sexta-feira, fevereiro 29, 2008

uma página que respira d e v a g a r...

poema ao luar
poema em código
poema anti-fascista
poema dactilografado
poema iluminado
poema declamado (sobre um poema de Miguel Torga, Diário XIII)
google poema


.......

Alexandra

"Pintura do tempo"



...esta garota foi minha aluna :-)






"Memória Descritiva
Num espaço abandonado procurei vida, procurei o habitante desse espaço; encontrei vegetação que se desenvolve livremente devido à ausência humana.Os primeiros dados são lançados ao colocar a tela no espaço arquitectónico, depois a acção do tempo é o agente que executa a pintura. A determinada altura, através do registo fotográfico “congela-se” um momento."

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Congresso de educação Artística - sentidos transibéricos


Sentidos Transibéricos
22,23 e 24 de Maio de 2008 - Beja


TEMAS DO CONGRESSO
O congresso reunirá especialistas da área da educação artística, decisores de política nacional, regional, local, dos ministérios da Educação e Cultura e entidades governamentais e não governamentais ligadas à educação artística. Incluindo educadores, arte terapeutas, investigadores, artistas, professores, psicólogos, agentes educativos em galerias, museus e serviços culturais, animadores sócio culturais e outras pessoas com interesses similares pela educação artística.





O congresso pretende ter dois grandes eixos de trabalho, o primeiro que se concretizará através de sessões de trabalho plenárias com um grupo de especialistas convidados para reflectir sobre os temas propostos e o segundo eixo que permitirá a mostra e divulgação de trabalhos seleccionados de investigação e prática pedagógica da educação artística em contextos formais e não formais.
Pretende-se que os resultados do congresso sejam publicados em forma de livro e CD Rom, em línguas Portuguesa e Espanhola, pretende-se também que no final do congresso se estabeleça uma lista de contactos para alargar a já existente Rede Ibérica de Educação Artística e se possível alargar essa rede para contextos ibero-americanos e Palops de modo a promover publicação de trabalhos científicos e trocas de experiências no âmbito da teoria e prática da educação artística. O congresso será portanto uma plataforma para a criação de uma rede de profissionais em arte educação/ educação artística nos países de línguas hispânicas e portuguesa.





As línguas oficiais do congresso são o Português e o Espanhol.



O congresso pretende incluir temas que favoreçam narrativas múltiplas e pluridisciplinares da educação artística tanto na Península como noutros países de línguas ibéricas. À partida pretendemos reflectir sobre aspectos teóricos e práticos ligados ao papel da Ed. Artística/ arte educação na construção da identidade dos jovens nas sociedades contemporâneas, a cultura do multimédia, a e-geração, a diversidade cultural, os problemas de inclusão/ exclusão social, preservação de patrimónios, educação para a paz e para a sustentabilidade.
Por educação artística entendemos todo o tipo de aprendizagem formal e não formal que utilize meios de conhecimento e expressão próprias das artes, das várias artes , como por exemplo educação ‘pela’ e educação ‘em’ teatro, dança, música, artes visuais , artes performativas, multimídias, literatura, etc.

FORMATO DO CONGRESSO:



Metodologia de organização do Congresso
Tendo como objectivo criar condições para uma mais aprofundada partilha dos estudos dos participantes neste congresso, resolveu-se abandonar o modelo tradicional de Mesas e Comunicações onde ocorria predominantemente um discurso unidireccional e um tempo restrito para a discussão. Pretende-se que este congresso adopte a tónica de uma trabalho colaborativo inter-pares, exigindo, pelos constrangimentos espaciais e temporais existentes, que os procedimentos de todos sejam norteados pelos princípios da transparência e reflexividade e por competências como a capacidade de síntese e de auto e hetero crítica.



Assim, propõe-se a seguinte metodologia, que exige o uso de critérios claros quanto ao conteúdo substantivo das participações permitindo a sua coerência e similitude:

PROCEDIMENTOS:
1. Envio de participações: Os participantes que pretendem partilhar os seus estudos ou experiências terão que enviar com antecedência para a organização do congresso 3 páginas que descrevam-mo sumariamente, assim como as questões/problemas que esperam que o grupo discuta. Haverá que realçar que nem todos os participantes terão que ter um projecto a partilhar. Isto não significa que se limitem a ter um papel só de ouvintes, sendo de valorizar o seu papel contributivo nos trabalhos.



As propostas serão submetidas à apreciação do comité científico do congresso que deliberará sobre a sua inclusão no programa.



2. A partir das propostas dos participantes, os coordenadores dos grupos de trabalho devem preparam as sessões ( Mesas redondas ou grupos de trabalho), agrupando os trabalhos a discutir pela similitude do objecto ou do tipo de questões/problemas que eles apresentem.



3. A organização do congresso coloca todos os textos enviados on-line de modo a que possam ser lidos atempadamente pelos participantes.



4. Congresso /Sessões de trabalho: espera-se que durante o congresso as sessões sejam de aprendizagem mútua, a partir da partilha de experiências e saberes de modo a que seja construído algo de novo. Em cada sessão haverá um moderador e um relator. No final das sessões o relator ajudado pelo grupo deverá escrever as conclusões do grupo . Essas conclusões serão apresentadas em sessão plenária no final do dia. As conclusões deverão constar das actas do congresso.



5. Publicação : Será publicado um CD Rom com as actas do congresso.

OUTRAS ACTIVIDADES E FORMAS DE PARTICIPAÇÃO:
O congresso será transmitido em tempo real para os participantes que não possam vir fisicamente ao congresso. Os participantes também poderão contribuir com o envio de material para exposição (Posters, Vídeo digital) ou performances.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

...tentações...

Antenna Johann Fournier


Carlos Marzal quien escribe:

«... hay una tentación del pensamiento cuando persigue, ansioso, la pureza,



cuando se instala, al raso, entre las cumbres,


pájaro de sí mismo transparente,


una proclividad hacia la nada


cuando se quiere hablar en absoluto,


cuando se busca estar tan en la médula

que la sombra del cuerpo es un estorbo...


y no hay ningún pensar clarividente

que no termine siempre


en desaliento».

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Congresso de Granada

aqui deixo impressões e reflexões da Teresa Torres Eça sobre o congresso de educação artística de Granada realizado dias 31 de Janeiro, 1 e 2 de Fevereiro...e de como essas reflexões já correm mundo (Brasil, Argentina...)

"Querida Teresa,
Te felicito y agradezco la síntesis del congreso de Granada.
Me parece percibir los suficientes elementos comunes para seguir trabajando conjuntamente dentro de redibericaedart. Al balance que haces al final de tu texto, yo le añadiría una reflexión sobre el papel de la educación artística en la actualidad; es decir, confrontaría los conceptos de identidad, transversalidad, transformación, etc. con las posibles funciones de la e.a. Ello nos llevaría a cuestionarnos ¿qué conflictos ser derivan de aquellos conceptos a nivel personal y social? y ¿para qué puede servir la e.a. hoy? Seguramente habeis hablado de ello aunque para mí lo más difícil es poder traducir a la acción artística y a la vida real las teorías y viceversa. En fin, gracias.
Lidón

Impressões sobre o congresso de Granada


Adorei ir a este congresso , vi que a teoria e a prática em Educação artística na Espanha se têm desenvolvido imenso nos últimos anos. Observei os frutos do trabalho de centros de investigação e universidades em Girona, Barcelona, Pamplona, Santiago, Granada, Sevilha , Jaen , Valencia.


Senti o grande descontentamento das universidades com as pressões de Bolonha . Um descrédito total , uma desconfiança cega pelas interferências mercantilistas na universidade, uma recusa do clima empresarial que se está a instaurar . Enfim as reacções normais do meio académico por que nós em Portugal também passámos .

Roser Juanola fez uma eloquente resenha da ed. artística em Espanha , juntando os pequenos e pontuais esforços de divulgação e publicação ela traçou um percurso sólido de que se podem orgulhar. Gostei do seu apelo às didácticas artísticas a partir da transversalidade , polivalência, interdisciplinariedade e co-disciplinaridade , gostei da maneira como ela anunciou o ‘de- venir’ com esperança lançando propostas construtivas.

Fernando Hernandez apelou à transformação, desafiou-nos para sermos mais do que professores para sermos educadores que se envolvem politicamente e ideologicamente pela pedagogia da transformação

Teresa Beguiristain falou-nos de questões de género , das mulheres artistas que a história da arte esconde, sem grandes rodeios, com humor e rigor.

A mesa redonda ‘ética ideologia e identidad cultural’ foi fecunda pela diversidade das abordagens ( Imanol Aguirre falando de práticas de resignificação nas artes; Samir Assaleh com uma história de vida cheia de compreensão do outro, Aura Diaz uma venezuelana que nos relembra que nem todos os países reconhecem o valor das suas culturas. Foi também fecunda pela participação do público: perante uma sociedade multicultural que fazer ? como agir ? Samir dizia com respeito, Pilar e outra pessoa falava de direitos humanos, Ana Mae citou Amílcar Cabral dizendo que a o valor vida prevalecia sobre qualquer valor cultural que desrespeitasse o ser humano.

Vi como Arte, educação e comunidade se dão as mãos em actividades sociais de transformação, Javier Abad Molina por exemplo , a universidade de Jaen e os seus projectos com escolas e comunidades , a universidade de Valencia e o seu trabalho com museus e com a escuela 2 . Vi como os professores podem ser corajosos e generosos em Málaga .

De um congresso para o outro fracassamos na sua ligação, no estudo do seu impacto sobre as audiências. Por vezes parece que partimos de cada vez da etapa zero, mas aqui em Granada senti que houve uma evolução entre congressos, que apesar de não se terem publicado conclusões para grandes audiências senti um amadurecimento entre o primeiro ( em Sevilha) e este segundo congresso, senti que se tinham ultrapassado barreiras e que agora as questões estavam mais ‘focadas’, que se sabia melhor como enfrentar os desafios da educação artística e como contribuir de um modo único para o seu desenvolvimento .

Tenho que dar as minhas felicitações ao Francisco Maeso e á sua equipe. Eles mereciam que eu fizesse um resumo melhor do congresso mas não tenho muito tempo agora.

Se tivesse que fazer um balanço do que mais me tocou ficava com esta listagem:

- É preciso apresentar alternativas caminhos a seguir como por exemplo as didácticas comparadas de que falou a Roser e com que trabalha o René Rickerman em Genebra.
- É preciso reformular , requestionar : O que ensinar? como ensinar?
- Que entendemos por artes? Que artes são legitimadas na Ed. artística? Quais as que ficam de fora?
- Temos que misturar o plano conceptual com o plano prático,
- Articular maneiras de trabalhar em grupo
- É preciso mostrar evidência que seja replicável , mas sem ser receituário
- É preciso formar educadores que saibam transgredir, imaginar, educar pelos valores e com as artes .
- É preciso re-pensar o nosso conceito de culturas, trabalhar as identidades que se vão transformando
-Ter mais impacto, mais visibilidade. Mas como chegar ao poder institucional? Criar comunidades educativas , avançar para outros formatos de conexão entre universidades, escolas e comunidades."

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Clã -sexto andar


e porque ontem foi dia 14




Vieste comigonesse jeito pós-moderno

de não querer saber nada

de não fazer perguntas

essa pose cansada

tão despida de emoção

de quem já viu tudo

e tudo é uma imensa

repetição


não fosse a minha competência para amar

e nunca teriamos acontecido

num mundo de competências

e técnicas de ponta

a dádiva da fala

quase já não conta


depois quase ias embora

desse modo

evanescente

não soubesse eu ver-te

tão transparente

e teria sido apenas

o encontro acidental

uma simples vertigem

dum desporto radical


não fosse a minha competência para amar

e nunca teriamos acontecido

num mundo de competências

e técnicas de ponta

a dádiva da fala

quase já não conta


sexta-feira, fevereiro 08, 2008

2008 Ano Internacional do Planeta Terra






"O Ano Internacional do Planeta Terra decorre entre 2007 e 2009 e tem o apoio institucional da Organização Mundial das Nações Unidas e da União Internacional das Ciências Geológicas."


"International Year of Planet Earth2007-2009
Earth sciences for societyThe International Year of Planet Earth aims to capture people’s imagination with the exciting knowledge we possess about our planet, and to see that knowledge used to make the Earth a safer, healthier and wealthier place for our children and grandchildren International Year of Planet Earth 2007-2009
What is the International Yearof Planet Earth?The International Year of Planet Earth aims to ensure greater and more effective use by society of the knowledge accumulated by the world’s 400,000 Earth scientists. The Year’s ultimate goal of helping to build safer, healthier and wealthier societies around the globe is expressed in the Year’s subtitle ‘Earth science for Society’.The International Year runs from January 2007 to December 2009, the central year of the triennium (2008) having been proclaimed by the UN General Assembly as the UN Year. The UN sees the Year as a contribution to their sustainable development targets as it promotes wise (sustainable) use of Earth materials and encourages better planning and management to reduce risks for the world’s inhabitants."




Os alunos do 8ºA aliaram-se a esta iniciativa utilizando materiais sem suposta utilidade, procurando nos desperdícios um significado maior, mais alargado, relativamente a uma economia de tempo, recursos materiais e humanos, banco de ideias criativas e ainda investigação histórica e cultural.
Descobrindo culturas e histórias e artefactos populares de significado tribal, realizaram "totens" fazendo uma releitura para os tempos do "agora".
A pedido da turma, foram criados 3 grupos que se envolveram na abordagem ao tempo do antes, do agora e do depois (passado, presente e futuro)
e se antes não sabiam o que eram "totens" (o quê, stora?),
agora descobriram que podemos (as civilizações)
falar múltiplas linguagens e escrever histórias marcando compassos alternativos, afirmando convicções e ideias, propondo reflexões.
Para mim, o sucesso, escreve-se na memória daqueles que participam e não esquecem...foi assim que os antepassados nos legaram tantos tesouros.


quinta-feira, fevereiro 07, 2008

llansol



"Cirano" de Rebecca Dautremer
















Se o toque não for decidido,
e o medo nos invadir,
não terei palavras para lho dizer.
Como dizer que uma lâmpada se funde inesperadamente
que um prato cai sem darmos por isso, quando isso é a própria queda,
que uma voz desaparece repentinamente de nos falar
que um afecto é, de facto, tudo (mas não de tudo quanto o prende)
que teria gostado de escrever romances
se o tempo não existisse
que se o toque fosse indiferente apenas existiriam atributos
ou, se preferes, enquanto acaricias esse espaldar só haveria vestidos,
e o corpo onde o deixariassem ter, sequer, a noção de afecto a quem o dar,
não olhes para mim com esse olhar.
Sem uma memória decidida,
as coisas desconhecidas flutuam.
Sim, imagino.
Disse-lhe, soletrando todas as letras,
o cheiro fasto que se desprende do espaldar é de um homem, odor denso, de um homem incómodo, embaraçoso, opaco.
"Quem gostarias de ver a teu lado?

maria gabriela llansol

"amagiadaspalavras"

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

não sei que nome dar a isto

Juan Genoves



Magal (1º Prémio de Fotografia)



Pode ser um disparate sim, é de facto um disparate!
O que se passa no ensino em Portugal chateia, claro que chateia!

É uma chazada e uma teia de charadas para analisar, fazer sacrifícios pessoais e profissionais sem qualquer pressuposto de reconhecimento. Aliás, quanto mais falares mais te corroem as intrigas. Afinal quem és tu para vires com coisas e loisas e assim e tal e coiso??? Hum???



Tenho procurado indícios de consciência crítica nos professores que assegurem uma correcta aplicação dos novos despachos, decretos, legislações aplicadas ao também novo Estatuto da Carreira Docente...




Partindo do princípio que o Estatuto tem estatuto, que a Carreira é digna e que a docência é decente pró discente e pró docente e que por fim, o princípio tem princípios…



Começam-me a saturar as críticas à Ministra Maria de Lurdes,é verdade! Não porque ela seja simpática, já provou que não é; não porque ela tenha respeito pelos professores, já provou que não tem; não porque ela encabece uma das reformas mais tortuosas de todos os tempos, já provou o que tinha a provar – o ensino público é para chicotear, pronto!!! Venha lá o ensino privado! É pró menino e prá menina! Ops! Não é essa a ideia??? Peço desculpas pelo juízo precipitado. Pois, o ensino é para todos! Mesmo? Mesmo??? Mas mesmo?????

Ok! Entendi...


O que me chateia mesmo(!) é ver/observar professores e professoras, antes colegas, agora uns e outros. Vejamos: A legislação referente à educação é o que é, sempre foi o que foi, mas não se aplica sem os professores e ademais intervenientes nesta história supostamente educativa.

Aprendamos então com ela…a história: O “MODO” como se aplica é que traz o desenvolvimento da narrativa, certo? Mas o “Modo” como se aplica depende dos e das professores e ademais intervenientes educativos.


É verdade que se estão a criar “condições” especiais de sujeição, repressão e medo, mas esse medo é essencialmente manifestado na “performance” educativa. Assim o que sucede é uma leitura ainda mais repressiva e mais opressiva que a legislada, duvidam??? A legislação é como uma partitura ou uma coreografia que propõe “harmonizar” o sistema de ensino já por si tão diversificado, o modo como se dança é que cria dissonâncias ou consonâncias, senão como teríamos criado um 25 de Abril? Reagindo dentro do sistema, criando novas leituras de registo, participando criticamente na plataforma a que chamamos (nas CEs)“palco”.



É verdade que a coreógrafa não é lá essas coisas, mas tê-lo-á sido David Justino e a outra (Maria do Carmo Seabra, lembram-se?) que lhe precedeu? Então? Temos duas alternativas:


1- Agir em conformidade com o senso comum e tratarmo-nos uns aos outros como néscios;

ou


2 – Procurar uma leitura dignificante onde o bom senso, a preocupação por um ensino que transmite formas de mudar mundos, uma partilha de interesses profissionais de qualidade que facilite o trabalho de todos, o respeito pelos colegas que fazem o possível e muitas vezes o impossível para criar condições de qualidade de ensino, seja efectivamente gratificante e promotora de...tan!tan!tan!tan! SUCESSO!


Ou ainda outras modalidades, ao nosso alcance, mas que teimamos não visualizar com medo dos índices, taxas, níveis de desempenho ou indicadores de "sucesso". Afinal, são palavras apenas que traduzem números, mas esses números só devem suscitar a qualidade do ensino mediante a contextualização das escolas, dos seus alunos e alunas, professores e professoras, Conselhos Executivos, serviços administrativos, pais, pessoal auxiliar e recursos arquitectónicos, materiais, etc.


Senão afinal o que é o sucesso???


Os números reflectem apenas o que se quer evidenciar, para serem fiáveis, enquanto avaliação, têm de ser provados mediante a designação e enquadramento contextual e humanístico, de outro modo, são apenas números, taxas, índices e pouco mais, variando consoante aquele que LÊ os números – não há nada mais aleatório.


Se todos tivessem presente a dignidade dos que trabalham numa escola e, essencialmente, a principal função da educação, uma avaliação, fosse qual fosse (interna, externa, formativa, classificativa, de desempenho ou do que quer que seja) teria somente um sentido humanista dentro de um sistema humanizado e criador de sentidos…para todos.

Afinal a principal (não a única) função da avaliação é auxiliar a criar formas de compreendermos a realidade e podermos, em equipas pedagógicas, melhorar o acesso à investigação do conhecimento e à sua apropriação individual e crítica para produzir...conhecimento actual, seja em que nível de ensino for. Hoje, o medo, não vai para a Ministra, perde-se muito tempo, em uníssono, em “bater no ceguinho” e pouco em discernir sobre o que estamos, neste palco, realmente a produzir…e a culpa não é do técnico das luzes!


Hoje o medo é do colega (ex) que pode detectar as minhas falhas, as minhas inseguranças, por isso utilizo o medo para me assegurar que não me tocam na avaliação! (Estava a brincar…não! Eu não disse isso, onde está escrito? Eu não tenho medo!!! Quem? Medo eu?)



Reafirmo:Procuro indícios de consciência crítica nos professores e nas professoras que interpretem os ECDs (o actual e os que ainda hão-de vir) com a dignidade que merecemos. Casting (afinal isto não é um reality show? Não há já aquela ideia das câmaras de filmar para reduzir a violência? Pois!):


Procuram-se professores e professoras que, independentemente de quem ministra, se preocupem, de facto com os seus alunos e com o que ensinam ou ajudam a aprender…o resto é conversa que cansa e em nada muda a realidade, essa sim, precisa do nosso empenho individual e colectivo…para que palavras como “recrutamento” e “regimento” de conotação tão militarista (retirada à nova ideologia) não façam parte do nosso vocabulário educativo.




Receita
(nós adoramos receitas e prescrições)



-Quer uma grelha? Bem passada ou mal passada? Sai uma grelha!



– Quer uma taxa? Ainda há uma drogaria aqui perto, senão só no hiper-mercado.



– Quer um índice? O Word formata isso num instante. É pra já!



- Um indicador? Pode ser GPS??? Pois, só se for GPS, os outros esgotaram o stok.



("Vire agora à esquerda…abrande, não, não é por aí, no cruzamento vire à sua direita e siga em frente, isso gente para onde vai todo o mundo" - ler com sotaque brasileiro ou formate o aparelho na língua que entender).






Viram como as palavras se desdobram?

Bom, eu avisei que era um disparate, deu-me para aqui.

É que estou a ler Giroux (autor incontornável para a investigação em Ciências da Educação - a ironia) “Para além do espectáculo do Terrorismo – A incerteza Global e o desafio dos novos Media”…uma pessoa precisa de manter a esperança, e este sujeito só sabe dizer mal, é um chato! Nem é politicamente correcto dizer mal, temos que nos consciencializar que tudo está bem, sorrir muito – rir faz bem à saúde!

Preocupações fazem mal à saúde e nós sabemos que a Saúde tem sido uma das principais preocupações do nosso GPS, por isso já não podemos usar tachos de barro, nem rolos da massa (que tanto contribuíram para o nosso imaginário nacional), ou panos de cozinha, etc. só plástico e papel…depois a lei do tabaco, nós não queremos os portugueses doentes, (além disso o ambiente também é uma preocupação), nada disto é à toa, se reduzirmos os serviços de Saúde pública haverá menos doentes, né? Óbvio!

E voltando aos professores, esses não serão “excelentes” se tiverem de faltar por assistência à família, parto, gravidezes, mortes de familiares, etc.



As professoras que se desenrasquem, quem as manda engravidar? “Excelente” só há um!

Uma “escola de sucesso” não pode ter dois professores, ou professoras, excelentes…têm de ir a tira-teimas no ringue da avaliação:




Tira-se o envelope e…voilá: o vencedor é…(suspense)…

“Agradecemos à produção, aos operadores, à regi e principalmente (!) aos telespectadores, a este público fantástico que apoiou, aplaudiu e sofreu pelos nossos concorrentes, é para VÓS (!) a razão de estarmos aqui, o nosso muito obrigado!”

"O vencedor é...o magnífico! O único! O autêntico! o brilhante...x"




(lágrimas de comoção)

Agora a sério: "eles" são uns grandes pândegos, deve dar um gozo bestial ver-nos a fazer exactamente o que "eles" querem e não o que "eles" pedem...

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

só mais um...

desculpem,

não resisto a colocar mais um texto do blog

"el adarve" um blog de

Miguel Ángel Santos Guerra

esperando que se sintam inspirados não só pela acutilância da observação cívica, profissional, ciêntífica e emocional,

mas também porque fala dizendo coisas sérias com a capacidade de utilizar as palavras para dizer o que precisa (de facto) ser falado.
afinal de que (e para quem) serve o conhecimento se não for para criar reflexão e sabedoria?
no meio de tanto pró-"lixo tóxico"
uma profilaxia
com palavras que contam retratos da
(nossa própria)
história



"jefes tóxicos"







"Acabo de leer un interesante libro de Iñaki Piñuel, cuyo título sirvió de anzuelo para mi curiosidad: “Neomanagement. Jefes tóxicos y sus víctimas”.

A juicio del autor, hay jefes que no sólo no ayudan, ni estimulan, ni coordinan, ni alientan a los súbditos sino que los envenenan, los destruyen, los humillan, los ‘carbonizan’.

La palabra autoridad proviene del verbo latino auctor, augere, que significa hacer crecer. Tiene autoridad aquella persona que ayuda a crecer. Las otras tendrán, quizás, poder. Y pueden utilizar el poder para aplastar, silenciar, impedir el crecimiento y hacer la vida imposible. O bien para todo lo contrario. Cuando se utiliza el poder de esta segunda forma se llega a tener autoridad.Me indigna la actitud de las personas que, colocadas en el poder por quienes los eligen, lo utilizan luego para despreciar despóticamente a quienes deben la posibilidad de mandar. Olvidan que, en una democracia, quien tiene el poder es el que elige.

Quien ha de servir es el que ha sido colocado en el poder.

Hay otras formas de llegar al poder, al margen de la elección democrática. Por designación, por concurso, por dinero, por herencia, por enchufe, por la fuerza…

Sea cual se la forma de acceder a un cargo, hay muchas opciones de actuación, infinitas formas de comunicación con los subordinados… Conviene instar a quien tiene el poder a que reflexione sobre el mejor modo de ejercerlo en beneficio de los fines que se persiguen (sin olvidar que el fin no justifica los medios) y sobre la ética que ha de presidir la comunicación humana (teniendo en cuenta que la dignidad de las personas ha de ser inviolable).

La toxina es un veneno producido por los organismos vivos.

Se entiende que el veneno, en este caso, es de naturaleza psicológica. Los efectos que produce en las víctimas el veneno que le inoculan los jefes perversos son de diversa naturaleza e intensidad: destrucción del autoconcepto, condena al ostracismo, incremento desmedido del trabajo, anulación de estímulos, taponamiento en el escalafón, angustia, degradación de categoría, desmoralización….

El jefe tóxico se siente superior, se cree superior.

Los más acomplejados tienen que mostrar más claramente esa pretendida superioridad.Qué decir del jefe tóxico varón cuando tiene bajo sus órdenes a una mujer eficaz siendo él un inútil. La única forma que tiene de sentirse importante es anularla. No soporta que una mujer diligente, guapa y feminista (todas deberían serlo) le esté recordando a cada minuto su nimiedad, su incompetencia, su inutilidad. Si la puede eliminar, la elimina. Si la puede humillar, la humilla. Si la puede arrinconar, la arrincona. Porque es un miserable y un cobarde. La luz que desprende una mujer brillante deja al descubierto la basura que cubre al jefe misógino.

Me gusta ver en la realidad y en las películas situaciones en las que un jefecillo déspota es puesto en su sitio por un superior sensible.

Los jefecillos tóxicos suelen ser serviles con quienes tienen por encima en el escalafón. Son duros con las espigas y blandos con las espuelas.

Claro que, ante un jefe tóxico, la mejor forma de reaccionar es la inteligencia y el desdén.

Quizás conozca el lector esta elocuente historia. Un jefe cruel pretende castigar a una persona honesta que tiene bajo su mando acusándola de graves delitos que no ha cometido. Como ésta manifiesta insistentemente su inocencia, el jefe pretende entregar su suerte al destino. Le dice que le va a someter a un juego de azar. Meterá en un bolsa dos papeles. En uno está escrita la palabra inocente. En el otro, la palabra culpable. Si saca el primero quedará en libertad. Si saca el papel con la palabra culpable, será castigado. El jefe mete en la bolsa dos papeles en los que ha escrito la palabra culpable. Así se asegura de que será castigado. Llegado el momento, le pide al acusado que saque uno de los dos. Éste se queda pensativo antes de hacerlo. Con decisión, mete la mano en la bolsa, saca uno de los papeles y con rapidez se lo mete en la boca y se lo traga.

– Desgraciado, dice el jefe, ¿qué haremos ahora?

– Muy sencillo, responde el sagaz subordinado: veamos qué papel está dentro y así sabremos cuál es el que he sacado.La estrategia había sido perfecta. Le tuvieron que absolver. Descubrir la trampa hubiera sido un bochorno para el jefe. Ojalá que la inteligencia se pusiese siempre del lado de la bondad.

¿Quién no conoce a jefes que han sido colocados donde están por haber sido aduladores, trepas, servidores acríticos de quien tiene el poder de nombrarlos? Una vez en el poder se vuelven duros, déspotas, crueles.

Existe para mí un criterio decisivo para valorar la actuación de un jefe: ¿a quién desea tener contentos, a los de arriba o a los de abajo? Si es adulador con quienes mandan y cruel con aquellos a quienes tiene debajo, yo creo que es un jefe tóxico.

Los jefes tóxicos suelen actuar de forma casi natural en organizaciones tóxicas y aprenden fácilmente de otros jefes tóxicos a los que han visto actuar o de los cuáles han sido víctimas. Los jefes tóxicos agresivos suelen ser tolerados y tratados con mucha tolerancia atribuyendo su actuación al hecho de ser ‘personas con carácter’ o sencillamente con la explicación de que ‘son así’ o de que ‘hay que aceptarlas como son’.

Los jefes tóxicos hacen uso y abuso de estereotipos rígidos y negativos sobre las personas: “piensa mal y acertarás”, “la gente nunca es sincera”, “las personas tienden a aprovecharse de tu bondad”, “un comportamiento amable encubre intenciones interesadas”, “es necesario guardar las distancias”, “no hay que fiarse de nadie”, “pedir ideas a los demás es mostrar debilidad”, “no conviene dar confianza a las personas, pues luego abusan de ti”, “la participación supone la abdicación de la autoridad”, “si muestras debilidad se te suben a las barbas”…

Los jefes tóxicos deben ser derrocados por el sentido común de quien los nombra o por la actitud democrática de quienes los padecen. Es necesario practicar la valentía cívica, que es una virtud democrática que exige comprometerse con causas que, de antemano, sabemos que están perdidas."

juntos, no atados

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"Cuenta una vieja leyenda de los indios sioux que, en cierta ocasión, llegaron hasta la tienda del brujo de la tribu dos jóvenes enamorados.
– Nos amamos, empezó el joven guerrero.
– Queremos casarnos, dijo ella con entusiasmo.Le pidieron un hechizo, un conjuro o un talismán para que su amor no desapareciese nunca. El viejo los miró y se emocionó al verlos tan jóvenes, tan ilusionados, tan anhelantes.

– Hay algo, dijo el brujo, pero no sé, es una tarea muy difícil, muy arriesgada, llena de sacrificio.

– Estamos dispuestos a todo, por difícil y arriesgado que sea, dijeron al unísono.
– Nube Azul, dijo el brujo, ¿ves el monte al norte de nuestra aldea? Deberás escalarlo tú sola, capturar un águila sin herirla y traerla sana y salva hasta aquí.. Y, tú, Toro Bravo, deberás escalar la montaña del trueno, capturar un cóndor sin causarle herida alguna y traerlo hasta mi presencia.

Seguidamente les indicó a ambos la fecha exacta en la que deberían estar en su tienda con las aves. Los dos jóvenes se abrazaron con ternura y partieron a cumplir la misión encomendada. El día establecido, frente a la tienda del brujo los dos jóvenes esperaban con las aves capturadas El viejo les pidió que, con sumo cuidado, las sacasen de las bolsas. Eran verdaderamente hermosas.

– Y, ahora, ¿qué haremos, preguntó el joven impaciente. ¿Las mataremos y beberemos su sangre en honor de nuestros antepasados?

– No, dijo el brujo.

– ¿Los cocinaremos y comeremos para aprender el valor a través de su carne?

– No, repitió el brujo. Haréis lo que os voy a decir. Tomad las aves y atadlas por las patas.El guerrero y la joven hicieron lo que les pedía y soltaron las aves. El águila y el cóndor rodaron por el suelo, forcejearon hasta hacerse daño y se picaron hasta herirse. No pudieron despegar el vuelo.

– Este es el conjuro, dijo el viejo. Jamás olvidéis lo que habléis visto. Vosotros sois como un águila y un cóndor. Si queréis que el amor entre vosotros perdure, volad juntos, pero jamás atados.Sabio consejo. Válido para las historias de amor, para las relaciones educativas, para las empresas políticas… Las ataduras acaban por destruir la libertad, por impedir el avance y por causar heridas irreparables.

No es fácil entender que la libertad es la base del auténtico crecimiento personal pero, también, de la relación auténtica que nos permite estar con el otro sin dejar de ser nosotros mismos. Hay relaciones amorosas muy destructivas, que impiden elevar el vuelo. El amor como posesión acaba con la libertad y la felicidad de los integrantes de la pareja.La educación es una tarea que consiste en ayudar a que los otros aprendan a pensar por sí mismos, a decidir por sí mismos, a tener su propio cuadro de valores.

Holderlin utiliza una hermosa metáfora para expresar la necesidad de la autonomía y de la independencia. Los educadores, dice, forman a sus educandos, como los océanos forman a los continentes: retirándose. Para que el continente emerja, las aguas tienen que retroceder. Si el agua anega la tierra, el continente no podrá existir. Lo que nos dicen los alumnos a los educadores es lo siguiente:

– Ayúdame a hacerlo sólo.

Decía Concepción Arenal:
“No hay animal tan manso que, atado, no se irrite”.

El problema radica en que, a veces, las ataduras no provienen de quien tiene autoridad sino de quien se siente súbdito. Es, entonces, muy difícil la liberación. Porque el súbdito sólo se siente seguro cuando está bien atado al que manda, cuando le dicen lo que tiene que pensar y lo que tiene que hacer.

“Nadie es más esclavo que el que se siente libre sin serlo”, decía Goethe.La libertad no es solamente un derecho, es un deber.

Decía Albert Camus que “la libertad no está hecha esencialmente de privilegios sino, sobre todo, de deberes”.

Volar al lado de otro exige esfuerzo, generosidad y renuncia.Vivimos en una sociedad que, por diversos caminos, pretende hacernos súbditos. Genera ataduras que nos impiden ejercer la libertad.

El poder tiende a crear súbditos, es decir, personas que no piensen por sí mismas (ahí está la publicidad, el pensamiento único, la persuasión electoral…), que no actúen según su propia voluntad (ahí están las costumbres establecidas, las normas externas que se imponen a la conciencia, los intereses a los que quienes mandan pretenden que sirvan los que obedecen…).

Hay que romper ataduras que nos impidan volar libremente. Lo cual no significa que no tengamos el compromiso de volar con otros en una determinada dirección. Lo decía certeramente Gustave Thibon: “El hombre sueña con escapar, pero no debe correr para ser libre. Si uno huye de sí mismo, su prisión irá con él”.

El concepto clave es, pues, el de liberación.

Nos lo dice José Antonio Marina en el hermoso libro que acaba de publicar, titulado ‘Aprender a vivir’ (Ariel): “La historia de la libertad humana, en el plano personal o social, es la historia de múltiples liberaciones. Nos podemos liberar del tirano, de la ignorancia, del miedo, de la furia, de las coerciones sociales injustas, de nuestro propio pasado”…

Hay que romper las ataduras y volar juntos libremente. En el amor, en la educación y en el ejercicio de la ciudadanía."

Miguel Ángel Santos Guerra

"o menino troféu" por Miguel Ángel Santos Guerra





"Hace unas semanas dediqué esta sección a reflexionar sobre la importancia de las profecías de autocumplimiento (Véase “El apellido Contreras”). Hoy me quiero ocupar de la otra cara de la moneda. De una moneda falsa que circula por la educación. Se trata de la exigencia desmedida que obliga a una persona a realizar un sueño imposible.El sueño de otro que se le impone como una condena. Hablo del niño trofeo, del terrible “síndrome del niño prodigio”. Un niño que se convierte en el protagonista involuntario de una pesadilla.


Me ha conducido a esta espinosa cuestión la extraordinaria novela del escritor extremeño Luis Landero. Su título es ‘Hoy, Júpiter’. Delicioso título, por cierto. El autor lo explica, ya avanzada la obra, de la siguiente manera: “…entonces me acordé de una cosa que me había contado mi socio René allá en la cárcel, y fue que una vez estuvo en Santiago de Chile y que, en una placita, vio una noche a un viejo vestido pobremente que tenía instalado un telescopio de latón, aún más viejo y pobre que él, y un cartelito de cartón al lado donde ponía con mala letra “Hoy, Júpiter”. Cobraba sólo la voluntad, y cada algunas noches, según las órbitas o a saber qué, cambiaba de astro. Según René, apenas se veía un resplandor difuso, pero el viejo, muy serio, decía: “Ese es Júpiter”, o “Esa es la Hidra”¨, o “Esa es Tucán”, o “Ese es Venus” y el que quería se lo creía y el que no, no”.Coincidí con Luis Landero hace unos años en un bar de Almendralejo, su pueblo natal, después de haber leído su novela “El guitarrista”, también excelente, pero no tanto como ésta. Le felicité por su trabajo y hoy, si pudiera hacerlo, lo haría de forma aún más efusiva. Excelente narración, extraordinario dominio del lenguaje. Y dos historias que confluyen al final.No voy a reventar al lector la trama del libro como hizo aquel acomodador de cine que, molesto por la escasa propina que un rezagado espectador le entregó, se acercó a su butaca y, al oído, le dijo con recochineo: “El asesino es el sheriff”.Haré referencia, sucintamente, a un personaje de la novela, cuya vida queda tan condicionada por las expectativas que sobre él forja otra persona que le convierte en el protagonista de un drama. La expectativa desmedida de otra persona le obliga a ir de mentira en mentira, de fracaso en fracaso, de desastre en desastre. El proyecto de su vida no lo hace el interesado sino otra persona que pone en él tantas esperanzas, tantas ilusiones, tantas exigencias, tanto orgullo, tantos sueños imposibles que convierte la vida del otro en un triste fiasco, en la sombra maldita de sus sueños inalcanzados.Las causas de esta demanda, de esta exigencia, de esta expectativa exagerada es, quizá, una frustración sobre la propia vida. (Ya que yo no he podido llegar a nada, quiero que mi hijo, mi amigo, mi alumno, llegue a donde yo no he podido llegar). Otra posible causa es un mal diagnóstico, un diagnóstico equivocado que se cuelga del cuello del niño o del joven obligándole a acomodarse a lo que otros han pensado que puede y debe alcanzar. Una tercera causa puede estar en la pretendida satisfacción que genera en los padres, por ejemplo, el hecho de tener en casa un genio. Hay quien se cree a pie juntillas aquel engañoso dicho: “de tal palo, tal astilla”.Pienso en esas deportistas a las que se ha roto la vida porque los padres pretendían que batiesen todos los records habidos y por haber, o en esos estudiantes que han sido en su momento brillantes y están condenados a serlo de por vida. “Parece mentira que tú, precisamente tú, vengas a casa con esas notas tan mediocres. Para ti un notable es como para otros un suspenso”. Y ese tipo de exigencias hace que las personas estén obsesivamente a la caza de una matrícula, de un primer puesto. porque ser segundo ya es un fracaso. Y todo para ser queridos, aunque el amor sea gratuito.El temor a defraudar puede conducir a todo tipo de desastres. A mentir cuando el que exige no puede comprobar que son ciertos los éxitos, a conseguir por malas artes lo que no se ha podido alcanzar por medios legítimos, a dejar la piel en la consecución de logros que, de otro modo, serían inalcanzables.Si ante las profecías de autocumplimiento hay que tener el valor de decir no, también hay que plantarse ante estas demandas desmedidas, que exigen esfuerzos sobrehumanos. El peligro es entrar en el juego. Aceptar las primeras exigencias como una demanda normal, lógica, coherente, incluso aduladora. Después será muy difícil salir de la estela de lo extraordinario.Está bien que se exija a cada uno en la medida de lo que pueda conseguir, pero hay que ser extremadamente cuidadosos con lo que se exige. En primer lugar porque los diagnósticos son relativos, no absolutos. En segundo lugar porque las personas atraviesan fases de una enorme variabilidad. Cuando se coloca a un niño la etiqueta de “superdotado” se está creando un estereotipo peligroso.Por eso la educación es una tarea de gran dificultad y a la vez de gran responsabilidad y de gran riesgo. Los diagnósticos son como fotos que se obtienen en un momento determinado. Pudiste salir con la boca torcida o con un gesto sublime que no se corresponde con la realidad de la cara. Convertir esa foto en un destino que condiciona toda la vida del individuo es un error que mucha gente ha pagado muy caro.El personaje de Luis Landero es un prototipo de esta maldición educativa. Una persona hace de su vida un estrepitoso fracaso porque los sueños erráticos de un personaje frustrado crean un mito que debería conseguir éxitos prodigiosos cuando no es capaz de alcanzar lo que la mayoría pude conseguir.Si se comete un error y la evidencia nos convence de la equivocación, lo sensato es rectificar y corregirlo cuanto antes. Lo que pasa es que algunos errores se mantienen de forma espectacular y dramática durante toda la vida. Lo terrible de esta situación es que la víctima se ha jugado la vida (y la perdido) en una ruleta en la que no había jugado."

ni todos los ojos beiertos ven - em "el adarve"

C"ada día, cada hora, cada momento, pasan cosas admirables en cualquier lugar donde nos encontremos. Lo que pasa es que no las vemos. Porque no tenemos los ojos educados para ver. Decía Vicente Espinel que “los ojos son arcabuces y lumbreras del alma”. La capacidad de observación es importante para saber lo que pasa. ¿Por qué no se ve lo evidente? Porque nos instalamos en las rutinas, porque no somos capaces de fijar persistentemente la atención, porque no sabemos focalizar adecuadamente. Más difícil es ver lo subterráneo, lo que está bajo la capa superficial de los hechos. “Lo esencial es invisible a los ojos”, dice Antoine de Saint-Exupéry.Además de ver, es preciso analizar. Para ello hay que disponer de teorías. Si un crítico deportivo ve un partido de fútbol sabe que un equipo está jugando con la táctica 4-4-2 y otro con la 4-3-1-2, por ejemplo. El que no sabe nada de fútbol sólo ve números en la espalda de los jugadores. Y cuando le dicen que la gente grita por culpa del que viste de negro, piensa que se debe a que no toca el balón durante todo el partido. No conoce la teoría.
Un cirujano quiso dar a sus alumnos una lección en vivo sobre la importancia de la observación. Una vez reunidos, les dijo:- Hay dos cualidades fundamentales del cirujano, que son la resistencia a la repugnancia y, sobre todo, la capacidad de observación. Lo vamos a comprobar a través de un sencillo experimento.Dicho esto les mostró un recipiente con un líquido sanguinolento, verdaderamente repugnante. La vista y el olor provocaban un rechazo irreprimible. Y les dijo:- Voy a meter el dedo en el recipiente y me lo voy a llevar a la boca. Observad atentamente. Y veréis cómo puedo superar la repugnancia. Es el fruto de una larga experiencia y de un intenso afán de superación.En presencia de todos ellos metió el dedo en el recipiente y se lo llevó a la boca sin inmutarse. Los alumnos hicieron un gesto de sorpresa y de admiración. Luego les pidió a cada uno que hiciera lo mismo. Algunos no pudieron superar el rechazo y ni siquiera metieron el dedo en el recipiente. Otros sí lo hicieron y se llevaron el dedo a la boca. El vómito provocado por el sabor fue casi automático. Entonces el cirujano se dirigió de nuevo a los estudiantes para decirles lo siguiente:- He visto que no tenéis todavía suficientemente desarrollada la capacidad de superación de la repugnancia. Pero me preocupa más lo que sucede con la observación. Ninguno se ha dado cuenta de que introduje el dedo índice en el recipiente y me llevé a la boca el dedo corazón.Saber observar es tan difícil como necesario. Porque observar no es sólo mirar, es buscar. Y la búsqueda tiene un eje estructurador que da sentido a la mirada y proporciona explicaciones a lo que se ve. ¿Cómo es posible que se les escapen tantas cosas de los hijos a los padres y madres? ¿Cómo se nos pasan tantas cosas de los alumnos a los profesores y profesoras?Para observar hace falta combinar objetividad y subjetividad. Hace años leí una preciosa novela del recientemente galardonado Juan José Millás. Se titulaba “La soledad era esto”. La protagonista es una mujer que encarga a un detective que siga a una persona y que haga informes sobre ella. Lo que no sabe el detective es que la persona a quien tiene que seguir es la misma que le encarga los informes. Le envía el primero y ella le dice que no le gusta el informe porque es muy objetivo. Sólo describe lo que hace la persona observada, pero ella quiere saber qué le pasa, por qué hace las cosas, cómo es. Poco a poco va aumentando la subjetividad de los informes y éstos empiezan a ser más ricos y más profundos.Vemos las cosas como son, pero también como nosotros somos. “El horizonte está en los ojos, no en la realidad”, decía Ángel Ganivet. No podemos prescindir de la subjetividad (que no es lo mismo que arbitrariedad). Ni debemos hacerlo cuando observamos a personas.Para observar con rigor hace falta combinar la focalización y la contextualización. No se puede observarlo todo, en todos los sitios, de manera constante. Hay que centrar la atención, pero también hay que tener en cuenta el contexto donde el hecho sucede. Un grito no significa lo mismo en un campo de fútbol que en una iglesia.Otro dilema que presenta la observación es la necesaria equidistancia que tiene que mantener el observado para estar dentro de la realidad, pero suficientemente fuera como para que no le condicione el juego de intereses que en toda realidad se produce. Si el observador se distancia mucho no conoce los significados que tienen los protagonistas. Si está demasiado dentro no puede analizar con imparcialidad.No se puede perder de vista la artificialización del comportamiento que se produce en una persona cuando se sabe observada. Me cuenta un colega de Barcelona que en una evaluación que se estaba haciendo en un Colegio de la ciudad un profesor que era muy “vanguardista” (entraba en clase y se ponía a leer La Vanguardia) durante todo el tiempo que duró la observación de su aula había dejado de ser vanguardista. Pero siguió siéndolo el primer día en que se fue el observador. Mientras más transparencia tenga la observación, mientras más tiempo dure y más control democrático tenga el observado sobre los datos, menos artificialización existirá.Para aprender a observar hay que ejercitarse. A observar se aprende observando. Es bueno también contrastar informes de diferentes observadores sobre un mismo hecho. Resulta curioso comprobar las discrepancias que se producen en la mirada de observadores diferentes. Para aprender a observar también es interesante ser observado. Cuando lees el informe de una observación que te han hecho puedes comprender que hay muchas posibilidades de que se malinterprete una palabra o un gesto.Hay que educar los ojos para ver. Por eso hace falta fijar la atención, cosa difícil en esta cultura de distracción permanente. Decía Bill Crosby: “No todos los ojos cerrados duermen, ni todos los ojos abiertos ven”


















"Cuando camino por mi ciudad donde vivo desde hace 20 años y que es horrible (o a mi me lo parece), muchas veces me digo que tengo que mirarla como si fuera la primera vez, para poder descubrir cosas nuevas y distintas. La costumbre de pasar tantas veces por los mismos lugares hace que los dejemos de ver.Este artículo me hace recordar a un profesor de filosofía que nos instaba a no perder nunca la capacidad de asombro.En mi trabajo en Atención Temprana la observación ocupa un lugar de privilegio. A veces paso muchos encuentros solo observando, para poder decidir el tratamiento. Y siempre observo para cambiar las desisiones tomadas si es necesario. La objetividad es dificíl. Llevamos con nosotros un vagaje cultural que hace que nuestra mirada disfiera de la de los otros. Esto se compensa con el trabajo en equipo. Todos miramos y consensuamos. Involuicrarse es bueno. Y nunca somos imparciales por mucho que busquemos la distancia adecuada.Y no creo que lo esencial sea invisible a los ojos. LO esencial es el amor. Y si no pudieramos verlo no valdría la pena vivir.Ver, el simple hecho de ver, es un regalo inmenso que la vida nos hace. Ver viendo lo que miramos es maravilloso."



Miguel Ángel SANTOS GUERRA, leonés de nacimiento y malagueño de adopción, es Doctor en Ciencias de la Educación, catedrático de Didáctica y Organización Escolar en la Universidad de Málaga. Es también Diplomado en Psicología y en Cinematografía. Ha sido profesor en todos los niveles del sistema educativo: maestro de Primaria, profesor de Bachillerato y profesor de la Universidad Complutense y de otras universidades españolas y extranjeras. Fue Director de un centro educativo, del Departamento de Didáctica y Organización Escolar y del Instituto de Ciencias de la Educación de la Universidad de Málaga. Ha escrito numerosos libros y artículos sobre organización escolar, evaluación educativa y formación del profesorado. Ha recibido numerosos premios por sus escritos y por sus trabajos de investigación. Escribe, cada sábado, en el periódico La Opinión de Málaga. Es colaborador de numerosas revistas nacionales y extranjeras y dirige varias colecciones educativas. Es padrino de tres escuelas argentinas en las provincias de Santa Fe, Mendoza y Jujuy. Ha sido declarado Huésped de Honor de varias ciudades argentinas, mejicanas y chilenas.

Si quieres contactar con Miguel Ángel Santos Guerra su correo es:santosguerra21@yahoo.es