terça-feira, julho 31, 2007

quinta-feira, julho 26, 2007

encosta-te a mim

Aos amigos e amigas que fazem de um abraço um colo, uma melodia de embalo, um momento terno, uma esperança cega, onde largamos lágrimas e riso. ao irmão querido que tem uma música na voz e no coração. aos que se foram porque quiseram, porque não era o momento, mas que depositaram história, memória e comoção. aos que não se foram porque o perfume ainda viaja, mas escolheram outros rochedos. aos que se pressentem. aos que não vieram...aos que aqui estão...como a minha Sara e a minha Luzia que me obrigam a brincar mesmo quando não apetece.






Jorge Palma

"Voo nocturno"

O vídeo filmado no passado dia 11 de Junho no Museu da Água, um encontro de amigos...

encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviverem nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

quarta-feira, julho 25, 2007

As vítimas começam por identificar-se emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos captores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir mensurar o perigo real. As tentativas de libertação, são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. O complexo e dúbio comportamento de afectividade e ódio simultâneo junto aos captores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas e ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A identificação afectiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta à qual à pessoa está sendo submetida.
Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.

Graça Morais

Tupiniquim - Blog sobre Povos Indígenas


Tupiniquim - Blog sobre Povos Indígenas:

"Práticas indígenas podem ajudar a frear perda de biodiversidade

No Último Segundo: 'Nações Unidas, 22 mai (EFE).- A sabedoria tradicional e as práticas das comunidades indígenas podem ajudar a frear o aquecimento global e a perda da diversidade biológica, disseram hoje especialistas da Organização de Nações Unidas (ONU) na celebração do Dia Internacional da Biodiversidade.O representante do Secretariado para a Convenção sobre a Diversidade Biológica, John Scott, alertou sobre o ritmo alarmante e sem precedentes da extinção de plantas e animais no planeta, devido às mudanças climáticas. Destacou, ainda, o enorme papel que as comunidades indígenas podem ter no combate a esse processo.' [notícia completa]"

Rita apoena


Imagem: Lonelysky

Rita trazendo Rita:

"Devolver com a delicadezaTrata-se do meu clássico assalto. O moço que me assaltou, disse: "Rápido, rápido, passe toda a grana que eu saí da cadeia e tô varado de fome". Daí, eu revirei a bolsa todinha, mas só achei duas notas de cinco reais. Estendi-lhe o dinheiro e disse: "Ixi, eu só tenho isso, acho que não vai dar nem para você comprar um lanchinho..." O moço olhou para mim com uma baita estranheza e perguntou: "Você tem dinheiro pra voltar pra casa?" (Perceba o ladrão preocupado comigo, eu preocupada com ele e nós dois tentando cuidar um do outro, cada um à sua maneira). Eu disse: "Não, mas pode ficar!". Ele respondeu: "Não! Não é porque a gente é maluco que tem de ser egoísta! Cinco reais para mim e cinco para você!" Eu voltei para casa tão feliz! E acho que ele foi comprar um salgado e (meio) pingado, feliz da vida também :-) "


"Quimeras

Quando ficar triste,
achando tudo mentira,
verá sonhos invertidos:como imagens no espelho mostrando por antônimos
o que o outro queria ter sido.
Não brigue: a verdade mais frágil
saberá dele. "

Carvalho da Silva II

...a partir de uma cortina humana:




imagem: scren
Em tempo de globalização o sindicalismo enfrenta desafios de identidade colectiva e individual.



O "trabalho" readquiriu novos formatos que dificultam o entendimento de classe e a organização de mecanismos de defesa pela dignidade. Nos inquéritos analisados quantitativamente, Carvalho da Silva tornou visível a necessidade de homens e mulheres desejarem ser respeitados na sua dignidade enquanto pessoas.



Este tornar-se pessoa não passa, muitas vezes, pelo desejo de colaborar activamente nos movimentos sindicais até porque o trabalho tornou-se instável e precário fazendo prevalecer o medo e a renúncia ao acto de agir. Porém, o movimento sindical também necessita de reactualização perante o cenário da incerteza. Entender os formatos de poder e dominação, compreender as estratégias que contrariam a actuação colectiva, promover uma redefinição de percursos.



Um aspecto fascinante da desfesa de Tese de Carvalho da Silva foi a míriade de personalidades ligadas ao mundo do trabalho, economia, igreja, música, jornalismo, patronato, sectores partidários diversos, revelando um interesse generalizado pelo homem que tem didicado a sua vida a tentar aprofundar, pela experiência e agora pela via académica, as características dos ciclos que afectam o mundo dos trabalhadores.



No discurso feito história de vida, Carvalho da Silva fez revelar um aspecto que a mim me parece estar a condicionar o movimento sindical: O sindicato teve na génese a congregação das necessidades invocadas por homens e mulheres - "a vontade dos trabalhadores", esta frase nada tem de novo a não ser o facto de o sindicato se ter tornado em si uma instituição. Logo, os trabalhadores relevam para o sindicato muitos dos seus desejos esperando que este resolva os seus problemas. O sentimento de procura de respostas e soluções, a defesa dos direitos fundamentais são assim "encomendados" a esta entidade, tornando muitas vezes irresoluta a verificação dos resultados desejados.



Creio que o sindicato em tempo de globalização deveria redescobrir a capacidade de criar significados a partir dos homens e mulheres que deseja defender. De e para os trabalhadores. o sindicato são as pessoas não a instituição e isso, em discurso directo, fica omisso. Seja como for, o trabalho continua a desafiar o homem que tem representado com a dignidade e seriedade de quem pensa e reflecte a partir de si próprio, para além de si próprio, para todos nós.


«Enquanto me for possível empurrar as palavras contra a força do mundo, esse poder será tremendo, pois quem constrói prisões expressa-se sempre pior do que quem se bate pela liberdade.»


Stig Dagerman

segunda-feira, julho 16, 2007

Carvalho da Silva




Manuel Carvalho da Silva defendeu a tese de doutoramento

«A centralidade do Trabalho e Acção Colectiva - o sindicalismo em tempo de globalização»

no ISCTE na passada sexta feira 13, num auditório que se revelou pequeno para acolher uma audiência caracterizada pela diversidade. Artistas (Vitorino e Carlos do Carmo), políticos de diversos quadrantes, jornalisas, padres, católicos, sindicalistas, economistas, figuras públicas e figuras menos públicas, amigos e o filho mais velho sentado ao lado de Mário Soares na primeira fila. Muita gente não coube no auditório tendo que permanecer de pé junto às portas de saida, outros sentados nas escadas da sala e o tempo de defesa alargou-se mais que o previamente previsto.

Mais tarde comentarei o que senti e aprendi, por agora ficam outros registos:


"Louvor, distinção e unanimidade para Carvalho da Silva

Carvalho da Silva defende trabalho como suporte dos direitos
O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, defendeu esta sexta-feira que o trabalho é o suporte dos direitos sociais e, como tal, se se fragilizar a sua centralidade e valorização, perde-se a estabilidade do Estado social.

Carvalho da Silva, que defendia a sua tese de doutoramento em sociologia no ISCTE, referiu que o seu trabalho de cerca de 500 páginas demonstra que, na História, o trabalho anda sempre em paralelo com o Estado Social.

«O suporte dos direitos sociais é o trabalho», disse o sindicalista que explicou ao juri, ao longo de quase quatro horas, a forma como desenvolveu a sua tese e os resultados que obteve.

Explicou que consultou milhares de documentos, usou autores nacionais e estrangeiros, recorreu a trabalhos e documentos da Organização Internacional do Trabalho, fez milhares de questionários e entrevistas e fez a analise de casos concretos em vários grupos empresariais.

Admitiu que aproveitou a sua experiência de vida enquanto sindicalista.

Foi «um vaivém dialéctivo entre teoria e pesquisa», disse, acrescentando que desenvolveu um modelo de análise que procura assegurar visibilidade à acção colectiva, numa altura em que o individualismo está institucionalizado.

Na sua tese, Carvalho da Silva fez também uma análise dos mais de 30 anos de vida sindical da CGTP e desenvolveu uma perspectiva do que é o sindicalismo europeu e o sindicalismo mundial.

A regulamentação do trabalho, as relações laborais e a contratação colectiva (enquanto factor potenciador do trabalho mas também de democracia) são outras das matérias abordadas por Carvalho da Silva, que defendeu o movimento sindical como factor transformador da sociedade.

«A democracia enfraquece sem um sindicalismo reinvidicativo», disse ao juri.
Os desafios levantados pelo conceito de flexigurança não foram esquecidos pelo sindicalista/sociólogo que defendeu a necessidade de ser feita uma reflexão sobre o tema com os trabalhadores.

O juri que apreciou a tese de Carvalho da Silvam, presidido pelo presidente do ISCTE, Luis Reto, não poupou elogios ao trabalho feito mas também não lhe poupou perguntas, o que levou a apresentação a prolongar-se por mais quase uma hora para além das três que estavam estabelecidas.

Os orientadores da tese, António Firmino da Costa (professor do ISCTE) e Manuel Carlos Silva (da Universidade do Minho)também eleogiaram o trabalho apresentado por Carvalho da Silva, considerando-o como um contributo para a comunidade cientifica e para o enriquecimento de todos.

Os professores do juri fizeram questão de salientar a enorme a assistência que presenciou o debate académico, que fez com o auditório do ISCTE (com capacidade para cerca de 200 pessoas) fosse pequeno para albergar todos.

Personalidades como o constitucionalista Vital Moreira tiveram de assistir sentados nas escadas e outros ficaram à porta.

O ex-presidente Mário Soares, o ex-ministro Silva Peneda, os deputados do bloco de Esquerda Miguel Portas e Mariana Aiveca, Maria de Belém Roseira (PS), Luis Pais Antunes (PSD), o ex-ministro Paulo Pedroso, foram algumas das figuras politicas presentes.
Estiveram também Alfredo Bruto da Costa, o padre Vitor Melicias, o ex-sindicalista e autarca José Luis Judas, o professor de Direito do Trabalho José João Abrantes e os representantes patronais João Machado e João Salgueiro.

A plateia encheu-se também com inúmeros jornalistas e sindicalistas e por alguns artistas, nomedamente os cantores Carlos do Carmo, Vitorino e Janita Salomé.

A tese de doutoramento de Carvalho da Silva, com o titulo «A centralidade do Trabalho e Acção Colectiva» teve a nota máxima."
Diário Digital / Lusa


O dia em que o sindicalista se tornou doutor com "distinção e louvor"
João Manuel Rocha


Líder da CGTP foi aprovado com nota máxima, atribuída por unanimidade pelo júri da prova que ontem prestou no ISCTE, em Lisboa.
Duzentas pessoas encheram a sala.
"A democracia enfraquece-se inevitavelmente sem um sindicalismo reivindicativo."
A frase condensa o essencial do pensamento desenvolvido ontem à tarde pelo líder sindical Carvalho da Silva nas provas de doutoramento que lhe valeram a aprovação com nota máxima, "distinção e louvor", atribuída por decisão unânime.O anúncio da decisão dos sete membros do júri, coroado com uma salva de prolongadas palmas da assistência que encheu o auditório do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa, culminou três horas e quarenta e cinco minutos de prova, ao longo dos quais o sindicalista, na pele de candidato a doutor, expôs a sua tese, foi interpelado pelos membros do júri - que misturaram questões com elogios - e procurou responder às observações dos académicos."Não tenho experiência, mas foi um bocado exigente", comentou no final aos jornalistas o filho de pequenos agricultores do concelho de Barcelos que, há 21 anos, deixou o emprego como planificador de trabalho na Electromecânica Portuguesa Preh, na Trofa, para liderar a maior central sindical portuguesa.
Intitulada Centralidade do Trabalho e Acção Colectiva: sindicalismo em tempo de globalização, a tese de doutoramento de Carvalho da Silva, 58 anos, prossegue um trajecto académico iniciado em meados dos anos 90, quando fez exame ad hoc para frequentar a licenciatura em Sociologia.Na tarde de ontem, o sindicalista vestiu a pele de "candidato" que teve de argumentar a partir de "premissas metodológicas", num "constante vaivém dialéctico entre teoria e empiria em todas as fases de pesquisa", assente em questionários, conversas intencionais e entrevistas. Um trabalho de cerca de 500 páginas, inspirado numa concepção "marxista, mas complementada com outros autores e correntes", como referiu uma das arguentes, Illona Kovacs."Não vejo que seja possível uma reconstrução do Estado social centrada no individualismo. Não teríamos chegado ao Estado social se não tivéssemos uma centralidade do trabalho", disse Carvalho da Silva, que alertou para os riscos sociais "de se fragilizarem ou quebrarem os compromissos entre capital e trabalho". "Há um papel extraordinário dos sindicatos na construção da Europa social, mas eles [sindicatos] têm que tomar cuidados", afirmou, referindo o risco de se deixarem "engajar demasiado no discurso oficial" e a necessidade de serem acutilantes e anteciparem questões.O entusiasmo e as provocações dos membros do júri, bastante elogiosos, fizeram com que, em alguns momentos, fosse difícil distinguir entre o líder sindical e o candidato a doutor. "Estamos numa espiral de regressiva, está sempre a aparecer um mercado de trabalho mais desprotegido", afirmou a dado passo. Uma das questões recorrentes do júri foi sobre os papéis de sindicalista e investigador. "Onde termina o dirigente sindical e começa o sociólogo?", perguntou João Ferreira de Almeida. "São dois campos distintos, mas não em choque", respondeu Carvalho da Silva. Elísio Estanque, outro dos arguentes - que disse estar em presença da "reconversão do activista conhecido no analista e sociólogo" -, quis saber os porquês da não adesão da CGTP à nova Confederação Sindical Internacional (CSI), o que levou o candidato a dizer que não estava ali "para responder em nome da CGTP".
Questionado no final pelos jornalistas sobre a utilidade do seu trabalho para o sindicalismo, foi contido: "Não sou eu que o vou dizer. O júri entendeu que sim [que é útil]".
Doutorado, o que muda para Carvalho da Silva? "Não muda coisa nenhuma, a vida é um caminhar contínuo, o que vai acontecer amanhã não sei", disse. E como gostaria de passar a ser tratado? "Por Manuel, que é o meu nome."

segunda-feira, julho 09, 2007

deixa que te inspirem

não que te ensinem

menos ainda que concordem contigo


se concordarem contigo desconfia, ninguém olha do mesmo lugar que o teu. Apenas recuperas o lugar por onde já passáste...tu ficas no mesmo lugar imobilizado...o tempo...esse passou.

o ensino faz-te mover para o pensamento de quem te ensina

a inspiração faz-te caminhar

e assim possas, também, inspirar alguém.
Será esse o segredo da criatividade de quem nos colocou aqui...á sua imagem?