroguemos sobre a questão da mobilidade sustentável e da segurança no nosso país, e sobre o papelque aos transportes públicos, nomeadamente ao ferroviário deve caber numa óptica de defesa do ambiente, da saúde pública, da sustentabilidade, mas há que dizê-lo, da própria promoção e prevenção da segurança. Uma mudança que implica forçosamente repensar a importância e o espaço que aos direitos dos cidadãos importa dar, enquanto peões, enquanto partidários de modos alternativos de mobilidade, ou enquanto condutores, mas acima de tudo enquanto pessoas, cuja vida, cuja segurança, nos cabe promover e preservar.
É precisamente a defesa dessa vida dessa segurança, a sua promoção, que reclama a mobilização dos diferentes aliados neste combate que requer a adopção de medidas administrativas, penais, mas que na óptica cultural implícita reclama de modo privilegiado informação, debate, participação democrática de todos. A mobilização para aquilo que alguns chamam de guerra civil nas estradas que requer a convocação de vontades, o debate e o envolvimento de todos, pondo lado a lado as diversas entidades da Administração Pública, central e local com as muitas associações que a gravidade e a dimensão do problema da sinistralidade, a nível nacional fez emergir.

O grupo, isto é, eu, a Ana Patrícia e a Beatriz propomos ir à PSP arranjar mais informação. Infelizmente o nosso colega, Fábio Silva não pode ir. Apesar de não termos sido bem atendidas, um agente deu algum do seu tempo para responder às nossas questões. Mas não poderei pôr o nosso inquérito porque um membro do grupo guardou o caderno no cacifo de uma colega nossa e não o trouxe e assim não tenho as perguntas nem as respostas para divulgar no relatório.
Após esta recolha de informação, pretendemos perceber mais a causa dos acidentes e assim formular hipóteses e conselhos para parar a sinistralidade.

Nas seguintes aulas a professora “pressionou-nos” para reflectirmos sobre o assunto e conseguir construir um totem que consiga fazer uma ligação entre o ambiente e a prevenção rodoviária. Falando sinceramente, o grupo ainda não encontrou a resposta apesar de termos discutido nas aulas sobre isto. Eu apenas consegui arranjar razões lógicas: devido à provocação dos acidentes, vai haver a libertação de CO2 (dióxido de carbono) para a atmosfera, o que vai levar à sua poluição; devido aos acidentes, vai levar à necessidade de um novo carro ou seja à construção de novos materiais, que leva à utilização de matérias primas o que vai dar ao abuso de utilização dos recursos, isto é, não cumpre o desenvolvimento sustentável.

Fizemos algumas mudanças ao esboço que está na ficha de trabalho. Ao longo das aulas fomos fazendo vários esboços e fixámo-nos num:





Na primeira caixa iremos pôr várias fotografias que choquem o observador.




Na segunda caixa iremos colocar números de acidentes e mortes ocorridas em Torres Novas.



Na terceira caixa iremos colocar palavras-chaves, ou seja palavras que tenham a ver com os acidentes rodoviários. Ou seja através de palavras iremos tentar demonstrar o que é um acidente.



Infelizmente talvez o grupo não irá ter tempo para acabar o totem em si, porque demoramos demasiado tempo a reflectir ou porque nos esquecíamos de trazer o material. Mas mesmo na última aula iremos dar o nosso melhor para acabá-lo!




Conclusão:

Concluímos que um totem é muito mais do que um simples objecto. É uma crença, é uma ligação com Deus, é um símbolo.
A professora pôs-nos à prova e deu-nos o maior desafio que penso que já nos deram, reflectir. Sim, tivemos que reflectir bastante para encontrar as respostas: Porquê prevenção rodoviária? Bem, escolhemos este tema pois cada dia há mais acidentes, cada ano há mais mortes, a sinistralidade tem aumentado de ano para ano. E com este totem queremos demonstrar o sofrimento e a dor que é sofrer um acidente. Queremos chocar o observador para assim conseguirmos que reflicta sobre o assunto.

Como relacionar prevenção rodoviária com o ambiente? Devido ao aumento da libertação de CO2 e devido à necessidade de construção de novos materiais.
Como parar com a sinistralidade? Mudança ao nível do sistema de ensino da educação; construção e avaliação de risco aquando da projecção do traçado de vias e estradas nacionais e melhorar a sinalização rodoviária.

O grupo centrou-se no esboço apresentado no relatório pois achamos que é mais apelador e capta mais a atenção dos observadores que o esboço divulgado na ficha de trabalho. E queria relembrar que as caixas estão um pouco tortas, esqueci-me de dizer anteriormente!

Queria agradecer por a mãe da Beatriz, Carla Pinho, nos ter fornecido as caixas de cartão e o lençol branco e pelo seu avô Ilídio nos ter facultado a base da madeira. Ainda quero agradecer aos meus colegas de grupo e à minha mãe por nos ter trazido os rolos e o papel de alumínio e ao meu pai pelos jornais. Mas a quem devemos mais agradecimento é à nossa professora por nos ter orientado em todas as aulas e por nos ter dado várias ideias para o trabalho. Por fim queremos também pedir desculpa, por não conseguirmos acabar a tempo o trabalho, mas espero que pelo relatório goste do totem que iria ser feito!




Bibliografia:


Através do google obtemos as seguintes informações:

● Taxista foge após acidente :
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=259&id=29598&idSeccao=3587&Action=noticia

● Acidente Fatal com tractor :
http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=B388EB6B-8E87-42E9-B5C5-1FAC7FE49F03&channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021

● Sinistralidade:
http://blogs.prof2000.pt/miudosprojectos/index.php?p=68